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player block on zebet-O caso das joias envolvendo Bolsonaro: entenda tudo sobre o assunto

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Um dos três pacotes é avaliadoplayer block on zebetR$ 16,5 milhões. Algumas peças teriam sido colocadas à venda de forma ilegal
12 jun 2024 - 06h18
(atualizado às 07h45)
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Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República
Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República
Foto: Wilton Júnior/Estadão / Estadão

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Polícia Federal investiga se houve peculato no caso das joias recebidas pelo ex-presidente como presentes oficiais. Um dos três pacotes é avaliadoplayer block on zebetR$ 16,5 milhões. Algumas peças teriam sido colocadas à venda.O governo do ex-presidente Jair Bolsonaro teria tentado trazer ao Brasil de forma ilegal joias inicialmente avaliadasplayer block on zebetcerca de R$ 16,5 milhões - valor que foi posteriormente corrigido pela própria Receita Federal para R$ 5 milhões. Uma reportagem do jornal O Estado de S.Paulo expôs o caso, e novas revelações envolvendo os supostos presentes da Arábia Saudita ao ex-presidente e aplayer block on zebetesposa, Michelle Bolsonaro, surgiram desde a publicação da primeira notícia,player block on zebet3 de março de 2023. Confira o que já se sabe sobre o caso:

Joias apreendidas no aeroporto

De acordo com a reportagem do O Estado de S.Paulo, as joias foram apreendidas quando uma comitiva do governo Bolsonaro retornava ao Brasil após uma viagem oficial à Arábia Saudita,player block on zebetoutubro de 2021. As peças estariam na mochila de um militar que era assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Alburquerque.

Segundo o documento da Receita Federal sobre o ocorrido no aeroporto de Guarulhos, o militar da comitiva de Bolsonaro disse não ter nada a declarar, mas, ao passar pela alfândega, um fiscal solicitou que ele colocasseplayer block on zebetmochila no raio-x, onde "observou-se a provável existência de joias". A bagagem então foi revistada, e os agentes encontraram um par de brincos, um anel, um colar e um relógio com diamantes. Os objetos foram apreendidos.

De acordo com o documento, o militar informou o ocorrido ao ministro Bento Alburquerque, que tentou liberar as peças alegando se tratar de um presente para a então primeira-dama, Michelle Bolsonaro. A Receita, porém, manteve a apreensão. Em depoimento à PF, Albuquerque mudouplayer block on zebetversão e negou que tivesse conhecimento sobre o destino final das peças.

O que justificou a apreensão

De acordo com a lei, para entrar no país com mercadorias adquiridas no exterior com valor superior a 1 mil dólares (pouco mais de R$ 5 mil), o viajante deve declarar o bem e pagar um imposto de importação equivalente a 50% do valor do produto. Caso tenha omitido a declaração, para a liberação do bem, além do pagamento do imposto é aplicada uma multa adicional de 25% do valor.

Dessa forma, para reaver as joias, Bolsonaro deveria desembolsar cerca de R$ 12 milhões. Uma alternativa para a entrada legal das joias no Brasil, sem o pagamento de impostos, seria por meio de uma declaração do governo de que as peças eram um presente oficial para o Estado brasileiro. Nesse caso, porém, as joias passariam a ser propriedade do Estado.

Tentativas de reaver as joias

Segundo a reportagem, o governo Bolsonaro fez várias tentativas de recuperar as joias, mobilizando os Ministérios da Economia, Minas e Energia e das Relações Exteriores. Numa delas,player block on zebet3 de novembro de 2021, o Ministério de Minas e Energia teria pedido a intervenção do Itamaraty no caso. A Receita, porém, informou que isso só seria possível se fosse feito o pagamento do imposto e da multa.

O Estado de S.Paulo afirmou ainda que o comando da Receita também tentou conseguir a liberação, mas os fiscais, que têm estabilidade na carreira, negaram o pedido. Em outra tentativa de recuperar as peças aindaplayer block on zebet2021, o governo Bolsonaro teria alegado que as joias seriam analisadas para incorporação "ao acervo privado do Presidente da República ou ao acervo público da Presidência da República". A justificativa aparece num documento divulgado nas redes sociais pelo ex-chefe da Secretaria Especial de Comunicação Social Fabio Wajngarten, após a revelação do caso.

