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bet 45 com-Violência contra mulher expõe necessidade de reformas estruturais

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De acordo com estimativas da OMS, quase umabet 45 comcada três mulheresbet 45 comtodo o mundo já sofreu violência física e/ou sexual
8 out 2024 - 15h01
(atualizado às 15h30)
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Manifestaçãobet 45 comapoio a Gisèle Pelicotbet 45 comParis
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Foto: DW / Deutsche Welle

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Discursobet 45 comtorno de casos extremos de abuso sexual, como o de Gisèle Pelicot, na França, têm resultadobet 45 commais proteção para mulheres? Episódios na Índia, México e Alemanha mostram que ainda há muito a se fazer.

A violência de gênero, ou seja, contra uma pessoa devido ao seu gênero biológico ou social, é onipresente. De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), quase umabet 45 comcada três mulheresbet 45 comtodo o mundo já sofreu violência física e/ou sexual.

Violência contra mulher: conheça os 5 tipos Violência contra mulher: conheça os 5 tipos

São muitos os motivos, portanto, para a proliferação de atos de repúdio à violência contra a mulherbet 45 comtodo o mundo. Um dos mais conhecidos é o #MeToo, nos Estados Unidos, cujo braço no Brasil reuniu recentemente denúncias de assédio sexual que derrubaram o ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida.

Há campanhas como a #Aufschrei (gritaria ou indignação,bet 45 comalemão), na Alemanha, protestosbet 45 commassa no México e na Índia contra o estupro e o feminicídio, além do caso de Gisèle Pelicot, na França, que virou ícone dessa luta.

Campanhas como essas contribuem para a conscientização da sociedade, porém uma mudança real só acontece se políticos e Judiciário seguirem o exemplo.

França: "Para que a vergonha mude de lado"

O caso de Gisèle Pelicot chocou a França e o mundo inteiro: a senhora de 72 anos foi drogada pelo marido durante anos e abusada por ele e por outros homens. Ele filmou 200 incidentes, imagens que agora servem como prova no julgamentobet 45 comandamento, com outros 50 acusados. Um aspecto importante do caso é que Gisèle Pelicot fez uma campanha explícita para que o julgamento ocorresse publicamente, "para que a vergonha mude de lado".

Para demonstrar seu apoio a Pelicot e a outras vítimas de violência sexualizada, milhares saíram às ruasbet 45 comcidades da Françabet 45 comsetembro, entoando: "Somos todas Gisèle!".

Mas, embora tenha trazido de volta ao foco na França aspectos fundamentais da violência contra a mulher, isso não basta, afirma Elke Ferner, presidente da organização UN Women Deutschland. Ela acredita serem necessárias mudanças na legislação penal francesa. "Não existe nem mesmo uma regra de 'não é não', segundo a qual atos sexuais contra a vontade reconhecível da outra pessoa seriam puníveis. Em vez disso, na França, deve haver uma resistência ativa para que se possa falar de estupro perante um tribunal."

Índia: discriminação e misoginia persistem

No início de agosto, o estupro e o assassinato de uma médica residente de 31 anos causaram indignação na Índia. Ela foi encontrada morta num hospital estadualbet 45 comCalcutá, capital do estado de Bengala Ocidental. O último de muitos casos de estupro no país mais populoso do mundo provocou protestosbet 45 commassa. Os funcionários do hospital estadual entrarambet 45 comgreve, e Bengala Ocidental endureceu as penas por estupro.

Para muitos indianos, o crime traz lembranças do brutal estupro coletivo de uma estudante num ônibus na capital Nova Delhi,bet 45 com2012. A jovem de 23 anos morreu devido a graves lesões internas. Na época, os protestos e a indignação pública foram ainda maiores do que agora, observa Ranjana Kumari, ativista dos direitos das mulheres indianas.

A diretora do Centro de Pesquisa Socialbet 45 comNova Délhi e presidente da Women Power Connect, uma coalizão de organizações de mulheres considera situação preocupante.

