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dafabet bonus-Com drones e laços com PCC, quadrilhas de ladrões de agrotóxicos aterrorizam fazendeiros

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Roubos de agrotóxicos se expandem por vários Estados, alimentando o caixa de quadrilhas armadas e criando riscos sanitários à população. Policiais suspeitam que ex-assaltantes de bancos, PCC e Comando Vermelho migraram para a atividade.
16 nov 2019 - 07h08
(atualizado às 10h06)
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Operaçãodafabet bonusNova Mutum (MT) apreendeu agrotóxicos roubados e armas usadas por quadrilha nos assaltos às fazendas
Operaçãodafabet bonusNova Mutum (MT) apreendeu agrotóxicos roubados e armas usadas por quadrilha nos assaltos às fazendas
Foto: Divulgação / BBC News Brasil

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Consumidores receosos com a quantidade de agrotóxicos na comida produzida no Brasil têm outro fator com que se preocupar: a possibilidade de que seus alimentos tenham sido cultivados com agroquímicos roubados.

Roubos de agrotóxicos se tornaram um dos maiores problemas de segurança públicadafabet bonusvários Estados brasileiros, alimentando o caixa de quadrilhas fortemente armadas e criando riscos sanitários à população e ao meio ambiente, pois os produtos ficam sujeitos à adulteração e à burla de normas técnicas.

Policiais investigam indícios de que ex-assaltantes de bancos e grandes facções criminosas — como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV) — estejam migrando para a atividade. As quadrilhas utilizam métodos sofisticadosdafabet bonussuas ações: suspeita-se que algumas usem drones para localizar agrotóxicos na fazendas.

Agricultores têm reagido à ofensiva ampliando os gastos com segurança privada e buscando parcerias com forças estaduais. Em Mato Grosso, um sindicato rural passou a oferecer recompensasdafabet bonusdinheiro para quem denunciar criminosos, e,dafabet bonusGoiás, fazendeiros financiaram a criação de uma divisão da Polícia Militar para combater os crimes.

Mercado ilegal de agrotóxicos

O Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social de Fronteiras (Idesf) estima que 20% dos agrotóxicos vendidos no Brasil tenham origem ilegal. A cifra abarca tanto produtos roubados quanto falsificados ou contrabandeados.

Como o comércio de agrotóxicos movimenta cerca de R$ 44 bilhões ao ano no Brasil, a fatia clandestina desse mercado corresponderia a R$ 8,8 bilhões. Isso é mais do que a metade do valor movimentado anualmente pelo tráfico de drogas no Brasil, conforme uma estimativa da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados.

O alto valor dos produtos e a menor presença policialdafabet bonusáreas rurais explicam o interesse das quadrilhas, diz à BBC News Brasil Flávio Henrique Stringueta, delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil de Mato Grosso. Segundo ele, o roubo e o furto de agrotóxicos são hoje os crimes que mais geram cobranças à polícia de Mato Grosso.

Stringueta diz que o maior roubo de agrotóxicos no Estado envolveu uma carga de R$ 12 milhões, e que os menores costumam movimentar valoresdafabet bonustorno de R$ 300 mil. Ele afirma que não há estatísticas sobre os casos, mas "todas as regiões que são agrícolas têm um índice considerável de ocorrências". O delegado acompanha o tema desde 2011.

Normas técnicas burladas

As quadrilhas costumam vender os agrotóxicos roubados a intermediários, que os repassam a outros fazendeiros. Há casosdafabet bonusque os produtos são adulterados para ampliar os lucros das quadrilhas. Além de pagar preços abaixo do mercado, produtores que adquirem os itens roubados se livram de seguir normas técnicas que regem a venda de agrotóxicos no Brasil.

Quem compra um agroquímicodafabet bonuslojas deve apresentar uma prescrição assinada por um engenheiro agrônomo. Cabe a esse profissional orientar sobre o uso e determinar a quantia máxima a ser vendida, com base no tamanho da plantação.

Especialistas dizem que, quando a compra não segue esse procedimento, há mais chances de que o uso de agrotóxicos viole limites de segurança à saúde humana e ponhadafabet bonusrisco os trabalhadores que os aplicam — ameaças que podem se agravar caso o produto tenha sido adulterado.

Membro do Grupo Técnico Saúde e Ambiente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), o biólogo Fernando Carneiro compara o comércio de agrotóxicos roubados ao contrabando de cigarros. "Assim como os cigarros, os agrotóxicos já são perigosos quando regularizados. O comércio ilegal amplifica esses riscos", ele diz à BBC News Brasil.

Ex-servidor da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e hoje pesquisador da Fiocruz no Ceará, Carneiro afirma que é "praticamente inexistente" a fiscalização do uso de agrotóxicos nas fazendas, o que facilita o emprego de produtos de origem ilegal.

Para combater a prática, a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso sugeriu ao governo estadual a implantação de um sistema que permita rastrear os agrotóxicos da fábrica até o consumidor. A proposta está sendo estudada.

Pessoas detidasdafabet bonusoperação contra o roubo de agrotóxicosdafabet bonusTocantins; regiões com forte produção de grãos concentram os casos
Pessoas detidasdafabet bonusoperação contra o roubo de agrotóxicosdafabet bonusTocantins; regiões com forte produção de grãos concentram os casos
Foto: Divulgação / BBC News Brasil

Fenômeno nacional

Os roubos de agrotóxicos se concentram nos Estados das regiões Sul, Norte, Sudeste e Centro-Oeste que, como Mato Grosso, têm grande produção de grãos, culturas associadas ao uso intensivo de produtos químicos. Também houve assaltos significativosdafabet bonusregiões produtoras de frutas, como o vale do São Francisco, no Nordeste.

