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globoesporteflamengo-'Cidade; Campo', premiado no Festival de Berlim, será exibido na TV; Juliana Rojas fala sobre filme

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'É um filme que fala sobre o sentimento melancólico que se tem quando migramos', explica a cineasta
29 dez 2024 - 17h10
(atualizadogloboesporteflamengo30/12/2024 às 09h37)
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Cena do filme 'Cidade; Campo'
Cena do filme 'Cidade; Campo'
Foto: Carol Moraes/Divulgação / Estadão

globoesporteflamengo de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar

Juliana Rojas é uma cineasta que não tem medo de nadar contra a maré. Diretora mulhergloboesporteflamengoum mercado notadamente machista, ela se firmougloboesporteflamengoum gênero de pouca expressão no Brasil: o terror. Sozinha ou ao lado de Marco Dutra, já falou sobre uma família marcada pela instabilidade (Trabalhar Cansa), fez um musical no cemitério (Sinfonia da Necrópole), contou a história de um lobisomem (As Boas Maneiras) e, agora, fala sobre os processos migratórios e a tragédia como movimento em Cidade; Campo, exibido neste domingo (29) às 22h no Canal Brasil.

Na produção, Rojas dirige duas histórias: uma delas, sobre uma mulher que é obrigada a sair do campo e ir para a cidade após um desastre ambiental; outra, fala sobre um casal de duas mulheres que vai para a fazenda do pai de uma delas, após a morte súbita e inesperada desse patriarca. "[O filme] lida muito com uma reflexão sobre luto, vida e morte, memória e nossa conexão com nossa ancestralidade", explica a diretora, na estreia do filme,globoesporteflamengoagosto, ao Estadão.

Com essas histórias criativas e ousadas, a cineasta, nascidagloboesporteflamengoCampinas, tem conquistado o mundo: venceu o prêmio de Melhor Direção na mostra Encounters do Festival de Berlim 2024, justamente com Cidade; Campo; e, ainda, integrou o júri da Palma Queer, prêmio de Cannes que reconhece o melhor produzido sob a temática LGBTQIA+.

A seguir, Rojas conversa com o Estadão sobre os caminhos degloboesporteflamengocarreira, a expectativa com Cidade; Campo e como vê o espaço para o cinema de gênero no mercado brasileiro.

Como nasceu a ideia de 'Cidade; Campo'?

Ele nasceu da vontade de falar sobre a relação com nossa origem. É um filme que fala sobre o sentimento melancólico que se tem quando migramos e deixamos o lugar que você já não pertence, tentando se adaptar ao novo espaço. Para mim, a partir dessa ideia de história, sempre foi importante ter duas perspectivas, do campo pra cidade e vice-versa, com duas partes. Duas histórias que não vão se entrecortar, mas que se complementam e dialogam.

Já vi você falando que não considera 'Cidade; Campo' como um filme de terror. Como definiria 'Cidade; Campo'?

Pra mim, é um filme sobrenatural existencial. Lida muito com uma reflexão sobre luto, vida e morte, memória e nossa conexão com nossa ancestralidade. É um filme fantasmagórico.

Cena do filme 'Cidade; Campo'
Cena do filme 'Cidade; Campo'
Foto: Carol Moraes/Divulgação / Estadão

'Cidade; Campo' nos faz pensargloboesporteflamengocomo as tragédias pontuam nosso dia a dia. Vamos de uma tragédia para outra. Isso te inspirou nessa história?

É um filme que se conecta com questões que estamos vivendo no Brasil e no mundo. Por exemplo, Cidade; Campo fala muito sobre precarização do trabalho, algo que acontece no mundo todo, com pessoas que tentam sobreviver. Outro aspecto muito importante é a questão climática, com as catástrofes que não são tão naturais assim, regadas por uma exploração excessiva visando o lucro e que acaba afetando populações mais vulneráveis. O filme fala muito sobre um momento que estamos vivendo, de um mundo que caminha para um apocalipse climático enquanto temos pessoas tentando sobreviver.

Hoje, o que te inspira?