"Quando se olha os dados, vê-se que o crime aumentou. Não só a violência doméstica, mas também crimes no espaço público, na forma de estupro e também de intimidação e assédio nas ruas. E especialmente chocante e inquietante é que mais crimes estão acontecendo com mulheres provenientes de comunidades minoritárias. E dos dalits desprivilegiados", frisou, referindo-se ao grupo mais baixo no sistema de castas da Índia.

A violência sexual reflete as estruturas patriarcais e misóginas da sociedade indiana, na qual a evolução das normas sociais é lenta, acrescentou Kumari. Embora as leis tenham sido reformuladas e novos programas lançados nos últimos anos, muito não sai da teoria para a prática.

Houve casos repetidos de autoridades que tentaram encobrir fatos, ou funcionários que se recusaram a aceitar denúncias de mulheres. "Os casos levam de 10 a 15 anos para chegar a qualquer tipo de justiça. Portanto, o que está falhando são essas instituições. É preciso começar a fazer justiça, caso contrário os criminosos ficam mais ousados", explica a ativista.

Mexicanas se levantam contra o feminicídio

No México, centenas são vítimas de feminicídio todos os anos - assassinadas por serem mulheres, geralmente por seus (ex-)parceiros. De acordo com dados oficiais, houve 827 feminicídiosbet 45 com2023, sendo possível que o número de casos não relatados seja significativamente maior. Especialistas atribuem as altas taxas de feminicídio no México ao machismo cultural profundamente enraizado, e a um sistema de Justiça problemático, que oferece pouca proteção às mulheres.

A alarmante extensão da misoginia mortal gerou um movimento feminista que ganhou impulso nos últimos anos, transformando-sebet 45 comrevolta social. "Os protestosbet 45 commassa contra o feminicídio e outras formas de violência de gênero desempenham um papel importante no avanço da conscientização pública e na responsabilização das autoridades", observa a advogada americana Julie Goldscheid, especialistabet 45 comviolência de gênero.

Devido ao alto nível de atenção do público, o Judiciário e os políticos têm abordado a questão cada vez mais, contudo até agora não se concretizaram medidas abrangentes e eficazes. Muitos mexicanos estão agora de olhos atentos a Claudia Sheinbaum, a primeira mulher presidente do país, que já anuncioubet 45 comintenção de ampliar a proteção feminina.

Alemanha: leis reformuladas

Em 2013, as alemãs começaram a usar nas mídias sociais a hashtag #Aufschrei, que tanto significa "gritaria" como "indignação", para relatar suas experiências de sexismo e violência. A cobertura jornalística da ação suscitou uma discussão mais ampla sobre o tema na Alemanha.

Isso provavelmente incentivou algumas mudanças nos anos seguintes: a pílula do dia seguinte está disponível sem prescrição médica desde 2015, e a lei sobre crimes sexuais foi reformadabet 45 com2016.

Elke Ferner, presidente da UN Women Deutschland, explica: "O princípio de 'não significa não' implica que crimes que antes não eram considerados estupro agora são punidos como tal. Anteriormente, se uma mulher não dissesse explicitamente 'não', porque estavabet 45 comestado de choque ou não queria colocarbet 45 comrisco crianças no cômodo ao lado, era mais difícil classificar o ato como estupro".

O princípio "sim é sim", que também foi discutido na época, teria ficado ainda mais claro, pressupondo um consentimento clarobet 45 comvez de uma recusa clara. Ferner acredita que a tarefa mais urgentebet 45 comtermos de direitos das mulheres e proteção contra a violência é a planejada Lei de Assistência à Violência.

Através dela, vítimas de violência doméstica teriam direito legal de receber aconselhamento e proteção. Ficam também estabelecidas as primeiras diretrizes unificadas para o financiamento de abrigos e centros de aconselhamento feminino. De acordo com os números oficiais, 250 mil pessoas foram atingidas pela violência doméstica na Alemanhabet 45 com2023. A cada dois ou três dias, uma mulher morrebet 45 comdecorrência de violência pelo parceiro íntimo.

Deutsche Welle A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independentebet 45 com30 idiomas.
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Fontes de referência

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