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bônus da estrela bet-Quem é Frederick Wassef, 'anjo' dos Bolsonaro que comprou Rolex nos EUA e hospedou Queiroz

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Braço direito de Jair Bolsonaro teve o celular apreendido e o carro revistado pela Polícia Federal.
17 ago 2023 - 10h20
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Criminalista nascidobônus da estrela betSão Paulo, Wassef foi advogado de Jair Bolsonaro e de seu filho, Flavio Bolsonaro
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Foto: Reuters / BBC News Brasil

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Na noite de quarta-feira (17/8), agentes do setor de inteligência da Polícia Federal encontraram Frederick Wassef jantandobônus da estrela betuma churrascaria, num shopping center de São Paulo.

Alvo de busca pessoal autorizada pela Justiça, o braço direito do ex-presidente Jair Bolsonaro, descrito como "anjo" por membros do entorno do ex-presidente, foi abordado, teve aparelhos de celular apreendidos — quatro, segundo o portal G1 — e o carro revistado.

Quase três anos após virar notícia por abrigar José Carlos de Queiroz — ex-chefe de gabinete do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e pivô do escândalo das "rachadinhas" —, Wassef volta à tona após assumir ter pago US$ 50 mil (cerca de R$ 300 mil) para recomprar um relógio Rolex de luxo vendido irregularmente, segundo a Polícia Federal, por assessores de Bolsonaro nos Estados Unidos.

A PF deflagrou na última sexta-feira (11/8) uma operação contra pessoas próximas ao ex-presidente, incluindo militares e o advogado Wassef, sob suspeita de participaçãobônus da estrela betum esquema de venda de presentes recebidos por Bolsonarobônus da estrela betcompromissos oficiais.

O dinheiro obtido ilegalmente com as vendas, segundo a PF, iria para Bolsonaro — que nega qualquer envolvimento.

Naquele dia, Wassef não foi localizado pela polícia, que cumpria mandados de busca e apreensão. A investigação mira supostos crimes de peculato e lavagem de capitais.

'Anjo' não se elegeu

Nascidobônus da estrela betSão Paulo, o criminalista Wassef foi advogado de Jair Bolsonaro e de seu filho, Flavio Bolsonaro.

Amigo íntimo da família, é considerado um dos conselheiros mais influentes do ex-presidentebônus da estrela betassuntos jurídicos — mais até que alguns ministros que despacharam no Palácio do Planaltobônus da estrela betseu mandato.

Era tratado por Queiroz e familiares de Bolsonaro como "anjo" — nome que usoubônus da estrela betcampanha para deputado federal nas últimas eleições.

Embônus da estrela betprimeira publicação no Instagram, quando anuncioubônus da estrela betcandidatura, Wassef escreveu: "O anjo chegou".

Também usou o termobônus da estrela betpublicações de apoio à reeleição de Jair Bolsonaro — mais tarde derrotado por Lula.

Com R$ 14 milhõesbônus da estrela betpatrimônio declarado à época, Wassef teve apenas 3.628 e também não se elegeu.

'Contradições'

Wassef é tratado por Bolsonaro e familiares como anjo - nome que usoubônus da estrela betcampanha para deputado federal nas últimas eleições
Wassef é tratado por Bolsonaro e familiares como anjo - nome que usoubônus da estrela betcampanha para deputado federal nas últimas eleições
Foto: AFP / BBC News Brasil

Tanto no caso da venda do relógio de centenas de milhares de reais, quanto no episódiobônus da estrela betque o homem conhecido como "pivô das rachadinhas" foi encontradobônus da estrela betum imóvel debônus da estrela betpropriedade, Wassef deu declarações descritas como contraditórias.

"Jamais soube da existência de joias ou quaisquer outros presentes recebidos. Nunca vendi nenhuma joia, ofereci ou tive posse. Nunca participei de nenhuma tratativa, e nem auxiliei nenhuma venda, nem de forma direta ou indireta", disse no domingo (13/8),bônus da estrela betnota à imprensa de madrugada.

"Jamais participei ou ajudei de qualquer forma qualquer pessoa a realizar nenhuma negociação ou venda", continuou.

Na terça-feira (15/8), no entanto, Wassef convocou a imprensa e assumiu ter comprado o relógio Rolex para "cumprir decisão do Tribunal de Contas da União (TCU)".

Três anos atrás,bônus da estrela betoutubro de 2019, o advogado respondeu com ironia a uma pergunta sobre o paradeiro de Queiroz, que havia desaparecido e era procurado por investigadores.

"Como é que vou saber (sobre o paradeiro de Queiroz)? Ele tem um CPF e eu tenho outro (...) Não sei onde está, não tenho informação", disse então Wassef ao jornal O Estado de S. Paulo.

Em operação da PFbônus da estrela betjunho do ano seguinte, Queiroz foi encontrado escondidobônus da estrela betuma casa no bairro Jardim dos Pinheiros,bônus da estrela betAtibaia (SP), pertencente a Wassef.

Entenda o caso das jóias

O Rolex foi dado de presente a Bolsonaro por autoridades da Arábia Sauditabônus da estrela bet2019, durante visita do ex-presidente ao país.

O relógio teria sido vendido ilegalmente pelo então ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid, segundo a polícia.

Em março deste ano, o TCU determinou que Bolsonaro entregasse um conjunto de joias suíças de ouro branco da marca de luxo Chopard, também presente do governo saudita.

Após devolver a joia, membros do entorno de Bolsonaro teriam dado início a uma operação para resgatar o relógio vendido nos EUA.

Wassef seria, segundo a investigação, o responsável escalado para viajar aos Estados Unidos para comprá-lo e trazê-lo.

