up betim-CIDH lê sentença de caso histórico de racismo no Brasil
up betim
Caso de discriminação racialup betimprocesso seletivo, ocorrido há 25 anos, expõe falhas no sistema judiciário brasileiroup betim de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
A Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) realiza, nesta quinta-feira, 20, a leitura da sentença do caso de Neusa Nascimento e Gisele Ferreira, vítimas de discriminação racialup betimum processo seletivo da empresa Nipomed, do setor de saúde,up betim1998. O julgamento, transmitido ao vivo pelo Instagram da CIDHup betimparceria com a ONG Criola, pode estabelecer um marco na luta contra a impunidadeup betimcrimes de racismo no Brasil.
Receba as principais notícias direto no WhatsApp! Inscreva-se no canal do Terra
O caso ganhou notoriedade após ser denunciado pela Folha de S.Paulo e expôs falhas no sistema judiciário brasileiro. Em 2023, o Estado reconheceu, perante a CIDH, a violação dos direitos das duas mulheres — o primeiro reconhecimento formal de um caso de discriminação racial pelo país.
Na época, Neusa e Gisele, ambas negras, viram um anúncio de vagas para pesquisadora e foram até a Nipomed para se candidatar. O dono da empresa, no entanto, afirmou que as oportunidades já estavam preenchidas. Horas depois, uma amiga branca de Neusa, com qualificações semelhantes, conseguiu a vaga imediatamente.
As vítimas denunciaram o caso à polícia, mas enfrentaram resistência. Uma delegada chegou a questionar o impacto da situação na vida de Neusa antes de arquivar a denúncia. Gisele, ao tentar registrar um boletim de ocorrênciaup betimoutra delegacia, ouviu de um policial: “Tem certeza de que a vaga era para você?”.
Com apoio do Instituto Geledés, o Ministério Público confirmou a acusaçãoup betim1999, mas o réu foi absolvido. Após recurso, ele foi condenadoup betim2004 a dois anos de prisãoup betimregime semiaberto. No entanto, a sentença foi extinta por prescrição. Um novo recurso argumentou que o crime de racismo é imprescritível, mas o processo nunca teve um desfecho definitivo.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos destacou que o caso evidencia a falta de acesso à justiça para a população negra, especialmente mulheres. O relatório apontou que, apesar da condenação, não houve reparação às vítimas, e a demora de mais de 20 anos no julgamento configura uma falha grave do sistema judicial.