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pixbet razao social-China: por que o país mais populoso do mundo precisa incentivar suas famílias a ter mais filhos

pixbet razao social

Três anos depois do limite ser ampliado para dois filhos por família, o crescimento da população da China continua a declinar
27 dez 2018 - 16h24
(atualizado às 16h36)
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pixbet razao social de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar

Quando a China acabou com a política do filho único, há três anos, havia esperança de que os casais tivessem um segundo filho para ajudar a desacelerar o ritmo de envelhecimento da sociedade. Mas não está funcionando.

A taxa de natalidadepixbet razao socialdeclínio é hoje um dos assuntos mais comentadospixbet razao socialtoda a China - e há uma verdadeira sensação de crise.

A China está agora se esforçando para incentivar os casais a ter mais filhos
A China está agora se esforçando para incentivar os casais a ter mais filhos
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Declarações de autoridades e propagandas estatais agora incentivam os casais a "terem filhospixbet razao socialnome do país", gerando críticas nas mídias sociais de que a campanha do governo é invasiva e insensível.

As medidaspixbet razao socialdiscussão vão desde ampliar a licença-maternidade até estimular um segundo filho por meio de incentivos financeiros e fiscais. E há quem defenda que os limites de filhos por família - hoje, são permitidos até dois - sejam eliminados por completo.

Com o objetivo de conter o crescimento populacional, a política do filho único da China foi introduzidapixbet razao social1979, um ano após as reformas econômicas. A regra foi rigorosamente aplicada para a maioria. Quem a violava podia ser multado, perder o emprego ou ser alvo de aborto forçado e esterilização. Mas a taxa de fertilidade já havia entradopixbet razao socialdeclínio acentuado na década anterior.

Por anos, a China se beneficiou de seu crescimento demográfico, com um grande população (quase um quinto de todo o mundo) capaz de fornecer ampla mão de obra, enquanto tinha ao mesmo tempo um número razoável de pessoas muito jovens e idosas. Isso favoreceu a rápida ascensão econômica do país.

Mas o cenário está rapidamente mudando. Para que o desenvolvimento econômico continue e a China seja capaz de lidar com o envelhecimento do país, o ritmo de nascimentos precisa crescerpixbet razao socialvez de declinar.

O fim da política do filho únicopixbet razao social2015 mirou esse objetivo, mas os dados apontam que, apesar da liberdade adquirida, os jovens parecem não querer mais filhos.

Gráfico sobre a taxa de fertilidade na China, EUA e Índia
Gráfico sobre a taxa de fertilidade na China, EUA e Índia
Foto: BBC News Brasil

Quão grave é o problema da baixa taxa de natalidade?

De acordo com o Departamento Nacional de Estatísticas da China, houve 17,86 milhões de nascimentospixbet razao social2016. A população chinesa cresceupixbet razao social1,31 milhão de pessoas - foram 12,95 nascimentos a cada 1 mil habitantes, a maior desde 2001.

Mas,pixbet razao social2017, quando a política de dois filhos já deveria produzir efeitos, houve 17,23 milhões de nascimentos, uma queda de 630 milpixbet razao socialcomparação com 2016. E a taxa de natalidade foi de 12,43 a cada 1 mil habitantes, 0,52% menorpixbet razao socialrelação a 2016 e abaixo da previsão mais pessimista antes da introdução da nova política.

As expectativas para o futuro são ainda mais sombrias sob essa política do governo. A taxa de natalidade deve continuar a cair a partir de 2018, e,pixbet razao socialdez anos, o número de mulheres chinesas com idade entre 23 e 30 anos será 40% menor e haverá cerca de 8 milhões de nascimentos por ano.

Não surpreendentemente, esse tornou-se um dos temas mais debatidos na China. Em 6 de agosto, o jornal oficial do Partido Comunista, o Diário Popular, dedicou uma página inteira ao assunto.

Um artigo de opinião intitulado "Ter filhos é um assunto de família, mas também uma questão nacional" advertia que o Estado precisava de novas políticas para lidar com o impacto da baixa taxa de natalidade sobre a economia.

