apostas online por dinheiro-As 356 mentiras sobre ditadura, Judiciário e urnas que compõem quatro anos de golpismo de Bolsonaro
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Ao longo dos quatro anosapostas online por dinheiroque foi presidente da República, Jair Bolsonaro (PL) mentiu 356 vezes ao atentar contra a democracia e as instituições, apesar de também repetir que sempre atuouapostas online por dinheiroacordo com a Constituição. O ex-mandatário propagou mentiras sobre o passado, com revisionismo histórico sobre a ditadura civil-militar; sobre o presente, distorcendo as razões para a inação do seu governo durante a pandemia; e sobre o futuro, ao insinuar supostas fraudes eleitorais que seriam postasapostas online por dinheiroprática.
Levantamento exclusivo do Aos Fatos mostra que Bolsonaro usou desinformaçãoapostas online por dinheirodiscursos com propósitos golpistasapostas online por dinheiroao menos 356 ocasiões, média de uma vez a cada quatro dias, entre 2019 e 2022. Ainda que a tônica do discurso tenha variado de acordo com o momento político, a desinformação se reuniuapostas online por dinheirotorno de três assuntos principais:
- ataques ao Judiciário,apostas online por dinheiroespecial ao STF e ao TSE;
- investidas contra o sistema eleitoral e a urna eletrônica; e
- defesa da ditadura civil-militar.
OS ATAQUES AO JUDICIÁRIO
Escolhido por Bolsonaro como inimigo político, o Poder Judiciário foi alvo de ao menos 149 declarações enganosas entre 2019 e 2022. A desinformação, nesse caso, tinha dois objetivos principais: criticar as decisões dos tribunais superiores e atacar as figuras dos ministros.
Os embates, que já existiam desde o primeiro ano de governo, ganharam intensidade com a pandemia de Covid-19, quando o então presidente se posicionou contra as medidas de restrição necessárias para o combate à doença. A principal mentira contada foi a de que o STF o havia impedido de atuar na pandemia e repassado todo o poder decisório para governadores e prefeitos.
Bolsonaro também se municiou de desinformação para atacar uma decisão do ministro Edson Fachin — depois referendada pela maioria dos colegasapostas online por dinheiroplenário — de restringir as operações policiaisapostas online por dinheirofavelas do Rio de Janeiro durante a pandemia. A alegação, que omite que as ações poderiam acontecer, desde que sob justificativa, flertava também com a estratégia de atacar e desacreditar publicamente os ministros do STF.
Nos ataques pessoais, Bolsonaro decidiu enveredar pela pauta moralista que inflamava suas bases. Os principais alvos foram:
- Edson Fachin, que teria atuado como advogado do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra);
- Luís Roberto Barroso, que seria favorável à redução da idade mínima para o crime de estupro de vulnerável; e
- Alexandre de Moraes, acusado de empreender uma cruzada pessoal contra o então presidente, como no caso de uma decisão que teria supostamente proibido a campanha de vacinação contra a poliomielite.
Os ataques ao TSE. Os três ministros que entraram na mira de Bolsonaro tinham um pontoapostas online por dinheirocomum: ocuparam a presidência do TSE e se posicionaram contra as ofensivas do mandatário contra a urna eletrônica. Os ataques contra a corte eleitoral compõem, inclusive, uma parcela significativa das investidas do ex-presidente contra o Judiciário: foram contadas 41 mentiras com esse teor desde janeiro de 2019.
Como já mostrado por Aos Fatosapostas online por dinheirooutras reportagens, a desinformação se intensificou a partir de abril de 2021, quando o plenário do STF tornou Lula (PT) elegível. Pressionado por uma campanha eleitoral que já se desenhava, Bolsonaro se concentrouapostas online por dinheiroatacar o tribunal enquanto defendia a proposta de voto impresso que tramitava na Câmara.
"Eles não querem o voto auditável", disse Bolsonaroapostas online por dinheiroconversa com apoiadoresapostas online por dinheirojulho de 2021 sobre os ministros da corte eleitoral, que eram contrários à proposta de impressão do voto. Isso porque, segundo ele, o tribunal seria conivente com a fraude, que ocorreria dentro de uma sala secreta, onde os votos seriam contados por uma empresa terceirizada. E o pior de tudo: quem tivesse coragem de denunciar os desmandos do tribunal estaria sujeito a ter a prisão arbitrariamente decretada por Moraes. Nada disso é verdade.
