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1xbet yeni giriş-As vezes da saudade de quando não tinha preto no BBB

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Nos últimos anos o programa aumentou a representatividade, mas a empatia da sociedade pelas pessoas negras segue minúscula
21 fev 2025 - 14h55
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BBB 25: Thamiris e Camilla
BBB 25: Thamiris e Camilla
Foto: @bbb via X (Twitter) / Estadão

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Confesso que não estou assistindo essa edição do Big Brother Brasil. Não me pergunte o porquê, nem eu sei. Ano passado eu já havia desanimado e só me interessei no meio do programa por causa do Davi, que era um cara preto da minha cidade, Salvador, e favorito para ganhar o programa. Por mais que não esteja acompanhando, eu tenho uma bolha que segue consumindo o programa e eventualmente vejo algumas coisas. A sensação que eu fico é que o BBB é, no geral, uma máquina de moer gente preta.

Aparentemente tem duas irmãs negras do Rio de Janeiro, Tamiris e Camilla, que estão desagradando uma galera, pelo que vejo elas são casca-grossa mesmo, jogam, falam de todos e uma delas chegou até a militar errado. Não estou dizendo que elas são certas, até porque, como já dito, não estou acompanhando o programa. A questão é que pessoas negras dentro do programa são julgadas de maneira muito mais ríspida, e essa rispidez, muitas vezes, sobretudo nas redes sociais, acabam se tornando racismo.

Uma pessoa negra não precisa fazer muito para ser colocada como vilã, se ela der munição aí que o ódio vem pesado. Isso pode ocorrer dentro ou fora da casa, tá? Babu, por exemplo, que é uma pessoa muito tranquila, foi tachado de violento pelas fadas sensatas que as feministas liberais estavam adorando. Lumena teve seus erros e até ano passado estavam jogando fezes na porta da casa dela. Karol Conka mesmo com seus erros não merecia metade do que passou, sobrando até para o filho dela. Dr. Fred que sofreu intolerância religiosa na cara dura e até Davi, que venceu o programa, era odiado por uma galera de maneira tão agressiva e racista que me fez parar de querer assistir ao programa.

Todas essas pessoas tiveram erros, tá? Não estou querendo dizer que todas as pessoas negras que passaram no Big Brother Brasil eram santos que deveriam ser imaculados. A questão é que, a meu ver, os acertos das pessoas negras são mitigados e os erros maximizados de uma forma muito latente. Já as pessoas brancas têm o privilégio de serem devidamente exaltadas pelas suas jogadas acertadas e seus erros ponderados, e nesse sentido, falo mais sobre o público de casa, do que dos participantes do programa.

Lucas Penteado foi a primeira participação que me fez sentir mal, ele teve suas identidades desacreditadas, seus desejos questionados e seus choros ridicularizados, me fez remeter a uma situação de desumanidade horrenda. Eu lembro de acompanhar a saída dele do programa com o coração apertado. Eu não me lembro de pessoas brancas serem alvo de acusações como ele. Até faca para, supostamente, se defender do rapaz foi pega.

Eu sou um cara da comunicação, eu acredito mesmo que os meios de massa são uma das formas de introduzir pessoas dentro da sociedade. Contudo, o que vemos no BBB é que não adianta colocar pessoas negras, que socialmente não há um trabalho duro para que a sociedade enxergue elas de maneira mais humanizada. Não adianta só expor nos produtos da indústria cultural, tem que ter projeto do estado para que pessoas negras tenham mais acessos à educação, saúde, moradia digna. O racismo deve ser combatido1xbet yeni giriştodas as esferas e não apenas nas menos complexas, do contrário, a pessoa negra vai está ali a serviço do julgamento racista de uma sociedade que não aprendeu a respeitar a identidade do indivíduo negro.

Ter pessoas negras na TV é bacana, a representatividade é maravilhosa, mas enquanto a maioria dos negros for pobres, encarcerados e mortos, o racismo seguirá. A imagem das pessoas negras seguirá sendo marginalizada e os julgamentos sobre aquele corpo seguirão sendo mais cruéis, e ao invés de serem enaltecidos, estão sendo julgados, tendo suas dores expostas e ocupando um lugar que trará mais dor e sofrimento do que algo de fato positivo.

Fonte: Luã Andrade Luã Andrade é criador de conteúdo digital na página do Instagram @escurecendofatos. Formado1xbet yeni girişcomunicação social e membro da APNB. Luã discute questões étnico raciais há dez anos e acredita que o racismo deva ser debatido1xbet yeni giriştodas as esferas da sociedade.
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