A mídia estatal chinesa vem tratando o envelhecimento da população como uma questão de interesse nacional
A mídia estatal chinesa vem tratando o envelhecimento da população como uma questão de interesse nacional
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Um artigo no jornal estatal Xinhua Daily, escrito por dois acadêmicos da Universidade de Nanjing, provocou protestos. Eles sugeriram a criação de um fundo para nascimentos, para o qual todos com menos de 40 anos contribuiriam. Se um casal tivesse um segundo filho, poderia retirar dinheiro deste fundo. Se não, teria de esperar até a aposentadoria.

"Penalizar quem tiver um filho ou não? Por favor, parem de mirar nas carteiras das pessoas", foi apenas um dos artigos publicadospixbet razao socialresposta à proposta, que foi rotulada de imprudente, injusta e desnecessária.

Alguns exigiram que o Estado lide com o motivo de os jovens não querem mais filhos e tente reduzir o custo de criar uma criança,pixbet razao socialvez de criminalizar financeiramente as pessoas.

Por que isso é tão urgente agora?

A China está rapidamente se tornando uma sociedade envelhecida. Não só a taxa de natalidade vem caindo, mas hoje vive-se mais - a expectativa de vida era de 66 anos quando a política do filho único foi introduzida e, agora, é de 76.

Gráfico da população da China por faixa etária
Gráfico da população da China por faixa etária
Foto: BBC News Brasil

Isso colocará a economia chinesa sob grande pressão no futuro. De acordo com estatísticas oficiais, o número de pessoas entre 15 e 64 anos superou 1 bilhãopixbet razao social2013, mas vem diminuindo constantemente desde então - e essa tendência continuará.

Ao mesmo tempo, o número de idosos está crescendo. Em 2016, a população total da China era de 1,39 bilhão - incluindo 158 milhões de pessoas com 65 anos ou mais, ou 11,4%.

Isso é mais do que uma vez e meia a definição da Organização das Nações Unidas (ONU) de uma sociedade envelhecida, quando 7% da população tem 65 anos ou mais. A ONU prevê que chegará a 17,1%pixbet razao social2030.

Isso significa que os idosos são sustentados por um número cada vez menor de pessoaspixbet razao socialidade ativa. De acordo com um artigo do site Ifengweekly, havia 3,16 jovens para cada idosopixbet razao social2011. Em 2016, a taxa caiu para 2,8. A previsão é que, até 2050, seja de apenas 1,3.

Comopixbet razao socialoutros países com projeções semelhantes, isso tem enormes implicações para a economia, para o sistema de aposentadorias e para os serviços voltados para as necessidades de idosos.

Por que as pessoas não têm mais filhos?

Muitos jovens na China que cresceram durante as três décadas de planejamento familiar rigososo e amplo desenvolvimento econômico têm uma mentalidade diferente de seus pais.

Em geral, eles estão acostumados a ser o centro das atenções e desfrutam de riqueza material e liberdade pessoal muito maiores. Também estão se casando e tendo filhos mais tarde (se é que o fazem) e se concentram maispixbet razao socialsuas próprias carreiras e felicidade, uma tendência que não se limita à China.

Para muitos jovens chineses, ter filhos não é uma prioridade
Para muitos jovens chineses, ter filhos não é uma prioridade
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Quando pensampixbet razao socialcomeçar uma família, uma grande preocupação é se podem pagar por isso. Pesquisas mostram que,pixbet razao socialmédia, criar uma criançapixbet razao socialuma cidade pode consumir mais da metade da renda familiar.

Creches sempre recebem inscriçõespixbet razao socialexcesso, por isso muitos precisam contar com a ajuda dos avós das crianças. E ainda há a hipoteca e outros compromissos no orçamento. Em outras palavras, ter um filho é uma batalha. Ter outro demanda ainda mais recursos e apoio.

"Nossa geração tem um tremendo fardo sobre os ombros", disse uma mulher, que não quis ser identificada na reportagem. "Nossos pais idosos, nossos filhos pequenos, nossas carreiras. Tudo isso junto pode acabar com a gente."

A mulher, na faixa dos 30 anos, já tem um filho de cinco anos. Ela e o marido decidiram não dar a ele um irmão. A falta de vagaspixbet razao socialcreches é um grande motivo. "Então, contratamos babás para cuidar do nosso filho e pedimos aos nossos pais que fiquem de olho na babá."

Como a política do filho único mudou

A Chine enfrenta dificuldades para combater o declínio do crescimento populacional
A Chine enfrenta dificuldades para combater o declínio do crescimento populacional
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

1979: Proposta do governo limita todos os casais a um filho.

