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Política

pixbet saque pix-Cartão corporativo: Bolsonaro usou dinheiro público para comprar sorvete e cosméticos

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Dos R$ 27,6 milhões gastos, pelo menos R$ 13,6 milhões foram desembolsadospixbet saque pixhospedagem, muitas vezespixbet saque pixlocais de luxo, contrariando o discurso adotado muitas vezes pelo ex-presidente
12 jan 2023 - 07h38
(atualizado às 08h13)
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Jair Bolsonaro durante eventopixbet saque pixBrasília
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Foto: Antonio Molina/FotoArena / Estadão

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Os gastos com o cartão corporativo da presidência da República, durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), vieram a público revelando ao menos R$ 27,6 milhõespixbet saque pixdespesas, muitas delas chamam a atenção pelos valores.

Os últimos lançamentos de notas fiscais datam de 19 de dezembro, referente a compra de comida. Se ocorreram gastos posteriores, pagos com cartão corporativo, ainda não constam no sistema. A reportagem foi feita com base nos dados oficiais epixbet saque pixchecagem de informações, como CNPJ e endereço,pixbet saque pixbases públicas disponíveis na internet.

É preciso alertar que numa planilha de Excel basta o lançamento de uma vírgula errada para R$ 100 virarem R$ 10 mil.

Hotéis de luxo

Ao todo, constam no sistema 22 CPFs de servidores responsáveis pelas compras, mas apenas dois concentram a metade das notas fiscais. Dos 59 tipos de despesas feitas com o cartão, os gastos com hotel foram os que mais consumiram recursos. Pelo menos R$ 13,6 milhões foram desembolsadospixbet saque pixhospedagem: muitas vezespixbet saque pixlocais de luxo, contrariando o discurso adotado muitas vezes por Bolsonaro, que afirmava ser contrário a esbanjar dinheiro público quando é possível optar pela simplicidade.

Na lista de endereços que receberam quantias polpudas está o Ferraretto Hotel,pixbet saque pixGuarujá (SP), onde o agora ex-presidente costumava passar momentos de descanso. Ao longo dos quatro anos, o estabelecimento recebeu R$ 1,46 milhão. Consultas na internet mostram que as diárias variam de R$ 436 (em promoção) a R$ 940. Assim, considerando um valor médio de R$ 500, o montante seria suficiente para mais de 2,9 mil diárias.

As dez maiores notas fiscais de despesas no cartão corporativo são de hospedagem, variando entre R$ 115 mil e R$ 312 mil. Mas chama a atenção na lista de gastos expressivos a presença de um acanhado restaurante de Boa Vista,pixbet saque pixRoraima.

Há uma nota de R$ 109 mil no Sabor de Casa, estabelecimento que fornece marmitas promocionais a R$ 20 e também faz entregas. A nota fiscal é de 26 de outubro de 2021, quando Bolsonaro estava na cidade para verificar a situação de refugiados vindos da Venezuela. O mesmo local recebeu dois pagamentos - de R$ 28 mil e R$ 14 mil -pixbet saque pixsetembro do mesmo ano.

Tambémpixbet saque pixpanificadoras os gastospixbet saque pixvários estabelecimentos passavam de R$ 10 mil - quase oito salários mínimos de uma única vez. Por 20 vezes ao longo do mandato de Bolsonaro, foram realizados gastos significativospixbet saque pixuma das filiais da padaria carioca Santa Marta. As notas fiscais variam de R$ 880 (menor valor) a R$ 55 mil (maior valor), com média de R$18 mil. Ao todo, o estabelecimento recebeu R$ 362 mil do cartão corporativo da presidência. Um dos gastos - de R$ 33 mill - foi no dia 22 de maio de 2021, na véspera de uma motociata realizada no Rio de Janeiro.

A divulgação dos dados do cartão corporativo da presidência devem jogar luz sobre as reais despesas com as motociatas. Por exemplo, entre os dias 9 e 10 de julho de 2021, Bolsonaro esteve na Serra Gaúcha epixbet saque pixPorto Alegre - onde foi seguido de moto por apoiadores. Nesses dois dias, foram gastos R$ 166 mil no cartão corporativo,pixbet saque pix46 despesas, concentradaspixbet saque pixhospedagem, alimentação e combustível.

Aparentemente, os gastospixbet saque pixviagens internacionais não estão na base de dados. É o caso das despesas entre 18 e 19 de setembro,pixbet saque pixLondres, durante o funeral da Rainha Elizabeth.

