proxima copa do mundo 2026-"Bolsonaro persegue o modelo de Chávez", afirma Jungmann
proxima copa do mundo 2026
Raul Jungmann afirma que militares estão diante de um processo similar aos passos iniciais do chavismoproxima copa do mundo 2026 de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
O ex-ministro da Defesa Raul Jungmann acredita que os militares brasileiros estão diante de um processo que assemelha-se aos passos iniciais do chavismo, na Venezuela, quando Hugo Chávez passou a transferir para si os poderes dos comandantes das Forças. Estes, ao evitarem um confronto, pensandoproxima copa do mundo 2026preservar a Constituição, acabaram permitindo a destruição da ordem legal. Leia a seguir, trechos deproxima copa do mundo 2026entrevista ao Estadão.
proxima copa do mundo 2026
O que o sr. acha que ocorreu para Pazuello não ser punido?A narrativa que ouvi caminhaproxima copa do mundo 2026uma dupla direção. Houve uma reunião remota do Alto Comando anteontem. O comandante Paulo Sérgio pediu a opinião do Alto Comando, que teria sido majoritariamente pela punição. Não pelo ânimo de punir, mas pra preservar a hierarquia e a disciplina, sem as quais um Exército se transformaproxima copa do mundo 2026um bando armado. Ele (Paulo Sérgio) teria comunicado queproxima copa do mundo 2026decisão era não punir, o que foi acatado por todos, pois essa é uma decisão privativa do comandante. Ouvi de outros que o general disse a oficiais mais próximos que teria agido para evitar uma crise maior, resultante da punição de Pazuello que viesse a ser anulada, o que implicaria no afastamentoproxima copa do mundo 2026dois meses do segundo comandante do Exército.
Ao fim e ao cabo, agrava-se a criseproxima copa do mundo 2026vez de encerrá-la?
Aqui vale a frase do Churchillproxima copa do mundo 2026relação à política de apaziguamento de (Neville) Chamberlain (em 1938,proxima copa do mundo 2026relação à Hitler): 'Vocês não terão a paz, e terão a guerra'. O que quero dizer é que os militares daqui estão enfrentando o que os da Venezuela enfrentaram no início do período chavista. Bolsonaro persegue o modelo de Chávez. Ele, como Chávez, quer reduzir o comando dos militares para transferi-lo para a política. Ou seja, para ele. Temos o exemplo próximo da Venezuela, aonde, paulatinamente, Chávez tirou poder dos generais e transferiu para ele. Os militares, aqui como lá, guardadas as devidas proporções, evitam o confronto direto com o comandante para não ferir a Constituição, mas o dilema é que assim correm o risco de ver a Constituição destruída junto com a hierarquia e a disciplina.
O que fazer então?
Inequivocamente proceder a punição. Pois ou você fica com o Exército, a instituição permanente de Estado, ou você fica do lado da anarquia nos quartéis. Não há meia solução nesse caso. Não tenha a menor dúvida de que isso terá reflexos. Você viu o que aconteceuproxima copa do mundo 2026Pernambuco? Embora seja outra instituição, estadual e policial, o que ocorreu ali pode servir de exemplo para a ação de grupos de policiais contra manifestações democráticas da oposição, que fazem parte do jogo político-eleitoral. Por isso queproxima copa do mundo 2026Pernambuco também deve ter punições. Não pelo prazer de punir, mas pela necessidade de se preservar as instituições.
Se o apaziguamento a Bolsonaro não é o caminho, qual seria o caminho? O impeachment?
Eu não vejo condições momentâneas para o impeachment. Primeiro, estamosproxima copa do mundo 2026meio a uma crise humanitária, fruto da pandemia, que deve ser a principal preocupação de todos os agentes públicos, porque estáproxima copa do mundo 2026jogo a vida das pessoas. Ao contrário do que vivemos com Collor e com Dilma, o caminho da solução política encontra-se bloqueado pela pandemia, que inibe grandes manifestações. Mas, se a política não resolve a crise, a crise devora a política. Vivemos esse impasse. Mas acredito que até o fim do ano teremos uma situaçãoproxima copa do mundo 2026que a pandemia não seja mais agressiva e mortífera e aí você pode destravar os movimentos de rua e caminhar para uma solução política da crise. Em segundo lugar, nesse momento, não existem votos suficientes no Congresso e, terceiro, não acredito que os presidentes da Câmara e do Senado, sobretudo o da Câmara, tenham disposição e vontade de fazê-lo, pois são aliados do presidente.
Se o caminho político está bloqueado há risco de ruptura e divisões nas Forças Armadas?
Ao você aceitar a transferência do mando da hierarquia para o poder político, como foi este caso, você abre possibilidade que se ampliar esse mando político e o mando da política. Isso significa a possibilidade da fragmentação da unidade das Forças Armadas. Lembro dois episódios. O primeiro é o do coronel Bizarria Mamede, quando fez um discurso no enterroproxima copa do mundo 20261955 do presidente do Clube Militar, general Canrobert Pereira da Costa. O ministro da Guerra, Henrique Teixeira Lott, determinaproxima copa do mundo 2026prisão contra a vontade do presidente Carlos Luz. Esse é o caminho a seguir, o da preservação do Exército. O outro é o que não se deve seguir: João Goulart, às vésperas de 1964, vai confraternizar no Automóvel Clube com os sargentos insubordinados, o que representou a ruptura final entre a hierarquia militar e o presidente. Fica claro que você abre uma caixa de Pandora e perspectivas como essas (de uma ruptura) que não eram uma possibilidade, ocorrendo uma agravamento e uma repetição disso, sim, abrem-se as portas do inferno com o qual a democracia brasileira não pode conviver. Por isso o apelo que fiz à unidade e à necessidade das forças democráticas reagirem.
O que o Congresso pode fazer nesse caso?
O Congresso precisa regulamentar a participação de militares da ativa no governo. Esta crise poderia ter sido evitada se a regulamentação existisse, deixando claro que militares da ativa não devem participar de governo militar é a defesa da Pátria, da Nação, indistintamente de governos. No momentoproxima copa do mundo 2026que militares da ativa participem de governo, eles são a instituição. O general Pazuello é a instituição. Militar da ativa, salvo excepcionalidade, como uma Casa Militar, não deveriam participar de quaisquer governosproxima copa do mundo 2026nome daproxima copa do mundo 2026instituição e daproxima copa do mundo 2026higidez.