safari king slot-Quem é Rocha Loures, que passou de aliado fiel a possível 'homem-bomba' do governo Temer
safari king slot
Apelido se espalhousafari king slotBrasília devido a potencial explosivo de eventual delação premiada - que poderia desvelar as negociações por trás da mala de R$ 500 mil que recebeu da JBS.safari king slot de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
O último ano havia sido bom para Rodrigo Rocha Loures. Com a ascensão de Michel Temer à Presidência, o aliado ganhou,safari king slotsetembro passado, uma sala no mesmo andar do presidente, atuando como assessor especial de Temer. Na mesma época,safari king slotmulher engravidou. Poucos meses depois, Rocha Loures voltou à Câmara dos Deputados, assumindo, por ser suplente, a vaga de Osmar Serraglio quando este foi nomeado para o Ministério da Justiça.
Com o retorno de Serraglio àsafari king slotcadeira na Câmara, na quinta-feira, Rocha Loures perdeu o foro privilegiado que tinha como deputado, aumentando a expectativa de que venha a se tornar um "homem-bomba" para o governo Temer.
O apelido se espalhousafari king slotBrasília devido ao potencial explosivo de uma eventual delação premiada - que poderia desvelar as negociações por trás da mala de R$ 500 mil que Rocha Loures recebeu da JBS, e qual seria o destino final da propina. Delatores da empresa afirmaram que os recursos seriam destinados ao presidente.
Na quinta-feira à noite, a Procuradoria-Geral da República reiterou o pedido de prisão de Rocha Loures ao STF.
A perda da imunidade parlamentar esafari king slotsituação familiar - e a gravidez da companheira, que já soma 8 meses - alimentam a expectativa de que o ex-assessor de Temer venha a falar.
Do smoking aos gritos de 'ladrão'
A maré virou na noitesafari king slotque o escândalo das delações da JBS explodiu no Brasil. Rocha Loures estava longe,safari king slotNova York. Na véspera, vestira smoking para prestigiar João Doria, no jantar de galasafari king slotque o prefeito de São Paulo recebeu o prêmio de Personalidade do Ano pela Câmara do Comércio Brasil-EUA.
Na volta da viagem,safari king slotque aconselhou potenciais investidores americanos sobre as reformas no Congresso, Rocha Loures desembarcousafari king slotGuarulhos sob gritos de "ladrão", já afastado da Câmara por decisão do Supremo Tribunal Federal.
A alcunha de "homem-bomba" está muito distante do apelido de vida toda, o de Rodriguinho - filho de "Rodrigão", o conhecido empresário paranaense Rodrigo Costa da Rocha Loures, fundador da Nutrimental e presidente do Conselho Superior de Inovação e Competitividade, na Fiesp.
A empresa, que teve faturamento de R$ 400 milhõessafari king slot2014, é pioneira das barrinhas de cereais no Brasil, que começou a desenvolver ao ser procurada por Amyr Klink nos anos 1980. O ilustre navegador buscava opções de alimentação saudável para abastecer suas longas travessias marítimas.
Hoje, é mais conhecida pela marca que nasceu dessa história, a Nutry - que Rodrigo, o filho, ajudou a desenvolver nos anos que passou à frente da empresa, antes de enveredar pela política.
'Choque' entre conhecidos
Quem acompanhou a trajetória do político e administrador de empresas nascidosafari king slot1966 entre os Rocha Loures - uma tradicional família do Paraná - diz que foi um "choque", uma "surpresa", ver e rever as imagens do ex-deputado saindo da pizzaria Camelo,safari king slotSão Paulo, com a mala de R$ 500 mil.
Semanas antes disso, Rocha Loures fora indicado pelo presidente Michel Temer ao empresário Joesley Batista - quanto este lhe perguntou quem poderia lhe ajudar a resolver um problema da empresa.
"No Paraná, todos tinham uma boa impressão do Rodrigo", diz o deputado federal João Arruda, que pertence à bancada do PMDB do Estado na Câmara.
"Todos foram pegos de surpresa. Ninguém poderia imaginar que o Rodrigo estaria envolvido... Não estou fazendo aqui um pré-julgamento, ainda temos esperar até que ele se defenda. Mas o flagrante coloca elesafari king slotuma situação muito difícil."
Arruda, sobrinho do senador Roberto Requião (PMDB), conviveu com Rocha Loures quando ele iniciavasafari king slottrajetória política,safari king slot2002.
