david brazil pixbet-Por que as vacinas não são solução para acabar com pandemias
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Embora a inoculação seja chave para combater a covid-19, ela não vai impedir aparecimento de novas pandemias e, se quisermos evitá-las, saúde pública deve se concentrar na solução dos problemas que as causam, alertam especialistas.david brazil pixbet de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
Em dezembro de 2020, foram aprovadas as primeiras vacinas contra a SARS-CoV-2.
Ao longo das campanhas de vacinação, as análises mostraram a alta eficácia desses imunizantes.
Isso não mudou, mesmo diante das novas variantes. As vacinas continuam sendo essenciais quando se trata de reduzir a probabilidade de formas graves da covid-19: hospitalização, internaçõesdavid brazil pixbetUTI (Unidade de Terapia Intensiva) e mortalidade.
Como resultado desses excelentes resultados, foi divulgada a mensagem de as vacinas como uma ferramenta fundamental de saúde pública, e a ciência por trás dedavid brazil pixbetrealização como única saída para a situação atual.
Esse quadro de análise da pandemia — e do conceito de saúde pública que daí surge — carece de profundidade e procura pela raiz dos problemas que esta crise tem evidenciado.
"A medicina é uma ciência social e a política nada mais é do que uma medicinadavid brazil pixbetgrande escala", disse o patologista Rudolf Virchow (1821-1902) no século 19.
Da mesma forma, nossa análise deve ir mais longe para tentar compreender um fenômeno que não pode ser reduzido exclusivamente àdavid brazil pixbetdimensão de saúde.
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Surtos e doenças com perspectiva históricaSe olharmos para a história das doenças infecciosas, parece difícil imaginar um cenário onde possamos viver sem nos preocupar com os microrganismos presentesdavid brazil pixbetnosso meio.
Apesar de o ônus das doenças infecciosas ter diminuído nos últimos 30 anos, o número de surtos epidêmicos aumentou.
Isso significa que, emboradavid brazil pixbettermos globais, doenças crônicas como o câncer e as doenças cardiovasculares ainda sejam responsáveis pelo maior número de mortes, estamosdavid brazil pixbetuma situação de vulnerabilidade a novas infecções com potencial pandêmico.
Essa alteração ocorre principalmentedavid brazil pixbetsurtos de origem zoonótica, nos quais um microrganismo salta de animais para humanos .
Portanto, focar nosso olhar no SARS-CoV-2 torna difícil tentarmos entender as causas do aumento desses fenômenos e seu impactodavid brazil pixbetnossas sociedades.
Isso colocou as interações com os animais e a destruição dos ecossistemas no centro da pesquisa de novas doenças infecciosas.
O conceito de One Health (uma integração da saúde das pessoas, animais e meio ambiente) já é reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das principais abordagens para enfrentar os problemas de saúde emergentes.
As causas das causas das pandemias
Uma das principais funções da epidemiologia é descobrir quais são os elementos que nos fazem ter uma saúde cada vez melhor.
Esses determinantes são encontradosdavid brazil pixbetdiferentes níveis: alguns respondem às nossas características individuais, mas outros estão associados a elementos estruturais como o sistema de saúde, o local de residência ou mesmo o sistema econômico e político.
É o que pesquisadores e organizações internacionais têm chamado de "determinantes sociais da saúde".
Às vezes são representados como um rio: os determinantes individuais são encontrados na parte inferior, enquanto as "causas das causas" estão na parte superior.
Estes, pordavid brazil pixbetvez, influenciam as causas que estão "rio abaixo".
Se aplicarmos essa abordagem à pandemia covid-19, podemos localizar três eixos principais de análise:
1. Aumento da frequência de zoonoses
O surgimento de zoonoses depende de um delicado equilíbrio entre pessoas, patógenos e biodiversidade.
No momentodavid brazil pixbetque um desses elementos (como os humanos) altera o equilíbrio de um ecossistema, as consequências podem ir além do impacto inicial.
Isso pode favorecer o contato com patógenos desconhecidos ou a alteração da biodiversidade que mantinha certos microrganismosdavid brazil pixbetbaixo risco para zoonoses.
Algumas das atividades humanas que têm sido relacionadas à maior frequência desses fenômenos têmdavid brazil pixbetorigemdavid brazil pixbetum modelo de produção e extração de recursos que acarreta mudanças no uso do solo, desmatamento ou modificações de microclimas que acabam alterando o equilíbrio dos ecossistemas.
2. Rápida disseminação de doenças transmissíveis
Com a generalização do acesso a meios de transporte como o aéreo, o surgimentodavid brazil pixbetuma parte do mundo de uma zoonose que se transmite entre humanos pode se espalhar internacionalmente a uma velocidade maior do que a capacidade de resposta dos sistemas públicos de saúde.
Além disso, devemos também considerar o impacto ambiental de certos modelos de mobilidade que podem alterar o equilíbrio que mencionamos no primeiro ponto.
3. Impacto desigual da epidemia
Embora a princípio os principais líderes tenham tentado estabelecer um marco de solidariedade argumentando que a pandemia afetou a todos nós igualmente, essa afirmação logo foi desacreditada pelas evidências que estavam sendo coletadasdavid brazil pixbetdiferentes partes do mundo.
Pessoas com renda mais baixa que tiveram que continuar trabalhando pessoalmente foram mais expostas durante a pandemia.
Terminada a primeira onda pandêmica, os sistemas de vigilância permitiram observar que o risco de contágio aumentava à medida que diminuía o poder socioeconômico, devido à maior participaçãodavid brazil pixbetempregos presenciais e à precariedade do trabalho, ou mesmo às condições de moradia que dificultavam o isolamento.
Além disso, a probabilidade de morrer de covid-19 também não seguia uma distribuição homogênea entre os grupos sociais.
Os grupos mais marginalizados têm maior prevalência de patologias — como diabetes ou obesidade — que estão associadas a um quadro grave da doença.
Esse fenômeno de uma pandemia que atua sobre as desigualdades de saúde pré-existentes é conhecido como "sindemia".
As causas das causas
Como dissemos no início, diante dos bons resultados das vacinas comercializadas, estabeleceu-se um discurso que coloca a vacina como a única ferramenta para mitigar a pandemia.
No entanto, se olharmos para a análise de algumas das possíveis causas das causas da situação atual, a vacina não é dirigida contra nenhuma delas.
As pandemias não são apenas fenômenos virológicos, mas fenômenos sociais cuja forma é determinada pela atividade humana e pela organização de nossa sociedade.
Portanto, se queremos minimizar seu impacto no futuro, não podemos nos concentrardavid brazil pixbetuma vacina para cada novo microrganismo, mas simdavid brazil pixbetimplementar os meios necessários para reduzir a probabilidade de seu aparecimento,david brazil pixbetrápida disseminação e seu impacto diferencial na população.
Não é uma dicotomia absoluta, mas a atenção às causas das causas requer estratégias e recursos de longo prazo que não produzirão resultados imediatos.
Uma saúde pública com foco nos determinantes sociais não pode se limitar a uma campanha de vacinação, mas deve compreender os fenômenos que estão por trás do surgimento de novas doenças edavid brazil pixbetdistribuição desigual na sociedade.
Só assim podemos começar a falar da verdadeira saúde pública como ferramenta para resolver os problemas de saúde coletiva.
*Mario Fontán Vela é doutorandodavid brazil pixbetEpidemiologia e Saúde Pública pela Universidade de Alcalá (UAH),david brazil pixbetMadri, na Espanha, e Pedro Gullón Tosio, professor-assistente de saúde pública da mesma universidade.