arbety double telegram-Opinião: Como Lula 'isentão' abandonou a pauta da esquerda
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O presidente não pode negar ao país uma discussão histórica, como a da Ditadura Militar, porque isso relembra seus sofrimentos pessoaisarbety double telegram de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
Não se debruçar sobre a Ditadura Militar porque é “coisa do passado”, apoiar o fim das saidinhas de presos, fugir da discussão sobre aborto e liberação de drogas fazem parte do novo figurino de Lula (PT). Mais do que abrir mão de temas caros paraarbety double telegrambase e que inflamam seus opositores, o presidente optou por barrar essas discussões. As mulheres que o digam,arbety double telegram2023, perderam representatividade nos ministérios para quadros do centrão.
É ano eleitoral, e Lula prefere falar grosso e sem papas na língua quando o assunto é Venezuela, Hamas e Rússia. Assim que o petista tem alimentado o coração dos esquerdistas, mesmo que isso custe rusgas e tensões diplomáticas ao país.
A base governista que já tinha votado pelo fim da saidinha, nesta semana corroborou a proposta de emenda à Constituição (PEC) que amplia as isenções para igrejas. Teve mais. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, recuou e suspendeu uma nota técnica que trata sobre aborto. O documento nada mais fazia do que reforçar o que está previstoarbety double telegramlei, sem criar nenhuma novidade ou estímulo ao aborto. Mas a rápida repercussão na oposição earbety double telegramlideranças religiosas foi suficiente para melindrar o governo, que invalidou o documento.
Em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, na RedeTV!, o presidente disse que não quer tratar da Ditadura Militar - período funesto da história que começou há exatos 60 anos,arbety double telegram1964, e se estendeu por 21 anos.
“Eu fico pensando que, nesse tempo que teve o golpe militar, eu passava muita fome com a minha mãe e o irmão. Não quero ficar lembrando disso, não”, disse Lula, que inclusive, foi preso na ditadura pelas greves sindicais.
Um presidente não pode negar ao país uma discussão histórica porque isso relembra os sofrimentos pessoais que viveu. Postura diferente teve a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), também presa na ditadura - e pior, torturada - , que criou a Comissão Nacional da Verdade,arbety double telegram2011. Em 2012, durante a instalação do órgão, Lula esteve presente e pode ouvir Dilma dizer que: "A ignorância sobre a história não pacifica, pelo contrário, mantém latente mágoas e rancores".
O posicionamento de Lula destoa de ministros como Silvio Almeida, dos Direitos Humanos e Cidadania. Almeida planeja ações para que o país “não se esqueça” dos anos de chumbo e aguarda que o Planalto autorize a recriação da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos da Ditadura.
Os militares, aliás, merecem destaque à parte. Na entrevista à RedeTV!, elogiou o ministro da Defesa, José Múcio. O mesmo ministro que relativizou a tentativa de golpe contra o país e o governo. Foi Múcio quem disse,arbety double telegramentrevista ao O Globo mês passado, que o que viuarbety double telegram8/1 foi uma manifestação de “senhoras, crianças, rapazes, moças... Como se fosse um grande piquenique, um arrastãoarbety double telegramdireção à Praça dos Três Poderes. Foi um movimento de vândalos, financiados por empresários irresponsáveis”.
A fala está situadaarbety double telegramum universo paralelo, muito distante da realidade que todos vimos e das informações contidas nas investigações da Polícia Federal. Aliás, Múcio mesmo pouco fez para punir militares. Ele e Lula abdicaram da responsabilidade, passada à PF e ao STF.
É verdade que Bolsonaro, quando presidente, não emplacou todaarbety double telegramcartilha reacionária. A força política que o parlamento adquiriu nos últimos anos dificulta a aprovação de pautas que não sejam consensuadas entre as grandes bancadas. Mas Bolsonaro agiu onde pôde para inflamar a base: no Ministério da Educação, Direitos Humanos e liberou armas. Deu certo, como vimos na grande mobilização de domingo, 25.
No Congresso, pautas ideológicas avançam se casadas com um “algo mais”, como benefícios setoriais. O marco temporal, patrocinado pela bancada ruralista e partidos de centro, é um exemplo. O projeto foi uma derrota para o governo Lula, que vetou o tema e empurrou a decisão para o STF.
A agenda legislativa de Lula foca na economia, programas sociais e pauta verde, sustentável. A disputa cultural foi abandonada e ganhou força nas discussões da extrema-direita.
Trago uma análise feita pelo ex-ministro José Dirceu,arbety double telegramjaneiro. Condenado no Mensalão e na Lava Jato e fora do jogo político, o petista é saudado na esquerda porarbety double telegramhabilidade de análise e percepção das forças que influem na sociedade.
“Nesses anos, houve uma mudança social e cultural enorme. Por causa do fundamentalismo religioso, por causa da ocupação dos territórios por força dos partidos de direita. E nós recuamos. Vimos agora no primeiro de maio (de 2023). Não houve uma mobilização nacional”, disse ao programa petista POD13 Bahia.
Lula, parece apostar que a melhora da economia resolverá a maior parte dos problemas e será suficiente. Não custa lembrar que os primeiros atos da queda de Dilma (e da esquerda) começaramarbety double telegram2013, quando o país registrava o maior PIB per capita dearbety double telegramhistória.
Bom final de semana!
Este texto foi publicado originalmente na newsletter semanal Peneira Política, assinada por Guilherme Mazieiro. Assine aqui, gratuitamente, e receba os próximos conteúdos.