bet365 da bonus-Garimpeiros relatam tensão para deixar território Yanomami
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Diante de operação do Ibama para remover cerca de 20 mil garimpeiros ilegais, invasores tentam deixar terra indígena e dizem estar com medobet365 da bonus de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
No interior da Terra Indígena (TI) Yanomami,bet365 da bonusRoraima, a dois dias de barco da cidade mais próxima, Juliana* diz estar com medo de seguir viagem. Ela pilota embarcações que transportam comida e pessoas para o garimpo e afirma que muitos querem sair dali.
O motivo é a operaçãobet365 da bonuscurso para a retirada de cerca de 20 mil garimpeiros ilegais da TI, realizada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e da Força Nacional de Segurança Pública.
Sem prazo para acabar, a operação de combate à extração ilegal de ouro no território - o qual, segundo a Constituição, é de uso exclusivo dos indígenas - tem autorização para apreender e até destruir equipamentos usados na atividade, como máquinas, tratores, barcos e aviões.
"Os agentes do Ibama estão transitando no rio Uraricoera. Estamos com medo", diz Juliana. Ela afirma que há uma semana está parada no mesmo lugar, com receio.
O governo federal estendeu até o dia 6 de maio o prazo para a saída voluntária dos garimpeiros da TI Yanomami. Está autorizada a circulação de aeronaves e barcos privados para esse fim, que podem transportar apenas as pessoas - e não as cargas.
"A situação aqui não é boa"
"Ainda tem muita gentebet365 da bonustodo lugar", escreve Juliana, adicionando que muitas mulheres fazem parte do grupo. "A situação aqui não é boa. A alimentação está ficando pouca, combustível não há", afirma.
Do meio da Floresta Amazônica, ela responde às perguntas da DW via um aplicativo de mensagens. Questionada sobre como consegue acesso à internet, ela diz que é via rádio ou satélite.
Não muito longe dali, os yanomami enfrentam uma grave crise humanitária que matou ao menos 570 crianças nos últimos quatro anos. Vítimas de desnutrição e de doenças como malária, os indígenas sofrem o impacto direto do garimpo e da contaminação da água por mercúrio.
"É de conhecimento público que tem muita gente grande envolvida no garimpo, com muito poder financeiro. São empresários, políticos locais, pessoas com influência no estado, empresas sediadasbet365 da bonusSão Paulo que compram ouro e exportam", comenta Ivo Macuxi, advogado e membro do Conselho Indígena de Roraima (CIR), que acaba de completar 50 anos.
Controle de quem entra e quem sai
Na sede do Ibamabet365 da bonusBoa Vista, capital de Roraima, alguns barqueiros buscam informações sobre como entrar na TI para retirar garimpeiros. Segundo uma decisão conjunta das Forças Armadas, Funai, Ibama e Ministério dos Povos Indígenas, barcos podem trafegar no território desde que façam um cadastro prévio.
"Não é autorização, é só um cadastro. É para termos um controle de quem entra. Quem estiver lá dentro e não tiver cadastrado, a gente entende que está na terra indígena dando apoio ao garimpo", explica à DW Givanildo dos Santos Lima, coordenador das ações de fiscalização do Ibama no local.
Além da identificação, o barqueiro deve fornecer informações básicas, como tipo de barco e motor, percurso a ser feito, quantidade de combustível transportada, número de garimpeiros que pretende retirar.
As embarcações devem ser vistoriadas na entrada e na saída da TI. Qualquer item localizado que não seja de uso pessoal deve ser apreendido, como equipamentos, minério extraído e armas. Os detalhes de como será feito o controle estãobet365 da bonusdiscussão pelas autoridades envolvidas na operação.
Jailson Mesquita, servidor público que diz fazer uma interlocução políticabet365 da bonusprol dos garimpeiros por meio do movimento "Garimpo é legal", diz que os barqueiros têm medo de fazer o cadastro e, mais tarde, serem intimados a depor.
"Tem viagem de canoa que demora sete dias para buscar o garimpeirobet365 da bonusárea mais remota. Tem que levar alimento e combustível para todo esse período e para muitas pessoas", argumenta.
Garimpeirosbet365 da bonusRoraima
Cleiton Alves, radialista que, junto com Mesquita, atua no lobby pró-garimpobet365 da bonusBoa Vista, diz que mais da metade dos garimpeiros que atuavam ilegalmente no território yanomami já teriam deixado a área. Alves diz que a estimativa foi feita com base no tráfego intenso de canoas que chegam a Alto Alegre, município próximo à TI.
Para Givanildo dos Santos Lima, do Ibama, essa informação não procede.
Segundo Mesquita, cerca de 30 mil pessoas trabalham no garimpo no estado. "Tem ainda as pessoas que trabalham com frete, com as canoas, o supermercado vende muito para garimpeiros, quem vende combustível também ganha, é muita gente envolvida", resume.
Questionado sobre o fato de esses garimpeiros serem invasores do território Yanomami, já que a atividade é proibidabet365 da bonusterras indígenas, Mesquita diz ser a favor da retirada. "Têm que sair, é indiscutível. É irregular, não tinha como continuar", opina, afirmando defender o trabalho regularizado fora da área.
Alves diz ter atuadobet365 da bonusgarimpobet365 da bonusoutras regiões, um trabalho que considera difícil e que, segundo ele, muitas vezes não compensa. "Os ganhos dependem muito da forma como as pessoas trabalham, como elas repartem", explica quando questionado sobre o lucro, negando a existência de "patrões" que financiariam a atividade.
Uma investigação da Polícia Federal (PF) apontou a atuação de organizações criminosas no garimpo. Uma delas, com célulasbet365 da bonuspelo menos três estados, Roraima, São Paulo e Goiás, movimentou R$ 422 milhõesbet365 da bonuscinco anos no comércio de ouro vindo de garimpos ilegaisbet365 da bonusRoraima, segundo a PF. Entre os investigados estão empresários, advogados e até um servidor público de Boa Vista.
"Discurso pró-garimpo desumaniza indígenas"
Nas ruas de Boa Vista, selos de apoio ao garimpo são vistos por todo o comércio. Para as lideranças indígenas que denunciam há tempos o aumento da invasãobet365 da bonussuas terras, especialmente nos anos do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, a tensão é constante.
"Estamos buscando proteger as lideranças para não sofrerem ataques por conta das operaçõesbet365 da bonuscurso", comenta o advogado Ivo Macuxi.
Eriki Aleixo, pesquisador indígena, diz que é difícil estar na capital nesse contexto. "O garimpo movimenta muito a economia local e tem esse discurso de que traz riqueza. É difícil enfrentar. É um discurso que não considera os indígenas como parte da sociedade brasileira, é uma perspectiva que desumaniza os indígenas", afirma o antropólogo.
Ao mesmo tempo, as ações de fiscalização são mais que bem-vindas. "Elas nos trazem esperança de que o governo federal agora está agindo para combater o crime dentro da terra indígena. Mas essa operação, por si só, não garante a proteção do território. É preciso um plano integrado dos órgãos para garantir a proteção dos povos", analisa Ivo Macuxi.
Já há denúncias de que muitos garimpeiros que deixam a TI Yanomami seguem agora para territórios indígenas vizinhosbet365 da bonusbusca da exploração de ouro de forma ilegal.
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*O nome foi alterado pela reportagem para proteger a identidade da entrevistada.