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f 12 bet-É falso que Rubens Paiva tenha abrigado guerrilha de Lamarcaf 12 betfazenda de Eldorado (SP)

f 12 bet

GRUPO LIDERADO POR EX-CAPITÃO DO EXÉRCITO TINHA BASE EM ÁREA DE MATA DE JACUPIRANGA (SP) E APENAS PASSOU POR ELDORADO DURANTE FUGA; TEXTO COM INFORMAÇÕES FALSAS SOBRE DEPUTADO MORTO PELA DITADURA VOLTOU A CIRCULAR APÓS SUCESSO DO FILME 'AINDA ESTOU AQUI'
14 jan 2025 - 17h27
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O que estão compartilhando: que o deputado Rubens Paiva, cuja história é retratada no filme Ainda Estou Aqui, abrigou na Fazenda Caraitá, de seu pai Jaime Paiva,f 12 betEldorado (SP), as bases da guerrilha rural liderada pelo ex-capitão do Exército Carlos Lamarca.

Foto: Estadão

O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Documentos oficiais do Exército Brasileiro mostram que a base da guerrilha de Lamarca ficava na localidade de Capelinha, numa área de mata fechada no município de Jacupiranga (SP). O grupo apenas passou por Eldorado; o episódio ficou marcado por um tiroteio ocorridof 12 betuma praça na cidade, e não na fazenda de Jaime Paiva, pai de Rubens. O deputado foi preso, torturado e morto pela ditadura militar no Brasilf 12 bet1971.

O Verifica não conseguiu contato com autor do conteúdo. Leitores pediram a checagem pelo número (11) 97683-7490.

Saiba mais: O texto analisado foi escrito pelo filho de um homem que comprou uma fazenda entre o final dos anos 1960 e início de 1970f 12 betEldorado (SP). A cidade teve como prefeito o "coronel" Jaime Paiva, que era do partido Arena, que apoiava a ditadura. Jaime e Rubens tinham divergências políticas. Embora uma parte das informações sobre Jaime tenha sido relatada na imprensa por antigos moradores de Eldorado, o texto mente ao afirmar que a Fazenda Caraitá serviu de base para a guerrilha de Lamarca.

Documentos oficiais do Exército Brasileiro detalham a Operação Registro, ocorrida entre abril e junho de 1970,f 12 betque o Exército e a Polícia Militar de São Paulo tentaram acabar com a guerrilha rural liderada por Lamarca no Vale do Ribeira. O documento de 56 páginas nem sequer cita a fazenda do antigo prefeito. A base da guerrilha ficava na localidade de Capelinha.

Desde que deixaram a basef 12 betCapelinha, os guerrilheiros seguiram na direção norte até chegarf 12 betSão Paulo. Quatro integrantes do grupo foram presos no caminho, mas Lamarca conseguiu escapar. Ele foi mortof 12 bet17 de setembro de 1971 na cidade de Ipupiara, no Sertão da Bahia,f 12 betuma operação montada pelo DOI-CODI baiano.

Foif 12 betEldorado onde cresceu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O argumento do autor do texto analisado aqui é parecido com acusações contra Paiva feitas ao longo dos anos por Bolsonaro. No entanto, documentos oficiais, especialistas e depoimentos de moradores da própria cidade de Eldorado desmentem as alegações sobre uma ligação entre o ex-deputado e Carlos Lamarca.

O Verifica tentou contato com o autor do conteúdo pelo endereço de e-mail registrado na Receita Federal, mas a mensagem retornou.

Quem foi Jaime Paiva e como ele atuavaf 12 betEldorado?

Jaime Paiva, pai do ex-deputado Rubens Paiva, era um fazendeiro próspero que cultivava banana e laranjaf 12 betuma grande propriedade de terra na zona rural de Eldorado, a Fazenda Caraitá. Nesta reportagem publicada originalmentef 12 bet2018 pela BBC Brasil, a repórter Ingrid Fagundez ouviu diversos moradores antigos da cidade, que falaram sobre o poder e influência de Jaime Paiva.

Segundo os depoimentos, o fazendeiro era o homem mais rico da cidade e dono de uma das maiores fazendas do todo o Vale do Ribeira. Ele chegou a ser prefeito de Eldorado duas vezes: primeiro, de 1956 a 1959. Na segunda ocasião,f 12 bet1968, já durante a ditadura, foi eleito pela Arena, partido que apoiava o regime militar.

