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ganhos da roleta-Americanas: entenda acusações e quem são os envolvidos na crise da empresa

ganhos da roleta

Relatório apresentadoganhos da roletareunião do Conselho sobre as inconsistências contábeis relatadasganhos da roletajaneiro indica que houve fraude
14 jun 2023 - 12h45
(atualizado às 13h39)
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Americanas afirmou,ganhos da roletafato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que documentos indicam que as demonstrações financeiras da companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior.

Segundo informações divulgadas pela companhia, a fraude começava nos números operacionais da empresa, beneficiava seu Ebitda (siglaganhos da roletainglês para lucros, antes de juros, impostos, depreciação e a amortização) e depois ainda era usada para reduzir artificialmente seu endividamento.

Relatório apresentado pelos assessores jurídicos da administração da empresaganhos da roletareunião do Conselho realizada na segunda-feira, 12, aponta esforços da diretoria anterior para ocultar do Conselho de Administração e do mercadoganhos da roletageral a real situação de resultado e patrimonial da companhia. Conheça pontos do relatório apresentado e quem são os envolvidos.

Verbas publicitárias inexistentes

O relatório identifica diversos contratos de "verba de propaganda cooperada" (VPC), que teriam sido artificialmente criados para melhorar os resultados operacionais da companhia como redutores de custo, mas sem efetiva contratação com fornecedores.

Como as verbas publicitárias inexistentes melhoravam os resultados operacionais da companhia, mas não apareciam no caixa, a empresa teve de descontá-las de alguma forma, e os números foram lançados majoritariamente na forma de "redutores da conta de fornecedores", linha que indica o quanto a empresa paga para os fabricantes.

O saldo devedor da companhia nessa parte do balanço era de R$17,7 bilhõesganhos da roleta30 de setembro de 2022, mas o valor era abatido pelas verbas publicitárias inexistentes, que somavam R$ 21,7 bilhões. A diferença de R$ 4 bilhões teve como contrapartidas lançamentos contábeisganhos da roletaoutras contas do ativo da empresa, diz a Americanas.

Financiamentos sem aprovações societárias

Além dos contratos de "verba de propaganda cooperada" (VPC) e como forma de gerar o caixa necessário para a continuidade das operações das Americanas, a diretoria anterior da companhia contratou uma série de financiamentos nos quais a empresa é devedora perante instituições financeiras, sem as devidas aprovações societárias, todas inadequadamente contabilizadas no balanço patrimonial da companhia de 30 de setembro de 2022 na conta fornecedores.

Fachada de Lojas Americanas na região central de São Paulo; companhia divulgou informações sobre irregularidades.
Fachada de Lojas Americanas na região central de São Paulo; companhia divulgou informações sobre irregularidades.
Foto: Taba Benedicto/Estadão / Estadão

Foram realizadas operações de financiamento de compras (risco sacado, forfait ou confirming) de R$ 18,4 bilhões,ganhos da roletanúmeros preliminares e não auditados. Também foram realizadas operações de financiamento de capital de giro de R$ 2,2 bilhões,ganhos da roletanúmeros preliminares e não auditados.

A Americanas não especificou o períodoganhos da roletaque todo o esquema começou.

E-mails indicam balanço falso

Em depoimento na terça-feira, 13, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Americanas, na Câmara dos Deputados, o CEO da varejista, Leonardo Coelho, entregou documentos com trocas de e-mails que indicam que a diretoria tinha uma versão falsa do balanço da empresa para ser apresentada ao Conselho de Administração e ao mercado.

Os e-mails ainda trazem indícios de participação de empresas de auditoria na elaboração de documentos com redações favoráveis à empresa e de bancos como responsáveis por suavizar o texto das cartas de circularização, usadas como parte da auditoria,ganhos da roletarelação aos financiamentos para o pagamento de fornecedores conhecidos como "risco sacado".

Quem está envolvido?

O relatório da companhia indica a participação na fraude do ex-CEO Miguel Gutierrez e de outros seis diretores e executivos da companhia. Miguel Gutierrez desligou-se da companhiaganhos da roleta31 de dezembro de 2022. Os outros seis também já foram afastados.

Quanto ao suposto envolvimento do Conselho de Administração e dos acionistas de referência da companhia (Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira), o CEO Leonardo Coelho afirmou no depoimento à CPI não haver provas. "Documentos a que temos acesso hoje não mostram envolvimento de acionistas", disse.

Até agora, Sérgio Rial, que identificou o rombo e o tornou público após ficar nove dias como CEO da Americanas, é o único formalmente investigado pela CVM.

Veja abaixo quem é quem no caso Americanas

OS PRINCIPAIS ACIONISTAS DA COMPANHIA

Jorge Paulo Lemann - Empresário

Economista, o empresário de 83 anos nasceu no Rio de Janeiro. É filho de pais suíços - tem cidadania dupla. A família, de Langnau im Emmental, atuava no comércio de laticínios. Hoje é dono, junto com sócios, de empresas como InBev e Burger King.

Marcel Telles - Empresário

Nascido no Rio de Janeiro, tem 73 anos. Com Lemann e Sicupira, foi sócio do Banco Garantia, tido como um "Goldman Sachs" brasileiro, na década de 1970. Os três fundaram a 3G Capital, que tem no portfólio multinacionais.

Carlos Alberto Sicupira - Empresário

Nascidoganhos da roleta1948, no Rio de Janeiro, formou-seganhos da roletaadministração de empresas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Sócio de Lemann e Telles desde os anos 1970. Fundou com os parceiros a 3G Capital.

O EX-PRESIDENTE E DIRETORES ACUSADOS DE FRAUDE

Miguel Gutierrez - Ex-presidente da Americanas

O engenheiro entrou na empresaganhos da roleta1993 e passou por áreas como operações, financeira e logística. Foi presidente da Americanas de 2001 até dezembro de 2022.

Anna Saicali - Ex-diretora

Ex-diretora, entrou na empresaganhos da roleta1997 e foi CEO da AME Digital, carteira digital da Americanas. É formadaganhos da roletaartes plásticas e finanças corporativas.

José Timótheo de Barros - Ex-diretor

Foi vice-presidente de lojas físicas, logística e tecnologia da empresa. Com carreira na companhia desde 1996, começou como trainee.

Márcio Cruz Meirelles - Ex-CEO de Digital

Foi presidente da B2W entre 2018 e 2021, quando ocorreu a fusão com a Americanas. Em 2021, assumiu o cargo de CEO de Digital da empresa.

Fábio Da Silva Abrate - Ex-diretor

O executivo está na empresa desde 2003 e já passou pelo posto de diretor financeiro e esteve à frente da contabilidade da empresa nos últimos anos.

Flávia Carneiro - Ex-superintendente da Controladoria

Também vinda da fusão com a B2W, Carneiro atuava como superintendente de Controladoria da companhia.

Marcelo da Silva Nunes - Ex-diretor

Outro executivo fruto da fusão com a B2Wganhos da roleta2021, era diretor financeiro da empresa. Assim como os demais, foi afastadoganhos da roletafevereiro.

Estadão
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Fontes de referência

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