Guloseimas e futilidades

O paladar infantil e a predileção por doces, muitas vezes confessados por Bolsonaro, aparecempixbet saque pixnúmeros. Em cinco sorveterias foram feitas 62 compras, que somaram R$ 8,6 mil. Em uma única vez foram gastos R$ 540. Não é ilegal comprar sorvete com o cartão corporativo - mas esse recurso deve ser usado para ações fundamentais ao governo, principalmentepixbet saque pixdeslocamentos – e todas as sorveterias listadas no sistema são de Brasília, assim como as 11 despesaspixbet saque pixlojas com cosméticos que somam R$ 1 mil.

Em tese, Bolsonaro e funcionários próximos podem usar os próprios salários para comprar sorvete. A remuneração mensal do presidente estava fixadapixbet saque pixR$ 30,9 mil. A compra de uma tapioca por R$ 8,30 com cartão corporativo pelo então ministro dos Esportes Orlando Silva virou um escândalopixbet saque pix2008 e ele acabou devolvendo o dinheiro.

Em um mercado gourmet de Brasília, conhecido por quem aprecia a alta gastronomia, foram realizadas 1,2 mil compras, somando R$ 678 mil, gasto que destoa da imagem de quem come frango com farofa.

Também estavampixbet saque pixsigilo seis gastos com alimentação para animal, realizadospixbet saque pixum pet shop de Brasília, entre fevereiro e abril de 2022, totalizando R$ 1,8 mil. E mais 11 compraspixbet saque pixlojas de cosméticos, que chegam a R$ 1 mil. Ao menos duas compras na filial da Havan no Distrito Federal foram feitas, totalizando R$ 460. Também foram adquiridos artigospixbet saque pixlojas de caça e pesca. Para ver TV durante as férias de janeiro do ano passado,pixbet saque pixSão Francisco do Sul (SC), gastou R$ 1,4 milpixbet saque pixserviço de antena parabólica - é o único gasto com assinaturas e periódicos que consta na fatura do cartão.

Comparativo com outros governos

Ainda é cedo para dizer se os gastos de Bolsonaro com o cartão corporativo são maiores ou menores que os feitos pelos antecessores. Os dados agora divulgados apontam para R$ 27,6 milhõespixbet saque pixdespesas nos quatro anos, mas os valores totais podem ser maiores, uma vez que um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou R$ 21 milhões com o cartão da presidência apenas nos dois primeiros anos de mandato de Bolsonaro.

Segundo a mesma base de dados publicada, no primeiro mandato Lula gastou R$ 22 milhões - considerando os valores da época, sem correção inflacionária. Se o montante fora atualizado com base no IPCA, índice geralmente usado para aferir as oscilações de bens de consumo, os mesmos 22 milhões somados ao fim de 2006 significariam hoje R$ 55 milhões. Os gastos de Lula no segundo mandato também somam R$ 22 milhões. Já Dilma Rousseff, na primeira gestão, registrou R$ 24,5 milhões no cartão corporativo da presidência. O período subsequente de quatro anos, dividido entre Dilma e Temer, totalizou R$ 18 milhões nesse tipo de gasto.

Entenda 

As informações foram conseguidas pela Fiquem Sabendo - agência de dados públicos especializada na Lei de Acesso à Informação (LAI).

Um pedido feitopixbet saque pix18 de dezembro foi respondido na noite de 11 de janeiro, indicando um linkpixbet saque pixque constam os dados dos gastos do cartão corporativo de todos os presidentes da República desde 2003, início do primeiro mandato de Lula. Esse modelo de transparência não foi usadopixbet saque pixgestões anteriores. Por exemplo, as despesas de Michel Temer só vieram a público a partir de um pedido feito via LAI.

Segundo Luiz Fernando Toledo, um dos fundadores da organização, foram feitos mais de 10 pedidos via LAI para ter acesso aos gastos do cartão corporativo da presidência durante a gestão Bolsonaro - e todos foram negados usando o argumento de que revelar as despesas poderia colocarpixbet saque pixrisco o presidente e familiares. Em todos os casos, a justificativa foi de que as informações seriam divulgadas depois do fim do mandato, baseado no inciso segundo do artigo 24 da LAI. O Estadão também tentou obter os dados sobre o cartão corporativo da presidência e levou o caso à Justiça.

Estadão
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Fontes de referência

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