O fator humano. Eu me conecto com pequenas histórias e com as relações humanas, enquanto eu reflito sobre temas mais amplos. É um filme profundamente humano, falando sobre luto e perda com pessoas que simplesmente tentam reconstruir a vida. Sou muito conectada com histórias sobre relações humanas, lidando com sentimentos complexos, dentro de uma estrutura determinada. A gente tem um recorte de classe, um recorte social, e isso é importante para compreender o que está acontecendo com esses personagens.

Você é uma cineasta mulher, LGTBQIA+ e que se comunica, principalmente, por meio do cinema de gênero. Como é esse desafio hoje? As coisas mudaram muito desde que começou?

Continua muito complexo. No Brasil, o cinema é um meio bastante machista, controlado por homens brancos e com pouco espaço para mulheres e para pessoas de corpos dissidentes. Eu sinto que tem cada vez mais mulheres buscando contar suas histórias, conseguindo dirigir filmes, inclusive pessoas transexuais, pessoas negras, pessoas indígenas. Há uma vontade de transformar essas narrativas e trazer novos olhares. Mas é difícil conseguir acesso. Temos muitas pessoas que criam histórias, com potencial de dirigir, mas são poucas as que têm acesso para dirigir um filme, já que elas precisam de um suporte estrutural para que esse cenário mude. Talento existe, mas não vemos proporcionalmente. Ou seja: não é que não existam mulheres diretoras ou indígenas diretoras, mas é que não há espaço. Isso não mudou desde que comecei.

Nós tivemos um desenvolvimento enorme do cinema de terror com o Zé do Caixão, mas isso depois esfriou - até que cineastas como você, Marco Dutra e Gabriela Amaral Almeida retomaram isso. Como vê essa retomada? Vê um mercado melhor no futuro?

É uma questão complexa, já que existem ciclos do cinema brasileiro no geral. A produção brasileira quase zerou nos anos 1990 até ser retomada no primeiro governo do Lula. No final, ter mais produção cinematográfica permite ter mais cinema de gênero. Afinal, produzir fantasia e horror é difícil - enfrentamos muito preconceito, pois acreditam que as pessoas não se interessam por histórias assim. Isso está mudando. Temos um público muito fiel, inclusive com muitas mulheres. Ainda assim, continua difícil conseguir abertura para produzir no gênero. Melhorou, mas ainda é restrito. Afinal, ficamos muito dependentes do que está sendo contado na época. Ainda assim, o interesse pela fantasia está sempre lá. Algumas vezes maisgloboesporteflamengoalta, outras maisgloboesporteflamengobaixa. De qualquer forma, tenho a sensação de que temos cada vez mais interesse pelo fantástico no Brasil. O fantástico ajuda a gente a falar simbolicamente de vários problemas e sentimentos que passamosgloboesporteflamengotodo o País.

Você foi premiada no Festival de Berlim e integrou o júri da Palma Queer, de Cannes. Como é ter esse reconhecimento fora do País?

Para mim, é importante ter esse reconhecimento. Ajuda a divulgar meu trabalho e faz com que as pessoas conheçam mais meus filmes - ainda mais agora, quando já estou no meu quarto longa. É um processo de carreira que mostra coerência no que estou fazendo. As pessoas estão entendendo o meu tipo de linguagem, os temas que me interessam. Isso me dá oportunidade de mostrar meus trabalhos anteriores. Vou ter uma retrospectiva agora no Chile, estou com convites de retrospectivasgloboesporteflamengooutros países. Com isso, novas gerações conhecem meus outros filmes, meus curtas. É muito bom ter esse diálogo sobre meu trabalho, inclusive com os mais jovens, para que eu continue com minhas propostas, minhas ideias, minhas histórias.

Por fim, quais são seus novos planos?

Estou trabalhandogloboesporteflamengodois projetos de roteiro de longa-metragem. Umgloboesporteflamengoparceria com o Marco Dutra, chamado Famintos, de gênero. É cinema de horror. Estamos empolgadosgloboesporteflamengoretomar a parceria. E tenho também um projeto solo, chamado Uma Mulher, e que fala sobre questões importantes pra mim, como feminismo, e que veio de uma bolsa do Projeto Paradiso. Estou animada com esses próximos passos.

Estadão
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Fontes de referência

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