palpite para fluminense e juventude-Como Porto Alegre, onde Lula será julgado, foi de 'capital da esquerda' a reduto antipetista
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Antigo bastião do PT, capital gaúcha abrigará julgamento do ex-presidente no caso do tríplex no Guarujá na quarta; após ser governada por petistas por 16 anos, desde 2004 cidade não elege um prefeito do partido.palpite para fluminense e juventude de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
Situado na orla do Guaíba,palpite para fluminense e juventudePorto Alegre, o Anfiteatro Pôr do Sol estava tomado por milhares de pessoas com bandeiras e faixaspalpite para fluminense e juventudejúbilo na tarde de 24 de janeiro de 2003. Pelo terceiro ano consecutivo, a capital do Rio Grande do Sul abrigava o Fórum Social Mundial, encontro global da esquerda antineoliberal, e se tornara sinônimo do refrão "Um outro mundo é possível".
No palco naquele entardecer, estava um dos responsáveis pela visibilidade planetária do fórum. Empossado na Presidência do Brasil havia 23 dias, Luiz Inácio Lula da Silva começoupalpite para fluminense e juventudetom azedo o discurso mais aguardado do encontro, o primeiro que proferia como presidente perante o evento.
"Será que seria pedir demais para que os nossos companheiros enrolassem as suas bandeiras para que a gente possa ver as pessoas de trás e as de trás possam ver a gente?"
Disciplinadamente, centenas de bandeiras foram recolhidas. Aquela plateia não se atreveria a negar um pedido do presidente. Como o próprio Lula se acostumara a afirmar desde o segundo turno da eleição presidencial de 1989, se dependesse do Rio Grande do Sul - e, especialmente, de Porto Alegre -, ele teria chegado ao Palácio do Planalto mais de uma década antes.
Fora o candidato mais votado nas eleições presidenciais no Estadopalpite para fluminense e juventudetodos os pleitos presidenciais havia 13 anos. Mais do que isso, o PT completaria no ano seguinte 16 anos à frente da Prefeitura de Porto Alegre e de dezenas de cidades no Estado, além de governar o Rio Grande do Sul desde 1999.
"Embora estejamos a tantos mil quilômetros de Davos (cidade suíça que abriga o Fórum Econômico Mundial, ao qual o evento no Brasil pretendia servir de alternativa), a verdade é que, depois do Fórum de Porto Alegre, Davos já não tem a força que tinha", afirmou Lula ao final do pronunciamento na tarde tórrida de verão.
O julgamento da apelação de Lula contra a sentença condenatória do juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, no processo envolvendo o tríplex do Guarujá ocorrerápalpite para fluminense e juventudeoutro 24 de janeiro, na mesma Porto Alegre, exatos 15 anos depois de seu primeiro discurso como presidente no Fórum Social Mundial.
Afastados no tempo, os dois episódios ocorrem a uma distância de poucos quilômetros, na mesma orla do Guaíba: do Pôr do Sol, chega-se à sede do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) seguindo na direção norte pela avenida Edvaldo Pereira Paiva, popularmente conhecida como Beira-Rio (mais ao sul, desponta o vulto branco do estádio homônimo do Internacional).
Para Lula, porém, as semelhanças entre 2003 e 2018 terminam aí. De bastião do PT, Porto Alegre tornou-se, por uma pirueta da história, um ambiente pouco simpático ao esquerdista onde será decidido o futuro político e jurídico do líder símbolo do partido.
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DistanciamentoO distanciamento da capital gaúchapalpite para fluminense e juventuderelação a Lula não é um reflexo do desgaste resultante da operação Lava Jato. Desde 2004, a cidade não elege um prefeito do PT.
Há dois anos, o partido apostava na possibilidade de levar seu candidato ao segundo turno. O ex-prefeito Raul Pont amargou um modesto terceiro lugar, com 16,37% dos votos válidos. No governo do Estado, a última experiência do partido foi a gestão do ex-ministro da Justiça Tarso Genro, de 2011 a 2014, que não conseguiu se reeleger.