Ao mesmo tempof 12 betque moradores falam que a cidade se desenvolveu muito do ponto de vista econômico sob a gestão de Jaime Paiva, há relatos de que o "coronel", como era chamado, tinha arroubos de violência, e costumava bater com a bengala e quebrar copos nas mãos de algumas pessoas quando "cismava" com elas na famosa Festa da Laranja, que promovia na cidade.

Em artigo publicadof 12 bet2018 no Estadão,f 12 betresposta às acusações de Jair Bolsonaro contra o pai, o escritor Marcelo Rubens Paiva, filho do deputado Rubens Paiva, disse que o pai tinha desavenças com Jaime justamente pelas ideias conservadoras do fazendeiro, a quem o próprio Rubens Paiva chamava de "coroné".

O que Lamarca tem a ver com o Vale do Ribeira?

A Fazenda Caraitá, que pertenceu a Jaime Paiva, não está mais nas mãos da família desde 1975, mas a propriedade ainda está de pé, a cerca de dois quilômetros do Centro de Eldorado. Segundo o autor do texto investigado, a fazenda teria servido, por intermédio de Rubens Paiva, de base para o treinamento de guerrilha do grupo liderado por Carlos Lamarca, ex-capitão do Exército que desertou levando consigo um arsenal, incluindo fuzis e metralhadoras.

Mas, documentos da época e especialistas negam que isto tenha ocorrido. O chamado "Relatório Suscinto (sic) da Operação Registro", assinado pelo general José Canavarro Pereira, comandante do II Exército, e que descreve o cerco ao grupo de Lamarca no Vale do Ribeira,f 12 bet1970, diz que os militares foram informadosf 12 betabril daquele ano sobre a presença do ex-capitão do Exército na região.

Lamarca e os aliados teriam comprado duas glebas de terra próximo à localidade de Capelinha, numa área de mata fechada no município paulista de Jacupiranga a mais de 65 quilômetros de distância da fazenda de Jaime Paiva,f 12 betEldorado. Na região, há uma cachoeira chamada Cachoeira do Lamarca, uma referência ao local onde os guerrilheiros se abrigaram.

O documento relata dia após dia o cerco aos guerrilheiros e, embora Eldorado seja citada diversas vezes, as menções se referem, principalmente, à estrada usada para fuga. Na cidade, propriamente dita, há apenas o relato de um episódio ocorrido no dia 8 de maio de 1970, quando ocorreu um tiroteio entre militares e guerrilheiros na praça da cidade.

De acordo com a historiadora Maria Auxiliadora Schmidt, doutoraf 12 betHistória pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e coordenadora do projeto de pesquisa "Indígenas, Quilombolas e Napalm: uma História da Guerrilha do Vale do Ribeira", desenvolvido pelo Laboratório de Pesquisaf 12 betEducação Histórica (Lapeduh) da instituição, as alegações sobre a presença de Lamarca na fazenda de Jaime Paiva não aparecemf 12 betfontes de pesquisa.

"A pesquisa foi realizadaf 12 betfontes escritas como a imprensa da época, documentos oficiais e, principalmente, utilização da história oral com depoimentos de pessoas que viveram e assistiram a passagem do Lamarca pela região. A fazenda do Rubens Paiva sequer foi citadaf 12 betnenhuma fonte", disse Schmidt.

O trabalho foi feito por 20 pesquisadores e ela lembra que a equipe fez um levantamentof 12 betum pequeno museu da região e que há, neste museu, algum registro da passagem de Lamarca. No local, havia um busto do guerrilheiro feitof 12 betcimento rústico, mas ele foi removido pelo ex-ministro Ricardo Salles, que liderou a pasta do Meio Ambiente no governo Bolsonaro.

Além de tirar o bustof 12 bet2017, ele mandou que fosse removido qualquer registro sobre Lamarca do museu. Na época, era secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo e foi processado por isso.

O museu ao qual Maria Auxiliadora Schmidt se refere ficaf 12 betCajati, próximo à comunidade de Capelinha. É lá, também, que fica a Cachoeira do Lamarca. Um novo busto foi inaugurado no localf 12 bet2021,f 12 bet17 de setembro, no aniversário de 50 anos da morte de Lamarca. O processo contra Salles ainda tramita na Justiça de São Paulo, com a última movimentaçãof 12 betsetembro do ano passado.

