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Política

bet 7k-Governo apoia conteúdo de artigo do vice-presidente Mourão

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Em artigo, general Mourão criticou polarização do país e atacou a imprensa, governadores e parlamentares
15 mai 2020 - 07h55
(atualizado às 09h48)
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O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, aumentou a temperatura do debate político ao criticar a polarização do País e o que classificou como "usurpação das prerrogativas" do Executivo por parte de outros Poderes. Em artigo publicado nesta quinta no jornal O Estado de S. Paulo, sob o título "Limites e responsabilidades", Mourão disse que o estrago institucional está levando o Brasil "ao caos" e provocou reações de integrantes do Legislativo e do Judiciário, que veem falta de liderança no governo para superar a crise.

- O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, durante entrevista coletiva de imprensa
- O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, durante entrevista coletiva de imprensa
Foto: Dida Sampaio / Estadão

Nos bastidores do Planalto, ministros apoiaram a atitude do general, classificada como uma tentativa de pôr um freio de arrumação na turbulência política e econômicabet 7kum momento de esgarçamento das relações com o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF). Fora dali, houve quem observasse, a portas fechadas, que o movimento de Mourão foi para demonstrar que os militares estão unidos, independentemente do presidente Jair Bolsonaro.

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, disse concordar com a necessidade de distensionar o ambiente político, mas ressalvou que o Planalto é "o grande colaborador" do acirramento. "O vice-presidente esqueceu de citar o governo federal. O resto ele citou tudo", afirmou Casagrande,bet 7kreferência ao trecho do artigo no qual Mourão pede que "governadores, magistrados e legisladores" usem "de maneira responsável" o seu conhecimento. "Bolsonaro optou por um estilo de enfrentamento", resumiu.

No Supremo, magistrados ouvidos pelo Estado argumentaram que, se a Corte não tivesse concedido autonomia a governadores e prefeitos para a decretação de medidas de isolamento social no combate à pandemia do coronavírus, o quadro estaria muito pior.

Para o ministro do STF Marco Aurélio Mello, Mourão foi assertivo ao pregar o "princípio republicano" da independência e harmonia entre os Poderes. "O artigo versa o que venho preconizando há tempos no plenário do Supremo: a necessidade de se ter autocontenção, o minimalismo judicial e o máximo de eficácia da lei", afirmou Marco Aurélio,bet 7ksessão na Corte.

A frase de Mourão sobre a polarização do País foi interpretada por muitos como uma espécie de autocrítica, já que, no diagnóstico do vice, todos os protagonistas da crise se tornaram "incapazes do essencial para enfrentar qualquer problema: sentar à mesa, conversar e debater".

Na avaliação do ex-ministro da Defesa Raul Jungmann, não há subterfúgios aí. "O sujeito oculto desse artigo é a falta de uma liderança nacional capaz de encaminhar a solução para a crise que estamos vivendo", argumentou Jungmann.

O presidente do Cidadania, Roberto Freire, disse que Mourão age para "respaldar" Bolsonaro, culpando os outros Poderes pela "desgraceira" vivida no Brasil. "É uma tentativa de justificar a escalada autoritária do governo", afirmou. "Agora, Bolsonaro editou a MP da Covardia e está pregando guerra contra governadores", emendou,bet 7kalusão à medida provisória que protege agentes públicos por atos tomados durante a pandemia.

Freire defendeu a construção de uma frente entre partidos para pedir a destituição de Bolsonaro. "Temos de buscar essa articulação para fazer o impeachment. O Congresso precisa instalar uma CPI. Não pode se omitir", insistiu.

O líder da Minoria no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou, porbet 7kvez, que Mourão demonstrou capacidade de diálogo. "Ele fez uma sinalização para mostrar que, se for o caso, está preparado para construir um governo de transição", avaliou. Para Randolfe, o artigo do vice apresentou uma plataforma de governo. "É um programa mais calcado na realidade, para que o País possa passar pelo caminho mais seguro, até 2022".

Na outra ponta, a líder do PSL na Câmara, Joice Hasselmann (SP), lembrou que Mourão já foi vítima de ataques, nas redes sociais, por parte de apoiadores de Bolsonaro. "Mourão esqueceu quem é o presidente da República de propósito. Ele já foi vítima da gangue bolsonarista e do gabinete do ódio. Então, falou tudo no artigo. Espero que possa,bet 7kbreve, fazer diferente de Bolsonaro", disse Joice. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estadão
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Fontes de referência

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