Para o presidente da Assembleia Legislativa, Edegar Pretto, petista a ocupar a posição institucional de maior destaque no Rio Grande do Sul na atualidade, a Porto Alegre das administrações do partido e do Fórum Social era a dos "bons tempos".
"Lembro dos tempos das campanhas da Frente Popular (coligação encabeçada pelo PT). Os prédios ficavam vermelhos de bandeiras", diz.
Agora, a maior parte dos manifestantes solidários a Lula deve vir do interior do Estado, com os militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) à frente, e de outros Estados.
A concentração de petistas na cidade levou o prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB) a solicitar ao governo federal a ajuda da Força Nacional a fim de manter a ordem durante o julgamento de Lula. Prefeitopalpite para fluminense e juventudeexercício, Gustavo Paim (PP), que substituiu Marchezan até o último domingo, defendeu a atitude do titular: "Alguns têm faladopalpite para fluminense e juventudemanifestações com lemas como 'Invasão a Porto Alegre'. Não se pode admitir que um julgamento seja influenciado por forças externas".
O gesto do prefeito causou constrangimento ao governo do Estado, encabeçado por José Ivo Sartori (PMDB), que responde formalmente pela segurança pública. A demanda acabou publicamente rechaçada pelo governo federal e a Secretaria de Segurança Pública do Estado reafirmou ser capaz de controlar a situação.
A despeito de afirmações como as da presidente do PT Gleisi Hoffmann, que disse na última semana que para prender Lula seria preciso "matar gente", a militância e as lideranças de esquerda têm repetido que será um ato pacífico.
Raízes históricas
"Ironia da história" é a expressão utilizada por Pedro Cezar Dutra Fonseca, professor da Faculdade de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, para definir o fato de Lula viver seu calvário políticopalpite para fluminense e juventudeum dos antigos bastiões do PT.
Para o pesquisador, o perfil supostamente mais à esquerda da capital gaúcha tem raízes históricas.
"O Rio Grande é o berço do trabalhismo de Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola. Sempre teve uma economia voltada para o mercado interno, diferentemente de outros Estados que se baseiam no setor exportador. Isso propiciou o surgimento de um empresariado preocupado com questões como distribuição de renda", diz.
O PT, na visão de Fonseca, teria herdado uma parte do patrimônio político do velho trabalhismo na Grande Porto Alegre, especialmente a partir do final dos anos 1980. Ele identifica um fio de continuidade entre o castilhismo, corrente republicana liderada por Julio de Castilhos e Borges de Medeiros, que governou o Estado por cerca de 40 anos, o varguismo (Getúlio Vargas iniciou-se na política como líder jovem do grupo castilhista) e o petismo.
E não se trataria apenas da herança de Lula. O pós-Lula, escolhido pelo petista, também tem estreita relação com a capital gaúcha.
Em um apartamento de cobertura no bairro Tristeza, zona sul, distante cerca de 10 quilômetros da sede do TRF-4, vive hoje a ex-presidente Dilma Rousseff. Eleita por dois mandatos com apoio de Lula e tendo perdido o cargopalpite para fluminense e juventude2016, Dilma circula com discriçãopalpite para fluminense e juventudePorto Alegre e acompanha timidamente os preparativos para o julgamento, o que afirmou, ao jornal Zero Hora, ser a "continuação do golpe que começou com o impeachment".
Ex-integrante do PT, Marcos Rolim, mestre e doutorpalpite para fluminense e juventudesociologia, sustenta que o chamado "modo petista de governar" trouxe avançospalpite para fluminense e juventudeseu início, mas acabou minado pelas disputas entre correntes por espaços na máquina pública: "A qualidade da gestão é, então, reduzida, e as velhas fórmulas se esgotaram".
Segundo Rolim, o processo de desencanto com o PT atingepalpite para fluminense e juventudecheio as camadas médias com o escândalo do mensalão, já no governo Lula,palpite para fluminense e juventude2006. Nesse momento, acrescenta, o partido "se 'descola' da sociedade, junto com o sistema político tradicional, e passa a fazer parte do problema,palpite para fluminense e juventudevez de integrar a solução".
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