bullsbet jogo-Dia da dança: como surdos se relacionam com a música e seus movimentos?
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Conheça mais realidades da dança e da música com os depoimentos dos artistas da banda Surdodum.O Dia Internacional da Dança é hoje, 29 de abril. A dança é quando corpo se expressa, é a transformação do movimentobullsbet jogoarte.
Nós, humanos, sentimos e manifestamos a dança de inúmeras formas ebullsbet jogodiferentes culturas ao redor do mundo. É um universo complexo e abrangente, por isso, nesta data, iremos explorar mais o mundo da música e da dança!
Para nos ajudar nessa missão, conversamos com integrantes da banda Surdodum, um projeto musical, de Brasília, realizado por pessoas surdas. Conversamos com os integrantes Daniel Baima, Dudu Anjos e Andreia Brito.
Veja tudo que descobrimos!
Como as pessoas surdas sentem a música?
Começamos buscando entender como as pessoas surdas se relacionam com a música. Daniel, músico do Surdodum, nos conta que sentem as vibrações dos sons e se aproximam das caixas de som.
Dudu nos explica que existem várias formas das pessoas surdas sentirem a música. Ele, por exemplo, sente através das vibrações. Veja a metáfora que ele faz para elucidar como sente a música:
É como se fosse uma onda, algo parecido com uma montanha que transforma imagens. Como se fosse o corpo e a alma entrando no mundo das ondas e da montanha.
Ele também fala sobre as pessoas surdas que utilizam aparelho ou implantes cocleares e conseguem sentir, também, as letras das músicas.
Andreia também fala sobre sentir as vibrações pelo corpo, veja a declaração da vocalista da banda:
Os surdos sentem a música através das vibrações. As próprias batidas e o som da música, levam as vibrações para o meu corpo e minha alma.
A dança e os surdos
Se o sentir da música é diferente, a dança também será. Perguntamos a eles como foi a primeira vez que dançaram. Dudu nos diz que tinha 7 ou 8 anos e imitava as outras pessoas dançando, mesmo sem ouvir a música.
Daniel fala que sentia um arrepio com as batucadas de músicas de diversos ritmos como forró, samba, pagode e MPB. Ele também diz que é uma sensação ótima quando põe a mão na caixa de som.
Andreia nos revela que tem diversas memórias com a música e com a dança. Também que até hoje se encanta com a sensibilidade musical.
Emoções ao assistir à dança
Os músicos nos contam sobre as emoções que têm ao assistir apresentações de dança. Andreia explica que sente muita emoção com os espetáculos, ela diz que a música faz parte da vida dela e que a dança é como se ela "ouvisse" a letra da canção, também diz que seus conhecimentos musicais se ampliam muito com convivência cultural.
Daniel nos diz que é fantástico assistir apresentações de dança e que admira a disciplina do treino para acetarem todos os movimentos.
Dudu nos conta uma história que elucida bem o que sente, veja:
Quando tinha 21 anos, fui a um teatro onde havia uma dança muito sentimental, uma mistura de dança e atuação. Achei muito interessante, porque os ouvintes escutam a música e incorporam a dança de uma forma diferente, como se fosse uma onda de som. Mas para o mundo surdo é bem diferente, só sentimos a vibração, o que nos leva a uma outra forma de dançar, devido à nossa cultura.
Projeto Surdodum
Por fim, questionamos qual a diferença que o projeto Surdodum fezbullsbet jogosuas vidas. A banda já atua há 30 anos na capital federal.
Daniel diz que enxerga o grupo como uma segunda família, eles aprendem, convivem e treinam juntos. Fala sobre a importância do amor e carinho que os integrantes da banda têm um pelo o outro e que estão sempre abertos para receber novos integrantes.
Dudu fala do que sente quando toca um instrumento bem alto e sente as vibrações. Ele exemplifica com às vezes que toca o ganzá (um tipo de chocalho) e sentebullsbet jogomão vibrar como uma meia-lua.
Então ele explica que quando se perde a audição, outros sentidos ficam mais apurados. Mas, que a parte mais difícil é o ritmo, habilidade que eles desenvolvem (e muito) no Surdodum.
Dudu diz que, quando toca ou ouve música, é como se alma saísse do corpo e entrasse na maior montanha do mundo. São experiências diferentes para surdos e ouvintes, mas que, ainda assim, podem e devem ser compartilhadas.
Por Tiago Vechi
Jornalista