Lamarca foi mortof 12 betuma operação do DOI-CODI da Bahiaf 12 betsetembro de 1971,f 12 betIpupiara, na região de Brotas de Macaúbas, no Sertão do Estado. A operação foi batizada de Pajussara.

Havia alguma relação entre Lamarca e Rubens Paiva?

Apesar de serem contra a ditadura, ao que tudo indica, eles nem se conheciam. Se, por um lado, o fazendeiro Jaime Paiva era conservador, o filho Rubens, engenheiro, tinha outro posicionamento. A carreira política de Rubens começouf 12 bet1962, quando ele se elegeu deputado pelo PTB, mesmo partido de João Goulart.

Em 1964, o deputado fez um discurso acalorado na Rádio Nacional criticando Adhemar de Barros, então governador de São Paulo, por apoiar o golpe. Naquele mesmo ano, com o Ato Institucional nº 1, Rubens Paiva teve o mandato cassado e acabou se exilando na antiga Iugoslávia, depois na França. Quando partia para a Argentina, alguns meses depois, conseguiu entrar no Brasil por São Paulo e, de lá, seguiu para o Rio de Janeiro com a família, onde ficou até ser preso e mortof 12 bet1971.

No diaf 12 betque foi preso,f 12 bet20 de janeiro de 1971, Rubens Paiva receberiaf 12 betcasa o militante Adriano, codinome de Carlos Alberto Muniz, que integrava o Movimento Revolucionário 8 de Outubro, o MR-8, liderado por Carlos Lamarca. Eles tinham se conhecido quando Rubens ajudou a tirar do Brasil a filha de um amigo, ameaçada de prisão.

Os militares estavam na casa do deputado, ameaçando a família com metralhadoras, quando Adriano telefonou confirmando que iria até a casa, e Eunice Paiva, esposa de Rubens, atendeu a ligação nervosa, dizendo que o marido não estava. Os militares acreditavam que Rubens Paiva entregaria Adriano e ainda indicaria o paradeiro de Lamarca, que tinha conseguido fugir após o cerco no Vale do Ribeiraf 12 bet1970. Nada disso aconteceu. Em uma entrevista ao jornal O Globo, Muniz disse que Rubens e Lamarca não se conheciam.

"Eu era o Adriano. Sou um sobrevivente. Rubens foi barbaramente torturado e não me entregou. Ele não era pombo-correio, não pertencia a grupo armado, não conhecia Lamarca. Rubens era uma referência, porf 12 betgrande experiência política. Gostava de trocar ideias com todos que estavam na oposição, inclusive os mais jovens, sobre a redemocratização e ajudava perseguidos a sair do Brasil", disse,f 12 bet2012.

Rubens Paiva foi preso, torturado e morto

Por mais de duas décadas, o Exército sustentou a versão de que Rubens Paiva havia sido sequestrado por "terroristas" quando era conduzido para interrogatório pelos militares no Alto da Boa Vista e que, por isso, não sabiam o paradeiro dele. Em 2013,f 12 betdepoimento à Comissão Nacional da Verdade, o coronel da reserva Raymundo Ronaldo Campos contou outra versão.

Ele disse que, na madrugada de 21 para 22 de janeiro de 1971, foi chamado pelo major Francisco Demiurgo Santos Cardoso, que lhe mandou pegar um carro, levar a um ponto distante e atear fogo. Ao questionar o porquê, ouviu que era "para justificar o desaparecimento dum prisioneiro".

O militar afirmou que só depois, ao preencher o Mapa da Missão, soube que o preso se tratava de Rubens Paiva e que "a pessoa que deveria estar no carro morreu no interrogatório". Raymundo Ronaldo Campos disse que não foi informadof 12 betque circunstâncias ocorreu a morte, mas que o major lhe informou: "Morreu, morreu, morreu no interrogatório".

Outros depoimentos prestados à comissão corroboram a versão do coronel e relatam torturas durante o depoimento de Rubens Paiva no DOI-CODI. Um médico que o atendeu contou que, nas condiçõesf 12 betque se encontrava, teria poucas horas de vida por conta de um rompimento hepático. Ele morreu no dia seguinte à prisão.

Estadão
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Fontes de referência

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  2. jogo vaidebet
  3. a2 bets

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