Um ofício do gabinete de Bento Albuquerque também de 2021 pedia a liberação dos "presentes retidos", ao alegar ser "necessário e imprescindível que seja dado ao acervo o destino legal adequado". O documento, no entanto, não menciona o destino que seria dado às joias. Poucos dias antes do fim do governo,player block on zebet28 de dezembro de 2022, outra tentativa de recuperar as joias teria sido feita. O próprio Bolsonaro teria enviado um ofício para a Receita pedindo a liberação dos bens.

No dia seguinte, um funcionário do governo foi a Guarulhos para tentar, sem sucesso, recuperar as peças, argumentando que elas não podiam ficar retidas devido à iminente mudança de governo. Segundo o jornal Folha de São Paulo,player block on zebetdezembro de 2022, Bolsonaro também teria conversado por telefone como então chefe da Receita Federal Julio Cesar Vieira Gomes sobrea liberação das joias. Gomes teria pressionado os servidores de Guarulhos para liberarem a entrega das peças ao ex-presidente.

Bolsonaro não cumpriu ritos para regularizar joias

A Receita Federal informou que não foram cumpridos os ritos necessários para incorporar ao patrimônio da União as joias trazidas da Arábia Saudita, apesar de ter orientado o governo Bolsonaro sobre o processo para a regularização das peças.

"A incorporação ao patrimônio da União exige pedido de autoridade competente, com justificativa da necessidade e adequação da medida, como por exemplo a destinação de joias de valor cultural e histórico relevante a serem destinadas a museu. Isso não aconteceu neste caso", afirmou a Receitaplayer block on zebetnota. "Não cabe incorporação de bem por interesse pessoal de quem quer que seja, apenasplayer block on zebetcaso de efetivo interesse público."

O órgão informou ainda que o prazo para a regularização dos objetos terminouplayer block on zebetjulho de 2022, e destacou que todos os brasileiros, "independentemente de ocupar cargo ou função pública", estão sujeitos às mesmas leis aduaneiras.

"Na hipótese de agente público que deixe de declarar o bem como pertencente ao Estado brasileiro, é possível a regularização da situação, mediante comprovação da propriedade pública, e regularização da situação aduaneira. Isso não aconteceu no casoplayer block on zebetanálise, mesmo após orientações e esclarecimentos prestados pela Receita Federal a órgãos do governo", diz a nota.

Mais presentes da Arábia Saudita

Outros presentes enviados pela Arábia Saudita foram entregues a Bolsonaro, segundo a Folha de S.Paulo e O Estado de S. Paulo. Documentos mostram que um pacote com relógio, caneta, abotoaduras, anel e um tipo de rosário islâmico não foi interceptado pela Receita Federalplayer block on zebetoutubro de 2021.

Os objetos estariam na bagagem de outro integrante da comitiva de 2021 e só foram repassados para o ex-presidenteplayer block on zebetnovembro do ano passado. As peças foram entregues pelo então assessor especial do Ministério de Minas e Energia Antônio Carlos Ramos de Barros Mello.

À Folha, Mello afirmou que a demora na entrega ocorreu devido à lentidão no processo para determinar para onde e com quem os objetos ficariam. A Presidência, porém, teria sido informada imediatamente após a pasta ter recebido os presentes.

A Polícia Federal descobriu que o pacote com relógio, caneta, abotoaduras, anel e um tipo de rosário islâmico foi listado como um bem pessoal de Bolsonaro. O ex-presidente confirmou à CNN Brasil que incorporou ao seu acervo privado esse pacote de presentes. "Não teve nenhuma ilegalidade. Segui a lei, como sempre fiz", afirmou Bolsonaro.

Segundo o Blog da Andréia Sadi no G1, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ajudante de ordens do ex-presidente, disse que o estojo que continha os itens estaria no acervo privado de Bolsonaro e comparou as peças a "qualquer outro bem que ele recebeu", como uma caneta, uma Bíblia ou um tênis.

O jornal O Estado de S. Paulo revelou ainda a existência de um terceiro pacote de joias, avaliadoplayer block on zebetmais de R$ 500 mil. Entre as peças estariam uma caneta da marca Chopard, um anel de ouro branco e um relógio Rolex. Esses itens teriam sido entregues a Bolsonaro durante uma viagem ao Catar e à Arábia Sauditaplayer block on zebet2019. O pacote ficou guardado numa fazenda do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet,player block on zebetBrasília. O TCU determinou a entrega imediata do pacote.

