poker 5 cartas-Escassez de oxigênio preocupa Estados e municípios
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Minas e Acre pedem ajuda federal e Fortaleza tem de transferir doentes; cidades fazem acordo para troca de cilindrospoker 5 cartas de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
A dificuldade de abastecer os estoques de oxigênio medicinal no mesmo ritmo do agravamento da pandemia da covid-19 tem preocupado Estados e prefeituras. Em municípios, a maioria do interior, já há relatos de desabastecimento, empréstimo de cilindros entre cidades e até transferência de pacientes que precisam do insumo.
Em audiência pública no Senado nesta quinta-feira, 18, o general Ridauto Lúcio Fernandes, assessor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, admitiu que o País está com risco iminente de desabastecimentopoker 5 cartasmunicípios do interior. "A expectativa da falta perigosa desses produtos na ponta da linha, nos pequenos hospitais, é de poucos dias", declarou.
"Hoje, o maior risco de perda de vida está nas pequenas unidades, mesmo nas capitais, e nos hospitais do interior. São aqueles que vivem do oxigênio gasoso. Está acontecendopoker 5 cartastodo o Brasil", afirmou ele, que também citou a elaboração de um Plano Oxigênio Brasil, sem dar detalhes.
Também nesta quinta, a Frente Nacional dos Prefeitos enviou ofício ao presidente Jair Bolsonaropoker 5 cartasque exige "providências imediatas para solucionar a falta de oxigênio e de medicamentos para o enfrentamento à covid-19". No documento, o presidente da organização, Jonas Donizette, fala sobre "escassez e iminente falta desses insumos imprescindíveis" e solicita que o governo "determine o redirecionamento de insumos e produtos."
Dias antes, os governos do Acre e de Minas Gerais procuraram a Saúdepoker 5 cartasbusca de suporte. Em coletiva de imprensa na terça-feira, 16, o secretário estadual de Saúde de Minas, Fábio Baccheretti, disse que o pedido de apoio se deve à necessidade de atender à demanda dos leitos que estão sendo abertos e que, mesmo sem ter desabastecimento hoje, há temor de falta de insumo com o aumento de internações.
Em outros Estados, as promotorias locais têm cobrado transparência e ações nessa área. Em Rondônia, o Ministério Público Federal (MPF) enviou ofício à Saúde para que informe como será solucionado o desabastecimento relatado no interior. No documento, cita o caso de Ariquemes, que ficou três horas sem o insumo por causa de uma pane na produção local.
No Ceará, o MP estadual recomendou, na terça, que 86 municípios - incluindo Fortaleza - tomem medidas para garantir o estoque de oxigênio por ao menos 10 dias. Na semana passada, a capital cearense precisou transferir 15 pacientes de uma UPA para outras unidades de saúde e hospitalarespoker 5 cartasdecorrência da falta do insumo.
"Tivemos sobrecarga de oxigênio, mas é importante dizer que fizemos uma operação de guerra nesse monitoramento, e nenhum paciente ficou sem oxigênio. Contamos com o apoio da regulação, da rede de leitos e do Samu, que rapidamente atuou na transferência desses pacientes", justificou a secretária da Saúde, Ana Estela Leite,poker 5 cartasvídeo nas redes sociais.
Situação semelhante ocorreupoker 5 cartasBacabal (MA), de 100 mil habitantes, que precisou pedir socorro ao governo estadual para transferir 12 pacientes de um hospital municipal na semana passadapoker 5 cartasdecorrência da falta de oxigênio. Na ocasião, o governador, Flávio Dino (PCdoB) disse que o problema foi "transitório". O Estadão procurou o município, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.
Há cerca de duas semanas, Florianópolis chegou a notificar o ministério que a fornecedora não estava conseguindo reabastecer os cilindros, mas que a situação foi normalizada na sequência. "A medida foi uma precaução da administração municipal", destacou a gestão, que afirmou ainda estar com um aumento mais de oito vezes na demanda.
Além disso, prefeituras do norte de Minas e da Bahia improvisaram acordo de troca de cilindros. Nesses municípios mineiros, o transporte dos cilindros entre uma cidade e outra é feito muitas vezespoker 5 cartascaminhonetes particulares de secretários e servidores. "A produção nesse setor é muito estável, mas com a pandemia a procura triplicou e ninguém estava preparado", justificou o proprietário da empresa Corsino, do setor de oxigênio medicinal, de Montes Claros.
Em cidades de menor porte, prefeituras e hospitais estão pedindo ajuda para conseguir cilindros. Em Santa Bárbara (MG), a Santa Casa local fez apelo na quarta-feira, 17, para que moradores que tiverem o itempoker 5 cartascasa façam a doação "com urgência". Na semana passada, Valinhos (SP), chegou a solicitar o empréstimo de cilindros a clínicas veterinárias.
Em nota, a secretaria de saúde da Bahia disse que o abastecimento de oxigênio no Estado segue normalpoker 5 cartastodas as unidades da rede estadual. Procurada, a pasta da Saúde de Minas não respondeu.