1982: Planejamento familiar se torna uma política básica do Estado.

2000: Um casal pode ter um segundo filho, se ambos forem filhos únicos.

2013: Casais são autorizados a ter um segundo filho se um deles é filho único.

2015: Fim da política de um filho, todos os casais podem ter um segundo filho.

Por outro lado, algumas mulheres mais velhas, já com 60 e poucos anos, dizem que teriam tentado ter um segundo filho se a política tivesse sido alterada antes, mesmo se já estivessempixbet razao socialidade avançada.

Então, a política durou tempo demais? Houve um debate nacional suficientemente robustopixbet razao socialtorno do tema? Muitas pessoas estão agora se fazendo essas perguntas.

Os líderes da China demoraram a agir?

Todos os censos realizados depois de 1990 apontam para o rápido declínio da taxa de fertilidade (o número médio de filhos de uma mulher ao longo da vida) na China, que é inferior aos 2,1 necessários para haver uma reposição da população.

Mas o índice foi alvo de grande controvérsia. Uma pesquisa populacionalpixbet razao social2000 indicou que a taxa era alarmantemente baixa, de 1,22. Autoridades de planejamento familiar disseram, no entanto, que seria de 1,8, argumentando que muitos nascimentos não eram registrados. No fim, o índice mais elevado prevaleceu.

Essa diferença pode significar que uma situação urgente foi subestimada ou deixada de lado?

Ainda hoje, é difícil encontrar uma figura com grande autoridade sobre a taxa de fertilidade da China - alguns indicam que estápixbet razao socialem 1,2-1,4; outros, entre 1,5 e 1,7 - abaixo dos Estados Unidos (1,8) ou da Índia (2,3).

Pedidos de mudanças para conter o declínio do crescimento populacional parecem ter recebido pouca atenção. Há mais de uma década, Ye Tingfang, membro do principal conselho político da China, a Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, argumentou contra intervenções e apresentou uma moção no Congressopixbet razao social2007, pedindo o fim da política do filho único assim que possível.

O Comitê Estatal de Planejamento Familiar disse que o país não mudaria a política. Ele fez uma petiçãopixbet razao socialseguida, que foi ignorada.

Outras vozes dissidentes incluem James Liang e Jianxin Li, dois professores da Universidade de Pequim e autores do livro Há Chineses Demais?, publicadopixbet razao social2012.

Eles argumentaram que a taxa de natalidade da China teria se tornado muito baixa e que, se a tendência continuasse, o país envelheceria muito rápido, a economia sofreria e a sociedade se tornaria instável. E recomendaram ajustes na política de planejamento familiar.

É difícil adivinhar o que aconteceu nos bastidores das tomadas de decisão. O fato é quepixbet razao social2013 houve um relaxamento da política do filho único.

Duas crianças te deixam rico?

Hojepixbet razao socialdia, algo que mudou é que parece haver uma discussão mais ampla sobre questões populacionais na China. Em alguns locais, autoridades pararam de multar que tem filhos além da conta.

Alguns especialistas propõem o uso de 2% a 5% do PIB para incentivar nascimentos, por meio de reduções de impostos e incentivospixbet razao socialdinheiro. Outros dizem que as pessoas devem ter tantos filhos quanto quiserem.

O governo faz campanha para incentivar famílias maiores 'em nome do país'
O governo faz campanha para incentivar famílias maiores 'em nome do país'
Foto: Reuters / BBC News Brasil

E há muita propaganda de incentivo, a qual as pessoas criticam na internet. "Precisamos de um pouco de espaço para respirar!", disse um internauta. "Isso tudo vai contra o que nos disseram quando crescemos (para casar tarde e ter menos filhos)", lamenta outro.

Isso é o que realmente mudou. As pessoas têm mais independência e liberdade de formular seus próprios pontos de vista e não são tão facilmente influenciadas por propaganda ou incentivos moderados. Vivem por si mesmas, não mais pelo país.

E é muito mais difícil incentivar o crescimento populacional do que restringi-lo. No fim das contas, ter filhos é uma decisão que cabe a cada indivíduo.

Veja também:

'Decidi virar parteira enquanto sofria sozinha ao dar à luz':

 

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Fontes de referência

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