Michelle teria recebido segundo pacotes de joias auditas

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro teria recebido pessoalmente um segundo pacote de joias da Arábia Saudita trazido pela comitiva, de acordo com o depoimento de uma funcionária do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH) à Polícia Federal.

As joias teriam entrado ilegalmente no paísplayer block on zebetoutubro de 2021 na bagagem de Bento Albuquerque. De acordo com o depoimento da então coordenadora do GADH Marjorie de Freitas Guedes,player block on zebetmeados de outubro de 2021, foi aberto um processo no sistema referente aos trâmites relacionados aos presentes. O cadastro, porém, foi aberto ainda antes da comitiva do Ministério de Minas e Energia ter retornado ao Brasil da Arábia Saudita.

O processo teria ficado parado até novembro de 2022, quando o então coordenador-geral do GDAH, Erick Moutinho Borges, informou que os presentes seriam recebidos pelo órgão e incluídos no cadastro aberto no ano anterior - algo que, segundo a testemunha, não era comum. As peças seriam incorporadas ao acervo de Jair Bolsonaro.

O chefe do GDAH na época, Marcelo Vieira, teria determinado que, pelo valor das joias, as peças deveriam ser entregues no Palácio do Alvorada. Posteriormente, um funcionário do Alvorada relatou à servidora que "a caixa com as joias já estava na posse da primeira-dama, Michelle Bolsonaro".

O estojo incluía cinco itens: relógio da marca Chopard, caneta, anel, par de abotoaduras e um rosário. Somente o relógio é avaliadoplayer block on zebetcerca de R$ 800 mil. O valor total do kit deve ultrapassar R$ 1 milhão.

Bolsonaro proibido de usar ou vender joias

O Tribunal de Contas da União (TCU) proibiuplayer block on zebet9 de março de 2023 Bolsonaro de usar ou vender as joias que ele recebeu de presente da Arábia Saudita. O ex-presidente ficou com um segundo pacote que não foi descoberto pela Receita. Na decisão, o ministro Augusto Nardes também determinou que o ex-presidente e Bento Alburqueque sejam ouvidos nas investigações.

"Considerando o elevado valor dos bens envolvidos e, ainda, a possível existência de bens que estejam na posse de Jair Bolsonaro, conforme noticiado pela imprensa, entendo importante, determinar que o responsável preserve intacto, na qualidade de fiel depositário, até ulterior deliberação desta Corte de Contas, abstendo-se de usar, dispor ou alienar qualquer peça oriunda do acervo de joias objeto do processoplayer block on zebetexame", afirma Nardes na decisão.

PF vai apurar se houve crime

O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, enviou no dia 6 de março de 2023 um ofício à Polícia Federal (PF) pedindo que o caso seja investigado. No ofício ao diretor-geral da PF, delegado Andrei Augusto Passos Rodrigues, o ministro afirma que, "da forma como se apresentam", os fatos divulgados pela imprensa "podem configurar crimes contra a administração pública".

A PF também investigará se Bolsonaro levou as joias sauditas que ele recebeu para fora do país. Há suspeita do crime de descaminho, pois, se os bens eram pessoais, Bolsonaro deveria ter pago os impostos referentes às peças paraplayer block on zebetentrada no país. Ao entrar sem pagamento, os objetos não poderiam fazer parte do acervo pessoal do ex-presidente.

A PF já intimou Bento Albuquerque e o ex-assessor Marcos André Soeiro, que carregava as joias apreendidas, a deporem no inquérito aberto para apurar o caso. Além da PF, a Receita Federal acionou o Ministério Público Federal (MPF) para apurar o caso e informou que já enviou informações para uma possível investigação.

Bolsonaros negam irregularidades

Tanto Michelle Bolsonaro como o ex-presidente negam irregularidades. A ex-primeira-dama afirmou que não sabia do suposto presente e chegou a fazer piada nas redes sociais sobre as joias. Emplayer block on zebetprimeira reação pública, Michelle disse estar "rindo da falta de cabimento dessa imprensa vexatória".

