plataforma bet jetx-Teresópolis, 5 anos depois: desabrigados ainda esperam casas
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O pequeno riacho que corta o bairro de Campo Grande,plataforma bet jetxTeresópolis, na serra fluminense, e só chega à altura do tornozelo, nem de longe lembra o imenso rioplataforma bet jetxque se transformouplataforma bet jetx12 de janeiro de 2011. Naquela madrugada, o bairro foi arrasado por uma cabeça d'água que arrastou troncos, pedras e toneladas de lama, soterrando casas, automóveis e deixando um rastro de morte. Há cinco anos, a cidade contabilizou 390 mortos, 5 mil desabrigados e 311 pessoas desaparecidas por causa do excesso de chuvas na maior tragédia natural do país.
Hoje (12), cinco anos depois, a vegetação esconde o que restou de escombros de antigas casas e lojas demolidas, mas as marcas permanecem na memória de quem ainda luta para viver. Em Teresópolis 2,1 mil ainda recebem R$ 500 de aluguel social e esperam as chaves das casas populares do Programa Minha Casa, Minha Vida. Apesar de quase prontas, as 1,6 mil unidades só serão entregues depois de construído um viaduto na rodovia de acesso ao condomínio.
Essa foi uma das exigências da Caixa Econômica, que financiou os imóveis, preocupada com o intenso e perigoso tráfego de veículos próximo ao condomínio, que receberá 5 mil moradores.
“Foi problema de planejamento. Até se pensou nisso [no grande fluxo da rodovia], mas com a mudança de governo, foi empurrando, empurrando. Agora, há cerca de 700 casas para entregar [prontas desde 2015, com dois quartos, sala, banheiro e cozinha] e não se consegue por causa disso [do aval]”, explicou o secretário de Defesa Civil do município, Coronel Roberto Silva.
A nova previsão é que a licitação do viaduto pelo governo do estado seja feita esta semana e a obra concluída no segundo semestre do ano, juntamente com uma passagem subterrânea.
Quem espera pela mudança não se conforma. A faxineira Angela Maria Lopes é uma delas. Depois de socorrer vizinhos, perder familiares, ela deixou para trás uma casa com três quartos, ainda nova, mas condenada pela Defesa Civil, para se salvar de novas tragédias no bairro Caleme. Teria,plataforma bet jetxtroca, um novo apartamento entregue pelo governo estadual.
Onde morava, dezenas de pessoas morreram soterradas, atingidas pela tromba d'água. Hoje, Angela tenta se recuperar, trabalhando como diarista para pagar as contas da casa nova e psicólogo para a filha, de 16 anos. “Perdi sete pessoas da minha família, falta achar quatro, entre sobrinhas e primas. Ficamos na esperança, isso acaba com a gente”, desabafou.
“A gente acaba lembrando também do horror que foi aquilo tudo. Chegar à delegacia para reconhecer os corpos despejados de caminhão. Era mangueira aberta para lavar os corpos, para conseguir reconhecer quem era da família. Passamos por tudo isso”, acrescentou.
Ela também socorreu o vizinho Rubens, outro à espera de uma casa. Conta que chegou àplataforma bet jetxantiga porta, coberto de lama, depois que tudo veio abaixo. “Foi um horror mesmo. Teve muita gente, como da minha família, que não podia nem dar banho, foi enterrado sujo mesmo”, lamentou. Ele perdeu dois filhos e a esposa, esta no galho de um abacateiro.
Sobreviventes querem trocar apartamentos por casas
Rubens viveplataforma bet jetxum pequeno apartamento com o filho, no centro de Teresópolis, e sente muita falta da antiga casa. Trabalhador rural, ele fica apreensivo quando pensaplataforma bet jetxmorarplataforma bet jetxapartamento. Mesmo na fila dos imóveis, preferia viverplataforma bet jetxcasa. “Tinha quintal, espaço. Fui lá esses dias, vi meu pé de mexerica. Ficou agora para a natureza lá da mata, né?”.
É o mesmo caso de Maria Arlete Ferreira, que deixou Campo Grande um dia depois da tragédia, sem condições de encarar a devastação e a perda de amigos de uma vida. Hoje, ela viveplataforma bet jetxum sítio próximo, onde se dedica à paixão pelas plantas. “Ela não cuida de uma planta, cuida de todas. Tem até horta, com couve e pimenta”, diz a neta, Iara da Silva Ferreira. “Ela vai ter muita dificuldade de viverplataforma bet jetxapartamento, não sei se vai conseguir e isso nos preocupa”.
De acordo com o líder comunitário da localidade conhecida como Vale da Revolta, Judas Tadeu Florêncio da Cruz, que acompanhou a tragédia de perto, a alocação de pessoasplataforma bet jetxapartamentos, quando a maioria estava acostumada às áreas rurais, não é ideal e pode dar problemas no futuro. Ele defende a oferta de de casas por meio do programa federal.
“A maioria dessas pessoas aqui é agricultora. Como vão colocarplataforma bet jetxum apartamento onde não dá para plantar, para viverplataforma bet jetxcontato com a natureza? A pessoa fica doente.”, disse. A questão foi levada ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.
Memória das vítimas
Em meio à nova paisagem, quase deserta, de um bairro onde viveram cerca de 5 mil pessoas, existe também quem tenha resistido à Defesa Civil. Um dos últimos moradores de Campo Grande, mesmo com a casa condenada, correndo riscos, o pedreiro Amaurino Gonçalves muda-se mês que vem. Ele ficoulá até receber uma indenização por seu sobrado, que considerou justa.
“Os meninos estão trabalhando para recuperar minha casa. O que eu comprei era uma padaria [que fechou depois da enxurrada,plataforma bet jetxbairro próximo]. Só não vou com meus cinco cachorros e sete filhotes. Vou ter que acabar com eles, quero ficar só com dois, não dá para levar”.
Para marcar os cinco anos da tragédia, familiares e amigos das vítimas de Teresópolis se reúnem no fim da tarde hoje,plataforma bet jetxfrente à Igreja Santa Teresa, para prestar homenagens.