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brasileirao serie-Pode a matemática ser um agente de combate ao preconceito e à discriminação?

brasileirao serie

É necessário pensarbrasileirao serieestratégias que garantam o acesso e a permanência de todos dissidentesbrasileirao serietodos os ambientes da sociedade
27 nov 2023 - 10h35
(atualizadobrasileirao serie28/11/2023 às 09h05)
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Precisamos refletir sobre a presença da população LGBTI+, pessoas com deficiência, negras, indígenas, quilombolas e tantos outros corposbrasileirao serieambientes educacionais
Precisamos refletir sobre a presença da população LGBTI+, pessoas com deficiência, negras, indígenas, quilombolas e tantos outros corposbrasileirao serieambientes educacionais
Foto: LumiNola/iStock

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A emergência da presença,brasileirao serieespaços de poder, de corpos que dissidem das normas sociais historicamente impostas pelo patriarcado e pela cis-heteronorma é notável, tendobrasileirao serievista as transformações sociais desencadeadas, sobretudo, pelo avançar das lutas travadas por minorias sociais que não aceitam mais terem suas existências cerceadas por esses dispositivos de segregação. Isso comprova a necessidade de pensarmosbrasileirao serieestratégias que garantam o acesso e a permanência desses corposbrasileirao serietodos os ambientes da sociedade.

Desta forma, e muito que urgentemente, precisamos refletir sobre a presença da população LGBTI+, pessoas com deficiência, negras, indígenas, quilombolas e tantos outros corposbrasileirao serieambientes educacionais, pois são nestes que o desenvolver de toda a trajetória de formação cidadã se inicia. São nestes lugares que podemos garantir que o mínimo de protagonismo e desenvolvimento social possam de fato existir. Não podemos pensarbrasileirao serieseguir avançando com políticas públicas que promovam a equidade social e garantam direitos mínimos, sem a participação de todas as pessoas.

Mas como fazer valer a presença e a plenitude da existência dessas pessoas dentro desses ambientes, fazendo com que de fato se sintam pertencentes a eles? Quais seriam as estratégias necessárias para que LGBTI+ permaneçam nesses espaços com respeito às suas identidades e/ou orientações? É pensando nas respostas para essas perguntas e tantas outras que a cada dia mais surgem iniciativas que promovem a cidadania e a equidadebrasileirao seriesalas de aula Brasil a fora, sobretudo possibilidades que adentram o universo curricular e que se apresentam como uma oportunidade de promoção de cidadania e justiça social.

E é nesse contexto de redimensionamento do currículo e de potencialização de instrumentos nele contido que procuramos desconstruir paradigmas e movimentar saberesbrasileirao seriefavor da luta contra todas as formas de preconceito. Nesse contexto, e muito particularmente, citamos a matemática, que historicamente é tida como um componente curricular que se sobrepõe entre os outros, que coleciona títulos de exclusão e que reverbera a cis-heteronormatividade, trazendo quase sempre, dentro de todos os seus contextos, um perfil que é cis, hetero, masculino e branco. Mas como é possível tirar a matemática, uma ciência dita exata, debrasileirao seriezona de conforto e debrasileirao seriesuposta neutralidade, rompendo a barreira da cis-heteronormatividade e tornando-a um instrumento de inclusão?

 A priori, tentar procurar embasamento legal para construir caminhos para essas discussões não é nada fácil, mas é possível. Documentos orientadores, como é caso da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) trazem no seu escopo formas generalistas de se abordar as temáticas Gênero e Sexualidades, o que por vezes deixa lacunas e muitas dúvidas, mas são nessas "brechas" da legislação e com a ajuda de outros dispositivos mais direcionados, como é o caso dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN -1998) que conseguimos articular esses saberes à matemática.

Afunilando ainda mais a compreensão, podemos citar uma forma de articulação que garante o debate assertivo e correlaciona problemas sociais a assuntos da ementa curricular. Anualmente a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA) produz um dossiê sobre o monitoramento das violências contra pessoas trans e travestis brasileiras. Esses dados são importantíssimos para a construção de políticas públicas que promovam a cidadania dessas pessoas. Quando olhamos para o documento, nos deparamos com aspectos matemáticos do início ao fim. São tabelas, gráficos, porcentagens, médias, todos acompanhados de um estudo sensível e qualificado, que leva a informação e condiciona reflexões.

Com todo esse materialbrasileirao seriemãos, com o "traquejo" pedagógico adequado para cada ano/série e articulando com a legislação educacional, podemos promover múltiplos diálogos utilizando a matemática como instrumento para transformação social e de combate à transfobia, visibilizando uma população que é segregada e marginalizada historicamente e que necessita de acolhimento e cidadania. Claro que tratar sobre um assunto tão delicado não é tão simples assim, porém precisamos debater essas violências sofridas cotidianamente, sobretudo dentro dos ambientes escolares, para que elas não se repitam e sejam erradicadas de vez. Esse é apenas um exemplo de abordagem pedagógica no qual a matemática pode ser utilizada como instrumento dialógico, dentre tantos outros.

Como um exemplo para podermos visualizar a matemáticabrasileirao serieuma outra perspectiva, diferente da que nos foi condicionada, temos o MatematiQueer. Um grupo de pesquisa e extensão que articula as questões de gênero e sexualidadesbrasileirao serieEducação Matemática, além de fomentar práticas pedagógicas antimachistas, antissexistas, antiLGBTIfóbicas nas aulas de matemática. Atualmente o grupo possui mais de 200 colaboradoras/ies/es espalhadas/es/os por todas as regiões do Brasil. Coordenado pelo professor Dr. Agnaldo Esquincalha e sediado na Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, o grupo desenvolve várias ações de formação e aperfeiçoamento, que nos levam a conceber a matemática como uma aliada no combate de todas as formas de segregação, violência, preconceito e opressão. 

Seguir avançando no combate a LGBTfobia, sobretudo no combate à transfobia, não é uma escolha, mas, sim, uma necessidade. Precisamos TRANSformar, cada vez mais, as escolas do nosso paísbrasileirao serieambientes acolhedores e que promovam a cidadania de todas as pessoas, respeitando suas diferenças. Utilizar o currículo e os seus componentes é uma forma de agir urgente e cabe a cada um/a/e de nós professoras/es/ies, com a ajuda de toda a comunidade escolar, tornar isso possível. 

Fonte: Redação Nós
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