Na época, o ex-assessor de Temer participou ativamente da campanha de Requião ao governo do Paraná. Comsafari king slotvitória, tornou-se chefe de gabinete do então governadorsafari king slot2003 e lá permaneceu até 2005.
'Persona non grata'
Quando o escândalo veio à tona, Requião falou no Twitter sobre a decepção com o antigo protegido. O senador apoiara a primeira candidatura de Rocha Loures, ajudando-o a obter o cargo de deputado federal, que assumiusafari king slot2007.
"Rodrigo Rocha Loures, idealista, meu amigo. O que fizeram de você, Rodrigo Rocha Loures? Vejo tudo com indignação e muita tristeza. CANALHAS!", escreveu o senador.
A decepção foi expressa também por estudantes da Fundação Getúlio Vargas (FGV),safari king slotSão Paulo. Foi lá que Rocha Loures se formou,safari king slot1988,safari king slotadministração de empresas; e presidiu o diretório acadêmico do curso (DAGV) durante um ano. Agora, a atual gestão do diretório publicou uma carta declarando-o persona non grata.
"Mais novo, era como qualquer aluno da Fundação. Hoje tornou-se um criminoso nacionalmente conhecido", diz a carta.
"A grande pergunta é: o que separa o nosso futuro, hoje alunos e alunas, do que foi o futuro para Rodrigo Rocha Loures, aluno ontem?"
O DAGV afirma que "apenas a moral" poderia impedir os estudantes de hoje a se tornarem também "um criminoso."
"Rodrigo fez uma opção. Pelo poder se corrompeu, ou por ele mostrou o que realmente era. Em tempos de crise e fora dela, tomaremos decisões que influenciarão o nosso futuro e o futuro de outros. Que nenhuma delas seja como as de Rodrigo Rocha Loures", declarou o DAGV.
Advogado contrário a delações
Rocha Loures está sendo investigado por ter negociado, de acordo com delatores da JBS, o pagamento de propinas semanais por até 25 anossafari king slottroca da intermediação de um acordosafari king slotbenefício ao grupo J&F com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Seu advogado anterior teria buscado informações junto à Procuradoria-Geral da República sobre uma eventual delação premiada. No início desta semana, entretanto, Rocha Loures contratou um novo advogado, Cezar Roberto Bitencourt, que tem posição contrária ao instrumento da delação.
À Folha de S. Paulo, o criminalista disse nesta semana que negociar um acordo de colaboração premiada seria a "última opção", e que o flagrante com a mala teria sido provocado deliberadamente, o que seria ilegal. "Criaram uma armadilha, uma situação fantasiosa para incriminar alguém", afirmou.
Procurado pela BBC Brasil, o advogado não quis conceder entrevista. Sua assessoria de imprensa afirmou que ele está focado na defesa do cliente.
'Belíssima figura da vida pública'
Rocha Loures nasceusafari king slotCuritiba dois anos antes de seu pai fundar a Nutrimental,safari king slot1968. Passou a infância com a famíliasafari king slotSão Paulo, estudando na escola de elite Dante Alighieri e formando-se depois na FGV.
Após obter o diploma da faculdade de administração,safari king slot1988, voltou ao Paraná e assumiu a empresa do paisafari king slotSão José dos Pinhais, ficando na direção da empresa até 2002, período marcado pela expansão de produtos da marca Nutry.
No primeiro mandato na Câmara dos Deputados, entre 2007 a 2010, teve atuação nas áreas ambiental, de energias renováveis e de educação, entre outras. Habilidososafari king slotarticulações políticas, tornou-se vice-líder do PMDB na Câmara.
Foi nesta época que começou a se aproximar de Michel Temer - então presidente da casa.
Quando Temer foi eleito vice-presidente na chapa com Dilma Rousseff, Rocha Loures foi chamado para trabalhar como chefe de Relações Institucionais da Vice-presidência,safari king slot2011.
Em 2014, tentou se eleger novamente para a Câmara dos Deputados, mas só conseguiu 58 mil votos, 30 mil a menos que na primeira candidatura; o suficiente, entretanto, para ficar como suplente.
Contou, entretanto, com apoio de peso. Dos R$ 3 milhões que arrecadou para a campanha, R$ 200 mil foram doados pelo então vice-presidente, Michel Temer; e R$ 50 mil pelo prefeito de São Paulo João Doria, de acordo com registros do TSE.