Antes de Wassef confirmar a compra à imprensa, a PF havia identificado uma viagem do advogado aos EUA,bônus da estrela bet11 de março, além de uma série de conversas entre ele e Mauro Cid por WhatsApp.

Além da residência de Wassef, a operação deflagrada ela PF cumpriu mandados de busca e apreensão nos endereços do general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, pai de Mauro Cid.

Segundo a PF, os investigados são suspeitos de usar a estrutura do governo "para desviar bens de alto valor patrimonial, entregues por autoridades estrangeirasbônus da estrela betmissões oficiais a representantes do Estado brasileiro, por meio da venda desses itens no exterior".

À GloboNews, o advogado criminalista Cezar Roberto Bittencourt, responsável pela defesa do tenente-coronel Mauro Cid, disse que o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro é um "grande injustiçado" na investigação da PF. Ele disse que ajudantes militares como Cid cumprem "ordens ilegais e injustas" dos chefes por causa da "obediência hierárquica".

A jornalistas, nesta terça-feira, Wassef disse quebônus da estrela betviagem aos EUA teria "fins pessoais".

Ele também disse, no entanto, que comprou o Rolex com dinheiro vivo, "do meu banco", e declarou a transação à Receita Federal.

"Comprei o relógio, a decisão foi minha, usei meus recursos, eu tenho a origem lícita e legal dos meus recursos", afirmou.

Na entrevista, ele afirmou que o objetivo da compra era "devolvê-lo à União, ao governo federal do Brasil, à Presidência da República, e isso inclusive por decisão do Tribunal de Contas da União".

Segundo o advogado, o pedido de compra não partiu de Bolsonaro ou de Cid. Ele se recusou a informar para quem entregou o relógio.

"O governo do Brasil me deve R$ 300 mil", disse também Wassef, mostrando um recibo de compra de US$ 49 mil.

Ele justificou o pagamentobônus da estrela betdinheiro vivo como forma de conseguir um "desconto". "Consegui US$ 11 mil dólares (de desconto). Se comprasse com cartão de crédito, pagaria no Brasil com 5% de IOF."

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid é apontado como 'intermediário' das vendas
Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid é apontado como 'intermediário' das vendas
Foto: ANDRE BORGES/EPA-EFE/REX/SHUTTERSTOCK / BBC News Brasil

Amigo dos Bolsonaro desde 2014

O advogado se tornou amigo do presidente da República e debônus da estrela betfamília aindabônus da estrela bet2014, e gosta de dizer que foi a primeira pessoa a dizer a Bolsonaro que ele deveria concorrer à Presidência da República, quando esta ainda era uma possibilidade distante para o então deputado federal.

"Eu não só fui o primeiro a acreditar no Bolsonaro, como fui o primeiro a colocar na cabeça dele a ideia de concorrer à Presidência", disse ele à colunista Thaís Oyama, do UOL. "Eu tinha acesso à Lava Jato, sabia que iriam ser todos presos. Falei para ele: o senhor vai ficar sozinho e sem concorrência no mercado. Eu previ o futuro", comenta.

Na época, Frederick Wassef era casado com a empresária Maria Cristina Boner Leo — ela se tornou amiga de Michelle Bolsonaro.

Michelle e o ex-presidente passaram a frequentar a casa dos dois. Em 2015, Bolsonaro chegou a comprar um veículo SUV da marca Land Rover de uma das empresas de Cristina, por R$ 50 mil. A transação veio a públicobônus da estrela betreportagem da revista Veja.

Maria Cristina era rébônus da estrela betum dos processos resultantes da Operação Caixa de Pandora, deflagrada pela Polícia Federalbônus da estrela betnovembro de 2009, e que resultou na queda do ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (2007-2010).

Em janeiro de 2020, o Ministério Público do DF pediu a condenação dela no caso, junto com Arruda e com a do ex-vice-governador Paulo Octávio, entre outras pessoas.

"O conjunto probatório produzido nos autos [depoimentos de Durval Barbosa, laudos periciais de captação ambiental, vídeos, monitoramento de quantias] foi mais que suficiente para comprovar que a ré Maria Cristina Boner Leo ofereceu e efetivamente pagou vantagem indevida aos réus", disse o MP.

'Ministro informal'

Apesar de nunca ter tido cargo no governo federal, Wassef era frequentador assíduo do Palácio do Planalto e participava de solenidades importantes, como a posse de ministros.

Costumava ser vistobônus da estrela bet"áreas vip" de eventos do governo Bolsonaro, ao lado de figuras importantes como a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e o então ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura).

Pela proximidade com o ex-presidente da República, Wassef era considerado quase um "ministro informal" ou "ministro sem pasta" dentro do governo , segundo assessores próximos.

A visão dele teria sido levadabônus da estrela betconsideraçãobônus da estrela betalgumas das decisões mais importantes do governo — entre elas, a escolha de André Mendonça para o posto de Ministro da Justiça e Segurança Pública, após a saída do ex-juiz Sergio Moro do posto.

Wassef, no entanto, negoubônus da estrela betpúblico que tenha participado dessa ou de outras escolhas.

"O PR escolhe seus ministros sozinho. Esta história, lenda urbana, folclore de que os filhos de Bolsonaro escolhem os ministros não corresponde à história real. Quem toma a decisão é ele, quando formabônus da estrela betconvicção. Não tem isso de os filhos estarem intrometidos no governo", disse ele, na ocasião.

Católico praticante, Wassef tem visões políticas próximas daquelas dos Bolsonaro. É a favor de mais rigor na intervenção policial, por exemplo, e se considera um inimigo da esquerda política.

Com reportagem de André Shalders.

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Fontes de referência

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