gc poker-Luísa Sonza mergulha na exposição midiática e vende feminismo válido, mas esburacado; leia análise
gc poker
Artista, que sofre com haters há anos, ainda escolhe ser o assunto principal, como ao expor traição ao vivo na TV; é visível que Luísa fala de tudo que a diz respeito - exceto caso de racismogc poker de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
Luísa Sonza é o assunto. Já era uma das artistas mais ouvidas do Brasil. Já estava comgc pokerimagemgc pokertodos os lugares, se apresenta nos maiores festivais do País. E, ainda assim, parece que ela sempre quer mais.
Eu não sei como ela aguenta. Estamos falando de uma mulher que, desde seu casamento com Whindersson Nunes, tem seu lugar como mulher e seus relacionamentos questionados. Teve quem a culpasse pela morte prematura do filho de seu ex, com outra. Imagina o peso disso? Até o caso de racismo, a principal crítica sobre a pessoa Luísa Sonza era de que ela era mulher: "vagabunda", "interesseira", cantou ela mesma, citando as palavras que ouvia.
Depois de tanto sofrer, assumir casos de depressão e ansiedade, e engatar longos hiatos, era de se esperar que Sonza quisesse se distanciar um pouco da exposição.
Mas não: Luísa mergulha nela. Tornagc pokervida pessoalgc pokerprincipal commodity, quase que aparentemente sem filtro. Com boas dicas de uma equipe robusta de marketing e gestão de imagem, acompanhamos ela mesma alimentando a mídia, escolhendo ser o assunto, publicizando cada aspecto pessoal de si. Sobretudo seus relacionamentos.
Dê uma rápida pesquisa e você saberá quando, como e por quê começou "Luísa e Chico" - agora, graças a uma entrevista no maior canal de TV do País, sabe também como e por quê terminou. E onde. E o estado do banheiro.
Tudo isso buscando ostentar uma carga de poder, de controle. "Sou eu quem controla o que pensam de mim, não os tabloides", é o que Sonza quer dizer. É o que Taylor Swift ensinou ao mundo pop. Mas esse controle é ilusório; se você segue se colocando como assunto, é impossível controlar o que as pessoas dizem. (Não à toa, hoje, nem Taylor fala muito nas redes sociais. Ou dá muitas entrevistas, aliás.)
Até que ponto o "falem bem, falem mal, mas falem de mim" é benéfico para Luísa?
Será que Luísa ainda sabe quem é Luísa, sem ser a Sonza? A exposição vende, mas será que vale? Porque, claro, tudo isso interessa à gravadora e à equipe; dá retorno financeiro para a artista, e muito. Mas a vida pessoal dela se tornou a mercadoria mais valiosa do pop nacional. Será que ela não cansa de ser o produto?
Ela é o produto e a bandeira. Ela foi traída, e isso virou um manifesto. "Hoje, eu quebro um ciclo", proclamou, sugerindo que libertaria nós, mulheres, que estivéssemosgc pokerrelacionamentos disfuncionais (o que não parecia ser o caso de Luísa e Chico, apesar do fim trágico). Será?
O feminismo de Luísa Sonza é esburacado. É um feminismo vendável, claro, o que é normal para artistas pop. É válido, também, visto que seu texto tocou várias mulheres. Mas quando entramos nessas manifestações discursivas, entramosgc pokerum território delicado: o quanto essa filosofia se sustenta?
Se a carta aberta sobre traição no Mais Você aludia a um tipo de feminismo, o caso de racismo lembrou a falta da interseccionalidade na vida da artista. Quem a acusou de racismo, afinal, foi uma mulher. Mas Luísa não parece - ou não quer - considerar as outras lutas das quais o feminismo depende e que dependem dele.
O casogc pokersi foi resolvido judicialmente. Houve o pedido de desculpas. Houve o acordo. O processo poderia ser um aprendizado bem carregado por Luísa. O problema é que ficou uma ferida aberta - por ser mal cicatrizada, mesmo. Tudo que aconteceu, de dizer que era "tudo mentira" até assumir a culpa, foi confuso. Ela retornou com a carreira incólume, nunca mais tocou nesse tema e, acima de tudo, cobriu o ocorrido com posicionamentos políticos de outros tipos... o que reabre a ferida, toda vez.
Deu pra ver que a dor do "erro pontual" (sic) de Chico com Luísa teve, para ela, muito mais protagonismo que a dor que ela causou a outra mulher.
Se Sonza optasse por ficar fora das manchetes, a incoerência seria menos aparente. Se explicitasse menos tudo o que pensa, também. Mas quando a gente escolhe dizer muito, o que não é dito também fica muito visível.
É complicado saber tanto de Luísa Sonzagc pokertodos os sentidos. Porque quanto mais eu sei, mais nuances surgemgc pokerouvi-la. Queria curtir SentaDONA tranquilamente, sem conhecer tudo que a pessoa que canta sente e viveu. E a vulnerabilidade não é ruim - eu gostei de Escândalo Íntimo -, mas ela nem sempre significa exposição. Essa é uma linha tênue para qualquer artista, mas muito importante de se traçar.
Quando Luísa não quer vender só suas músicas, como a si mesma, ela traz muita carga junto. Então, fica inevitável a pergunta: o quanto disso queremos comprar?