Temer chegou a gravar um depoimentosafari king slotvídeo para a campanha de Rocha Loures, elogiandosafari king slotatuação como deputado federal e afirmando que,safari king slotseu gabinete, ele o "ajudou enormemente".
"É com muito gosto que eu cumprimento os paranaenses e dou este depoimento verdadeiro, real,safari king slotrelação a esta belíssima figura da vida pública brasileira, que é o Rodrigo Rocha Loures", conclui Temer no vídeo de campanha, de 2014.
Ascensão após impeachment
Apesar da proximidade do presidente, Rocha Loures é descrito como um aliado conhecido mais pela fidelidade do que pela influência nos bastidores.
"Ele acompanhou a ascensão do presidente Michel Temer, fazia parte do grupo de pessoas que acompanhavam o presidente já há algum tempo", diz o deputado João Arruda.
"Mas nunca foi cotado para ser ministro pelo PMDB, não nunca teve espaços importantes. Nunca imaginamos que tivesse grande influência nas decisões do presidente esafari king slotequipe", considera Arruda. "Não consigo ver nele um negociante nem um intermediário para fazer esse jogo para alguém. Para mim o que aconteceu foi chocante, para mim e para todos nós do Paraná, porque eu imaginava que ele não tinha esse perfil."
Outro político que trabalhou com Rocha Loures no Paraná e conviveu com ele "socialmente", mas prefere não se identificar, diz que Rocha Loures foi ganhando espaço à medida que outros articuladores de peso foram derrubados pelas investigações da Lava Jato - como o ex-assessor José Yunes e o ex-ministro do Planejamento Romero Jucá.
"Ultimamente ele andava por ministérios e pelo Congresso falandosafari king slotnome do presidente. Mas nunca teve atuação muito expressiva", considera.
"Ele não um grande quadro do PMDB. Era uma pessoa meio inocentona. Queria estar sempre perto das pessoas certas, sempre aparecer nas imagens", diz.
"Sinceramente? Ele é um deslumbrado. Vendia uma coisa que não entregava, um prestígio que não tinha", afirma o antigo colega.
Ainda assim, o conterrâneo diz que o flagrante da mala foi "uma absurda surpresa." "Para mim ele podia ser todas essas coisas, mas picareta ele não era."
Um conhecidosafari king slotBrasília afirma que Rocha Loures vinha dando sinais de cansaço com a vida política.
"Ele falavasafari king slotfazer um mestrado no exterior, ir para algum lugar como Harvard", lembra o conhecido, que diz ter ficado chocado ao vê-lo envolvido no escândalo.
'Tradicional família paranaense'
A família Rocha Loures é uma das mais antigas do Paraná, de acordo com o sociólogo Ricardo Costa de Oliveira, professor e coordenador do Núcleo de Estudos Paranaenses (NEP), da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Estudos traçando a genealogia da família indica que ela remonta aos clãs patriarcais fundadores de Curitiba, há mais de 300 anos, e faz parte da elite dominante do Estado desde o século 17, aliando poder econômico e político - como constata o artigo "Um exemplo de 'Old money' no Paraná: a família Rocha Loures", de Ana Vanali e Katiano Miguel Cruz, publicado na revista do NEP.
"O Rodrigo representa essa oligarquia familiar tradicional de Curitiba, com o pai empresário, parentes com cargos no Legislativo, no Judiciário, donos de cartórios, boa circulação entre a elite", afirma Oliveira.
Ele diz que esse entrelaçamento entre poder econômico, político e conexões sociais contribui para que elas se mantenham no topo do estrato social ao longo de gerações - assim como ocorre com dezenas de famílias oligárquicas brasileiras.
Agora com o escândalo enfrentado por Rocha Loures, Oliveira diz que a reaçãosafari king slotCuritiba é de "silêncio", diferente da reação "de ódio" que, acredita, seria vista se a acusação fosse contra o PT.
"As pessoas não querem comentar, procuram invisibilizar e seguir adiante. É um mal-estar, mas o fato é silenciado", afirma. "Não teve protesto, ninguém bateu panela, querem superar esse assunto o mais rápido possível."
"Mas não há uma reação de indignação com o escândalo, nem de exigir uma atitude ou uma renúncia. Não, as pessoas apenas batem a mão na cabeça, como quem diz, 'ele fez algo errado'", diz o sociólogo.