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betano bonus de registo-Índios do sul do Amazonas pensavam estar livres do incêndio

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"Não tinha fogo aqui. Agora veio de uma vez", narra líder de povo que vivebetano bonus de registoárea onde o desmatamento ilegal e a grilagem afloram a olho nu
25 ago 2019 - 03h11
(atualizado às 09h31)
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LÁBREA, HUMAITÁ E MANICORÉ (AM) - Os olhos de Antônio Enésio Tenharin estão desfocados, sem destino certo. Em cima das cinzas que encobrem os campos amazônicos, como é conhecida a área plana da terra indígena que ele lidera, Tenharin só enxerga um deserto morto. O horizonte é uma fumaça e, por trás dele, fogo. "Olha o que fizeram", diz o índio. "Para que tudo isso? Por quê?"

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Foto: CHICO PEIXOTO/LEIAJÁIMAGENS / Estadão

Os parques amazônicos desenham uma linha plana na terra indígena ocupada há séculos pelo povo tenharin. Os indígenas que habitam a região sul do Estado do Amazonas achavam, até a noite passada, que estavam livres do fogo. Vinham fiscalizando toda a área como podiam, percorrendo as terras. Monitoravam e trocavam informações com a equipe de fiscalização do Ibama e do Instituto Chico Mendes. À noite,betano bonus de registotelevisões e celulares, ficavam assombrados com as notícias que percorrem o mundo, mostrando a floresta. Agora, estão dentro da catástrofe.

Os índios tenharins vivem numa área da Amazônia onde o desmatamento ilegal e a grilagem de terras afloram a olho nu, um cinturão verde onde o fogo "brota do nada", no meio da floresta virgem. Com os ventos fortes, as labaredas avançam de forma descontrolada — sem que consigamos detectar os autores do fogo. "Cuidamos dessa terra, do nosso território. Até hoje, o fogo não tinha entrado. Mas agora veio de uma vez,betano bonus de registovários lugares. É um pavor para o nosso povo, porque faz nossas crianças ficarem doentes, mata os animais, só traz coisa ruim", diz Tenharin, sentado sobre um monte de terra, no meio do chão preto.

A nuvem de fumaça que encobre a terra indígena avança pelos municípios amazônicos de Manicoré e Humaitá, segue para Porto Velho,betano bonus de registoRondônia, a 350 quilômetros de distância, e dalibetano bonus de registodiante. Na Amazônia, o dia é branco.

Os quase 3 mil indígenas tenharins que vivem na região estãobetano bonus de registoalerta. Durante o dia, a força da labareda, somada ao calor da Amazônia, não permite nenhuma aproximação. Para além de 30 metros de distância, qualquer aproximação maior é impossível. Nem mesmo os brigadistas conseguem trabalhar. À noite, quando a umidade aumenta e o calor diminui, é a hora de "ir para o combate".

Com 80 quilômetros debetano bonus de registoterra indígena cortados irregularmente pelo traçado da Transamazônica, o povo tenharin espera pelo fim do fogo. Os índios já acionaram todos os órgãos possíveis para tentar conter a queimada. Eles sabem que o mês de setembro costuma ser o pior de todos. É o auge da seca.

Equipes de brigadas do Ibama devem fortalecer o combate na região. "Estamos sozinhos aqui, vendo um governo que fica incentivando esse tipo de situação", diz o líder indígena Antônio Tenharin. "Somos pressionados o tempo todo pelos ruralistas, pelos garimpos, os madeireiros. Agora, temos de lidar com um governo que incentiva esse tipo de coisa?"

As terras indígenas são, historicamente, aquelas que mais preservam as florestas da Amazônia. As imagens de satélite, que hoje assustam o mundo ao exibir a fumaça que encobre a mata, revelam também que, onde há demarcação, a mata está de pé. Ou estava. "Não vamos ficar vendo tudo isso acontecer, parados", diz Tenharin. "Nosso povo vai reagir. Não vão acabar com a nossa casa."

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Estadão
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Fontes de referência

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