Depois da revelação do depoimento que contesta a até então narrativa de Michelle de não ter conhecimento do caso, a ex-primeira-dama admitiu pela primeira vez saber da existência das peças. À jornalistas, Michelle disse que as joias foram recebidas no Alvorada, porém, negou que as tenha recebidoplayer block on zebetmãos. Ela disse ainda que "foi tudo feito pelo trâmite administrativo".

Já o ex-presidente negou irregularidades e disseplayer block on zebetentrevista à emissora CNN Brasil que estaria sendo "acusado de um presente que eu não pedi nem recebi. Não existe qualquer ilegalidade da minha parte. Nunca pratiquei ilegalidade". Dias depois, ele voltou a negar ter conhecimento dos presentes que estão retidos pela Receita Federal - um colar, um anel, um relógio e um par de brincos de diamantes. "Eu não pedi, nem recebi esses outros presentes", destacou.

Posteriormente, depois de negar ter conhecimento dos presentes e com a revelação do recebimento do segundo pacote com joias, Bolsonaro confirmou que as peças - relógio, caneta, abotoaduras, anel e um tipo de rosário islâmico - foram incorporadas ao acervo pessoal dele. Em declaração à CNN, o ex-presidente disse ainda que não houve ilegalidades no caso e teria seguido a leiplayer block on zebetrelação aos presentes sauditas.

Ao jornal Folha de S.Paulo, o ex-ministro Bento Alburquerque negou queplayer block on zebetequipe teria tentado trazer presentes caros para Michelle e que ele próprio teria tentado reaver as peças. Posteriormente, a assessoria de Bento Albuquerque afirmou que as joias seriam "presentes institucionais destinados à representação brasileira integrada por Comitiva do Ministério de Minas e Energia - portanto, ao Estado brasileiro", e que,player block on zebetdecorrência, "o Ministério de Minas e Energia adotaria as medidas cabíveis para o correto e legal encaminhamento do acervo recebido".

A declaração contrasta com relatos anteriores do ex-ministro, segundo os quais ele teria dito que as joias eram um presente do governo saudita a Michelle Bolsonaro.

Bolsonaro entrega joias e armas

O ex-presidente Jair Bolsonaro devolveu no dia 24 de março de 2023 um conjunto de joias recebido da Arábia Sauditaplayer block on zebet2021. O conjunto é avaliadoplayer block on zebetR$ 500 mil e é composto por relógio, abotoaduras, caneta, anel e um tipo de rosário islâmico, todos da marca suíça de diamantes Chopard.

Ele também entregou à Polícia Federal um fuzil e uma pistola que recebera de presente de autoridades dos Emirados Árabes Unidos,player block on zebet2019, após determinação do Tribunal de Contas da União (TCU). O advogado de Bolsonaro afirmou que a legislação referente a presentes recebidos por autoridades brasileiras é confusa, e Bolsonaro disse que entregou as armas com dor no coração. Na véspera de depor à PF, o ex-presidente entregou também o pacote de joias recebidoplayer block on zebet2019, avaliadoplayer block on zebetmais de R$ 500 mil. Entre as peças estariam uma caneta da marca Chopard, um anel de ouro branco e um relógio Rolex.

Venda de joias

Durante as investigações, a PF descobriu que Bolsonaro recebeu após um evento no Bahreinplayer block on zebetnovembro de 2021 uma escultura de um barco folheada a ouro. Recebida com presente oficial, a peça e uma outra escultura de palmeira, também folheada a ouro e cuja origem não foi identificada, foi levada para Orlando num voo oficial antes do ex-presidente concluir o mandato.

De acordo com a PF, essas peças foram encaminhadas para a venda nos EUA. Um relógio Rolex que foi um presente saudita a Bolsonaro também havia sido vendido, mas foi recomprado pelo advogado de Bolsonaro, Frederik Wassef,player block on zebet14 de março do ano passado.

Nesta terça-feira (11/06), a PF confirmou a descoberta de mais joia, que pode ter sido desviada do acervo da Presidência, e apura se ela foi vendida nos EUA pelo grupo ligado a Bolsonaro. A descoberta ocorreu durante as investigações nos EUA, que contaram com o apoio do FBI.

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Fontes de referência

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