vbet sign up offer-'Pensavam que eu era branco por ser fluentevbet sign up offeringlês e francês': como o racismo emperra carreira de negros no Brasil
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Brasil tem uma das maiores populações negras do mundo, mas apenas 6% ocupam cargos de gerência no mercado de trabalho.vbet sign up offer de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
"Sentia que minha carreira estava sendo limitada pelo meu tom de pele. Ouvia que não combinava com o perfil. Ou que não seria alguém que eles promoveriam", lembra Luana Genot.
Luana conta não ter as melhores lembranças quando buscava um emprego na área de comunicação. Mas,vbet sign up offervez de simplesmente ficar com raiva, decidiu fazer algo a respeito: agora é diretora-executiva do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR), uma ONG que ajuda as empresas a mudarvbet sign up offerculturavbet sign up offertorno de funcionários negros.
No entanto, o início profissional na vida de Luana foi muito diferente. Ela começou a modelar quando ainda era adolescente e morava no Rio, evbet sign up offercarreira na moda a levou por todo o mundo, de Londres a Paris, passando pela África do Sul.
O trabalho pode parecer glamoroso à primeira vista, mas ela conta que se sentiu excluída por causa da cor devbet sign up offerpele, já que os clientes muitas vezes não conseguiam imaginar alguém como ela representando suas marcas.
Quando parou de modelar e voltou para casa, encontrou os mesmos obstáculos.
'Falsa democracia racial'
Mais de 50% dos brasileiros se definem como pretos ou pardos, segundo o Censo.
No entanto, dados de 2016 mostram que os negros ocupam apenas cerca de 6% dos cargos gerenciais e recebemvbet sign up offermédia 44% menos no geral.
"Aqui existe esse mito da democracia racialvbet sign up offerque todos, independentemente do tom de pele, podem ser bem-vindos. E isso é falso", diz Luana. "A mensagem para mim foi que este paraíso não existe. Precisamos construí-lo."
É exatamente isso que ela está tentando fazer com seu instituto — ajudar as empresas brasileiras a serem mais "antirracistas ativamente",vbet sign up offersuas próprias palavras.
Ela vê o quanto empresas se beneficiamvbet sign up offeratrair e manter talentos negros que não conseguiriam ingressar no mercado corporativo de outra forma.
"Isso não é um favor para os negros. As empresas precisam desses negros para pensarvbet sign up offerprodutos e serviços que atendem a maioria brasileira."
Mudança no topo
As coisas começaram a mudar nos últimos anos. A ação afirmativa encontrou terreno fértil no Brasil. Instituições estatais e universidades públicas estabeleceram cotas para trabalhadores e estudantes negros.
Mas para algumas pessoas, as cotas não são suficientes para fazer a diferença. Há pouco mais de um ano, Luiza Trajano, proprietária do Magazine Luiza, maior varejista do Brasil, decidiu abrir seu cobiçado programa de trainee de gestão apenas para candidatos negros.
Trajano, que é branca, começou a trabalhar na pequena loja de presentes devbet sign up offerfamíliavbet sign up offerFranca, no interior de São Paulo, inauguradavbet sign up offer1957. Ela assumiu as rédeas do negóciovbet sign up offer1991 e o transformouvbet sign up offerum gigante do varejo, vendendo de tudo, de hidratantes a MacBooks. Ela diz que as preocupações com seu próprio viés inconsciente sobre o racismo motivaram-na a implementar ações afirmativas emvbet sign up offerempresa.
A empresária lembra quevbet sign up offersuas festas de aniversário ou emvbet sign up offercasa nunca havia mulheres negras presentes. E sentiu que precisava fazer algo sobre isso.
Trajano descobriu que 52% das pessoas que trabalhavam para o Magazine Luiza eram negras, mas no nível gerencial esse número se limitava a 16%.
Todos os anos, o Magazine Luiza reservava algumas vagas no programa de trainee de gestão para negros, mas ninguém se candidatava.
Tudo mudou quando a empresa decidiu abrir uma convocatória exclusivamente para negros. O resultado foi surpreendente: 21 mil se candidataram a 20 vagas. A empresa também garantiu que os novos trainees recebessem os mesmos salários que seus colegas brancos.
"Agora quando você olha os corredores da empresa, vê muito mais funcionários negros do que antes. Me parece que eles sentem que pertencem a esse lugar, independentemente do cargo", diz Trajano à BBC.
Falta de representação
As tentativas de melhorar o recrutamento e a promoção de funcionários negros são apenas um lado da moeda. O acesso à educação pode ser difícil para muitos jovens negros.
Alabe Nujara, que hoje trabalha para a ONG Instituto Guetto,vbet sign up offerSão Paulo, foi um dos responsáveis pela bem-sucedida campanha de implantação de cotas para alunos carentesvbet sign up offerinstituições federais. Quando,vbet sign up offer2009, se tornou o primeiro da família a entrar na universidade, não viu ninguém lá que se parecesse com ele.
Mas, apesar de ser um estudante e ativista de sucesso, Nujara achou muito desafiador ser um homem negro tentando seguir uma carreiravbet sign up offerrelações públicas. Sua impressão é que os negros têm muito mais chancesvbet sign up offerempresas internacionais com sede no país.
Quando finalmente obteve um empregovbet sign up offeruma companhia francesa, ele conta que as pessoas ficavam constantemente surpresas por ele ser negro ao conhecê-lo. A ideiavbet sign up offertelefonemas e e-mails era que alguém emvbet sign up offerposição, fluentevbet sign up offerfrancês e inglês, deveria ser branco.
E essa evidência anedótica é ecoada na pesquisa feita por Graziella Moraes Silva, professora brasileira de sociologia e antropologia que atualmente trabalha no "Graduate Institute", na Suíça.
De volta ao seu país de origem, ela pesquisou as experiências de profissionais negros no Brasil.
Moraes Silva descobriu que, para muitos, a primeira vez que se sentiram bem por serem negrosvbet sign up offersuas carreiras foi nos Estados Unidos.
"O que, eu acho, diz algo sobre o tipo de reconhecimento que essas pessoas não estavam recebendo no Brasil", diz ela.
A professora assinala que o Brasil — o último país das Américas a abolir a escravidãovbet sign up offer1888 — procurou projetar a imagem de um país de ascendência mestiça, onde a cor da pele de uma pessoa não importa.
Para Luana Genot, há uma crença genuína de que o tipo de mudança pela qual ela está trabalhando é alcançável emvbet sign up offervida.
"Trabalho para não existir mais", diz elavbet sign up offertom de brincadeira.
"Em 50 anos, quero andar pelas empresas e ver mais profissionais negros como gerentes, como diretores. Não quero mais que essa luta seja necessária."
Ouça mais sobre as dificuldades de profissionais negros no mercado de trabalho brasileiro para se sentirem aceitos e receberem promoções, ouça a reportagem de Ivana Davidovic no programa diário de negócios da BBC World.