Já a fornecedora de oxigênio White Martins disse,poker 5 cartasnota, ter visto aumento significativo de demanda para os clientes de Minas e Bahia e afirmou ter reforçadopoker 5 cartasestrutura para dar conta dos pedidos. A empresa acrescentou ainda aguardar manifestação formal do governo mineiro sobre as projeções de uso do insumo hospitalar. É importante que os gestores públicos informem sobre variações na demanda, prosseguiu a empresa, para que haja mais condições de ampliar o fornecimento.
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Ministério vê desafio maior na distribuição do que na produçãoNa audiência pública, o general Ridauto afirmou que a crise decorre da distribuição do insumo, mais do que da produção. "Quais os municípios que estão sentindo mais dificuldade? Diria que no Acre. O Acre só trabalha com oxigênio gasoso (em cilindro), até os grandes hospitais de Rio Branco. O interior de Rondônia todo. Vários hospitais da capital de Rondônia. São muito preocupantes porque Rondônia e Acre têm dificuldades de ligação com o restante do Brasil, demora mais para fazer chegar oxigênio. O interior dos Estados do Sul. Ceará acusou recentemente que iria faltar nos pequenos municípios. Pará acusa falta nos pequenos municípios, especialmente na porção Oeste…"
Ele afirmou que o problema é logístico, e não de produção, citando o caso de uma empresa de Rondônia que chegou a buscar o produto no Rio Grande do Sul. Além disso, destacou que alguns Estados do Norte, unidades hospitalares de pequeno porte e municípios do interior não têm estruturas para armazenar o produtopoker 5 cartasmaior quantidade, dependendo exclusivamente de cilindros (que têm uma logística mais complexa, pelo peso,poker 5 cartascomparação ao oxigênio líquido).
Além disso, o assessor da Saúde defendeu que a solução para o problema é a aprovação de um dispositivo legislativo para que as produtoras sejam obrigadas a abastecer carretas de outras empresas, especialmente das que fornecem cilindros para pequenos municípios. O objetivo seria agilizar a distribuição do insumo regionalmente.
O general apontou, ainda, que a criação de miniusinas poderia melhorar a situação, mas nãopoker 5 cartastempo hábil, pelo potencial reduzido de produção. "Estamos vivendo o drama dos cilindros. Precisamos adquirir cilindrospoker 5 cartasgrande quantidade", comentou. "Não dá tempo de ir atrás de mini usina."
Na audiência, o presidente de uma empresa do setor disse ter recebido ofício para confisco de duas carretas de oxigênio e cilindros pelo Exército naquela data, o que impactaria no cumprimento de contratos já firmados. Fernandes negou. Disse que o governo federal faz exclusivamente requisições, as quais são dialogadas previamente com os envolvidos, e que o documento enviado seria um "equívoco administrativo".
No sábado passado, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou edital no qual requer que as empresas do setor de oxigênio medicinal informem semanalmente a capacidade de fabricação, envase e distribuição e a quantidade de produto demandada pelos setores público e privado. O objetivo é monitorar a situação no âmbito nacional.
Na audiência pública, a diretora da agência, Meiruze Freitas, informou que 32 das 47 empresas notificadas já responderam e que os dados estão sendo compilados. Além disso, afirmou que é discutida a viabilidade e a segurança de utilizar cilindros de outros setores não medicinais.
Estados dizem acompanhar demanda para evitar desabastecimento
Em nota, o governo de Rondônia alegou que "não há falta de oxigênio nas unidades hospitalares da rede estadual e "que estão sendo mantidas todas as medidas de prevenção para evitar o desabastecimento". Além disso, afirmou estar "acompanhando de perto" a situação dos municípios do interior que relataram "possível falta" do item. Segundo o governo, o Ministério da Saúde também foi notificado sobre a situação.
Procurados, Paraná, Santa Catarina, Pernambuco, Goiás, Rio Grande do Sul, Distrito Federal, Tocantins, Bahia, Amazonas, Espírito Santo e Mato Grosso disseram não enfrentar desabastecimento. Já o Acre alegou que os 670 cilindros que receberá do Ministério Público, da SOS Amazonas e do governo federal, são suficientes para atender à demanda.
O Estado de São Paulo também diz não correr risco de desabastecimento napoker 5 cartasrede. "O que temos, naqueles municípios de 10 mil habitantes, eles têm unidades hospitalares, que, na verdade, são pequenas unidades de atendimento. Então, não têm aqueles grandes tanquespoker 5 cartasque eu possa fornecer oxigênio e armazenar esse oxigênio por uma semana, por exemplo", comentou o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn,poker 5 cartascoletiva de imprensa na quarta. "O que precisamos fazer para esses municípios? Distribuir cilindros de oxigênio."
Segundo ele, a situação está sendo discutida no gabinete de crise da secretaria. "Não podemos assistir ao que foi vistopoker 5 cartasManaus. E isso não vai acontecer com oxigênio, com respirador, porque tudo tem limite."/COLABOROU LEONARDO AUGUSTO, ESPECIAL PARA O ESTADO