As quadrilhas costumam entrar nas fazendas à noite e manter os funcionários como reféns. Geralmente se deslocamdafabet bonuscaminhonetes roubadas e,dafabet bonusalguns casos, portam armas pesadas, como fuzis.

Na última segunda-feira (11/11), a polícia de Mato Grosso prendeu nove pessoas acusadas de integrar uma dessas quadrilhas. Entre os objetos encontrados com o grupo havia balaclavas e uniformes camuflados típicos das Forças Armadas.

Há a suspeita de que algumas quadrilhas estejam usando drones para localizar os depósitos de agrotóxicos. Stringueta diz que, cerca de seis meses atrás, seguranças privadosdafabet bonusPrimavera do Leste (MT) relataram que "drones desconhecidos" estariam sobrevoando plantações. O município é um dos mais visados pelas quadrilhas. Em Sinop (MT), há fazendeiros que orientaram seguranças a atirardafabet bonusdrones não identificados.

Assaltantes de bancos

Outra região mato-grossense cobiçada é a de Lucas do Rio Verde, onde um homem acusado de integrar uma quadrilha morreu durante uma abordagem policialdafabet bonusoutubro. Houve troca de tiros, e um policial ficou ferido.

Stringueta diz que o aumento nos roubos de agrotóxicosdafabet bonusMato Grosso ocorre enquanto há uma queda expressiva nos assaltos a bancos. "Acreditamos que houve uma migração dos ladrões para esse tipo de crime", afirma. "O rendimento de um roubo de defensivo (agrotóxico) é muito maior do que de um roubo a banco, e é muito mais difícil pegar o ladrão, porque ele pode agirdafabet bonusqualquer lugar, longe das áreas urbanas", diz o delegado.

Ele afirma que as quadrilhas costumam agir sob encomenda, priorizando produtos mais caros. Entre os itens mais procurados estão os fungicidas Priori Xtra, da Sygenta, e Fox, da Bayer. Um litro de cada produto vale cerca de R$ 120.

O delegado diz acreditar que o Comando Vermelho, quadrilha fluminense que domina o tráfico de drogasdafabet bonusMato Grosso, também esteja envolvido com a atividade.

Aplicação de agrotóxicodafabet bonuslavoura de soja; fungicida cujo litro custa cerca de R$ 120 é um dos mais buscados pelas quadrilhas
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Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Em 2016, a polícia de São Paulo obteve um indício de uma possível associação do PCC com o roubo de agrotóxicos. Naquele ano, uma operaçãodafabet bonusRibeirão Preto resultou na prisão de seis pessoas, entre as quais um homem acusado de liderar a facção na região. Segundo a polícia, um dos detidos havia participado de um roubo de agrotóxicos na cidade no ano anterior.

Intercâmbio entre polícias

A participação do PCC no roubo de agrotóxicos foi debatidadafabet bonusuma reunião entre policiais militares de vários Estados na sede da Confederação Nacional da Agropecuária (CNA),dafabet bonusagosto,dafabet bonusBrasília. Carlos Frederico Ribeiro, coordenador do Instituto CNA, diz que, segundo os policiais, a facção estaria expandindo suas operações para zonas rurais para aproveitar a falta de policiamento nessas áreas.

A CNA tem organizado encontros para que as forças estaduais compartilhem estratégias de combate a roubosdafabet bonusfazendas. Uma das experiências consideradas bem-sucedidas é a Patrulha Rural Georreferenciada, unidade da Polícia Militar de Goiás lançadadafabet bonus2017 com o apoio financeiro de fazendeiros e hoje presentedafabet bonus80 dos 246 municípios do Estado. Segundo a CNA, os produtores rurais ajudaram a construir delegacias e doaram veículos e equipamentos à divisão.

A unidade mantém um banco de dados das propriedades rurais, com coordenadasdafabet bonusGPS e a relação de bens nas fazendas. Quando há uma emergência, a polícia se desloca ao localdafabet bonusposse dessas informações.

O uso de tecnologias georreferenciadas (baseadasdafabet bonuscoordenadas de GPS) é visto como o principal diferencial da unidade. O sistema facilita o deslocamento dos policiais por estradas que, muitas vezes, não têm qualquer sinalização e ficamdafabet bonusáreas remotas, condições que facilitam a fuga das quadrilhas.

Outra iniciativa destacada foi a criação de um disque-denúncia pelo Sindicato Rural de Sorriso (MT). A entidade oferece até R$ 5 mil a quem fornecer informações que levem à recuperação de agrotóxicos roubados.

Crime hediondo

Em outra frente, a bancada ruralista no Congresso quer endurecer as penas para quem roubar agrotóxicos. Em 2015, o deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) apresentou um projeto de lei que inclui no rol de crimes hediondos o roubo, o furto, a receptação e o contrabando desses produtos. A proposta estádafabet bonustramitação.

A causa também mobiliza o presidente Jair Bolsonaro. Em 2016, quando era deputado federal, ele elaborou um projeto de lei que tipifica o crime de "furto, roubo, dano e receptação de defensivos agrícolas", medida que buscaria desencorajar as quadrilhas.

Se aprovada, será a terceira proposta legislativa que Bolsonaro apresentoudafabet bonusseus 28 anos como deputado a sair do papel.

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Fontes de referência

  1. galerabet bonus
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