AS INVESTIDAS CONTRA O SISTEMA ELEITORAL
Desde que disse que tinha medo de perder as eleições "na fraude" — deitadoapostas online por dinheirouma maca de hospital —, Bolsonaro jamais abandonou a narrativa de que o sistema eleitoral era inseguro e havia sido programado para lhe usurpar o direito de ser presidente da República. Ao longo do períodoapostas online por dinheiroque esteve à frente do Executivo, ele mentiu sobre o tema 144 vezes;apostas online por dinheiro43 delas, os ataques foram voltados diretamente à urna eletrônica.
A estratégia foi repetir os mesmos argumentos enganosos à exaustão: as urnas eletrônicas não eram confiáveis, porque nunca haviam sido atualizadas e já teriam sido invadidas por hackersapostas online por dinheirooutras ocasiões. A fraude estaria no código-fonte do equipamento, programado para computar votosapostas online por dinheiroseu rival. E qual seria a prova disso? "Tinha reclamações de que o cara ia votar no 17 e não conseguia votar. Mas votava no 13". A mentira, disseminada nas eleições de 2018, foi desmentida pelo TRE-MG (Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais).
Durante os primeiros meses de 2021, quando defendeu a PEC do voto impresso proposta pela deputada Bia Kicis (PL-DF), Bolsonaro insistia que as urnas não teriam mecanismos de auditoria — o que é falso. "Se nós não tivermos o voto impressoapostas online por dinheiro2022, uma maneira de auditar o voto, nós vamos ter problemas maior que os Estados Unidos", disse a apoiadores no dia 7 de janeiro, um dia após americanos invadirem o Capitólio. Isso porque a fraude, segundo ele, estaria assegurada, e apenas um erro no combinado teria permitido que ganhasse as eleições de 2018.
Os argumentos usados pelo ex-presidente, como já mostrado por Aos Fatos, muitas vezes vinham de peças de desinformação que circulavam nas redes: uma delas, por exemplo, apontava que as eleições municipais de São Pauloapostas online por dinheiro2020 teriam sido roubadas por conta de uma suposta estabilidade nas porcentagens de votação dos candidatos; outra dizia que um suposto paralelismo — que na verdade não existiu — nos votos entre Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) provaria que o PT teria usurpado a presidência do peessedebista.
O ex-presidente atacou as urnas e o sistema eleitoral com mentiras até os últimos momentos da campanha presidencial de 2022. Emapostas online por dinheiroúltima declaração enganosa sobre o caso, ele creditou à Polícia Federal um relatório que apontou a incapacidade de auditar as urnas eletrônicas. Isso não é verdade: o que a instituição fez foi sugerir aperfeiçoamentos ao processo de auditagem do momentoapostas online por dinheiroque o voto é computado até a impressão dos boletins de urna. As propostas foram feitasapostas online por dinheiro2016 e os processos do TSE foram aprimorados.
A DEFESA DA DITADURA
Parte da estratégia que ajudou a alavancarapostas online por dinheiropopularidade nos quase 30 anosapostas online por dinheiroque ocupou uma cadeira na Câmara, a defesa reiterada da ditadura civil-militar não desapareceu do discurso de Bolsonaro no momentoapostas online por dinheiroque alcançou a presidência da República. Ao longo de quatro anos, o ex-presidente usou mentiras para defender o golpe ao menos 63 vezes.
A narrativa predominante era a de que na verdade não houve ditadura. "Uma vez, o plenário da Câmara e do Senado declarou vaga a cadeira de um presidente porque ele tinha fugido do Brasil", mentiu Bolsonaro a um grupo de crianças que visitavam o Palácio da Alvoradaapostas online por dinheiro8 de setembro de 2022,apostas online por dinheirovídeo posteriormente excluído de suas redes sociais. Segundo ele, nada teria acontecido no dia 31 de março e o marechal Humberto de Alencar Castelo Branco teria sido escolhido constitucionalmente pelo Congresso, o que é mentira.
Emapostas online por dinheirofantasia negacionista, Bolsonaro insistia ainda que o cidadão tinha direito ao voto e à liberdade de expressão durante a ditadura, e que o DOI-Codi, órgão máximo de repressão, tratava com dignidade todos os presos, que haviam sido encarcerados por serem "terroristas".
O ex-presidente também usou a pecha de terrorista para definir os que rebatiam suas mentiras sobre o período. O relato da jornalista Miriam Leitão, torturada quando grávida na sede do DOI-Codi, seria um "drama mentiroso" de uma mulher cooptada para a guerrilha do Araguaia. Nada disso é verdade.
Relatos da Comissão Nacional da Verdade dão conta de que ao menos 434 pessoas morreram e desapareceram durante a ditadura militar. Devido à dificuldadeapostas online por dinheiroencontrar registros, os números são considerados subestimados.
Referências:
2. Aos Fatos (1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28 e 29)
3. TRE-MG
4. CNN Brasil
5. El País
6. O Globo