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aposta em corrida de cavalo-Economia, imigração e aborto: como 3 temas-chave das eleições nos EUA favorecem ou prejudicam Trump e Kamala

aposta em corrida de cavalo

A campanha eleitoral nos EUA centrou-se numa série de questões que cativam a atenção e o interesse dos eleitores. A BBC conta o que dizem as pesquisas e como elas podem afetar os candidatos.
1 nov 2024 - 06h39
(atualizado às 07h26)
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Foto: BBC News Brasil

aposta em corrida de cavalo de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar

"A economia, idiota".

Esta folclórica frase do assessor político James Carville orientou a campanha de Bill Clinton rumo à Casa Branca,aposta em corrida de cavalo1992. E poderia ser facilmente o lema da disputada corrida presidencial de 2024, entre o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris.

A economia é o tema que mais interessa aos eleitores nos Estados Unidos - e o que mais irá influenciarapostaaposta em corrida de cavalocorrida de cavalodecisão, na hora de comparecer às urnas.

Uma pesquisa do instituto Gallup, publicadaaposta em corrida de cavalo9 de outubro, indica que a economia é o principal assunto desta eleição, de um total de 22 temas, e "pode ser um fator importante para 9aposta em corrida de cavalocada 10 eleitores".

As campanhas de Trump e Harris sabem muito bem disso e colocaram a economia no centro da agenda eleitoral, ao lado de outros temas como o aborto e a imigração.

Mas qual será o peso real destes tópicos? E até onde eles poderão influenciar o resultado das eleições?

Detalhamos a resposta abaixo - e incluímos a possível influência de outro tema espinhoso imposto pela política externa à atual campanha: a crise no Oriente Médio e a guerra na Faixa de Gaza.

Os consumidores americanos precisaram enfrentar o aumento da inflação nos últimos anos
Os consumidores americanos precisaram enfrentar o aumento da inflação nos últimos anos
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Votando com o bolso

Em abril de 2021, a inflação nos Estados Unidos atingiu 4,2% e continuou a subir, até chegar ao teto de 9,1%,aposta em corrida de cavalojunho de 2022. Foi a maior taxaaposta em corrida de cavalo40 anos, muito acima dos 2% estabelecidos como meta pelo Federal Reserve, o banco central americano.

Desde então, o índice de preços ao consumidor diminuiu sensivelmente, até chegar a 2,4%aposta em corrida de cavalosetembro passado.

Por outro lado, a taxa de desemprego está agoraaposta em corrida de cavalo4,1% e vem se mantendo abaixo de 5% desde setembro de 2021. Os especialistas consideram que este nível indica uma situação de pleno emprego.

Mesmo assim e considerando que o país não entrouaposta em corrida de cavalorecessão, como temiam muitos especialistas, os americanos ainda estão preocupados com a economia, como comprovam as pesquisas.

No estudo do Gallup, 90% dos consultados destacaram que a economia é "muito importante" ou "extremamente importante". E este é o único temaaposta em corrida de cavaloque a maioria (52%) concorda que é "extremamente importante".

Esta é a primeira vez, desde a crise financeira de 2008, que a maioria dos eleitores considera a economia "extremamente importante" na hora de decidir seu voto (naquele ano, o índice foi de 55%).

Uma análise publicadaaposta em corrida de cavalosetembro pelo think tank (centro de pesquisa e debates) Pew Research Center também destacou a economia como o tema central desta campanha: 81% dos eleitores consultados afirmaram que a economia é "muito importante" paraapostaaposta em corrida de cavalocorrida de cavalodecisão nesta eleição.

Mas qual candidato sai favorecido desta situação?

Segundo o Gallup, 54% dos eleitores acreditam que Donald Trump pode administrar melhor a economia do que Kamala Harris.

A percepção da maioria dos eleitores é que Donald Trump administraria melhor a economia americana do que Kamala Harris, segundo indicam as pesquisas
A percepção da maioria dos eleitores é que Donald Trump administraria melhor a economia americana do que Kamala Harris, segundo indicam as pesquisas
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

"O motivo que leva os eleitores a se aproximar de Trump,aposta em corrida de cavalogrande parte, é simplesmente uma reação contra o alto custo de vida", declarou à BBC News Mundo (o serviçoaposta em corrida de cavaloespanhol da BBC) a assessora política republicana Liz Mair, presidente da empresa de consultoria Mair Strategies. "As pessoas vão votar com o bolso."

A especialista explica que, embora a inflação tenha ocorridoaposta em corrida de cavalomuitos lugares do mundo e não possa ser atribuída exclusivamente ao presidente Joe Biden, os eleitores acabam responsabilizando o partido que está no governo.

"Como analista, sei quanto tempo leva para que as medidas tenham efeito sobre a inflação e que a metade da inflação que tivemos pode ser facilmente atribuída a Trump", explica ela, "mas o que o eleitor médio considera é que ele viu subir muito os preçosaposta em corrida de cavalomeados de 2022."

O pesquisador republicano Whit Ayres, presidente da empresa de pesquisas North Star, destaca que definiraposta em corrida de cavaloquem os eleitores mais confiam para administrar a economia é um dos indicadores mais importantes na hora das pesquisas eleitorais.

Neste momento, muitos eleitores percebem que a economia com Trump antes da pandemia era melhor para eles do que com Biden, segundo Ayres.

"E era para muitas pessoas", explica ele. "As taxas de juros e das hipotecas eram um terço do que são agora."

"Uma cesta básica que custava US$ 100 [cerca de R$ 579]aposta em corrida de cavalo2019 agora custa US$ 125 [R$ 724]. Isso dificultou muito a vida das pessoas de baixa renda."

Os Estados Unidos não constroem casasaposta em corrida de cavaloquantidade suficiente desde a crise econômica de 2008. A falta de oferta, o aumento das taxas de juros e a inflação aumentaram o custo da moradia
Os Estados Unidos não constroem casasaposta em corrida de cavaloquantidade suficiente desde a crise econômica de 2008. A falta de oferta, o aumento das taxas de juros e a inflação aumentaram o custo da moradia
Foto: Getty Images / BBC News Brasil
Kamala Harris prometeu formar uma economia de oportunidades
Kamala Harris prometeu formar uma economia de oportunidades
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Sabendo do descontentamento dos eleitores com a economia, Harris declarou queapostaaposta em corrida de cavalocorrida de cavaloprioridade será reduzir o custo dos alimentos e de moradia para as famílias de trabalhadores.

Para isso, ela propõe proibir a especulação com o preço dos alimentos e estabelecer uma ajuda de US$ 25 mil (cerca de R$ 145 mil) para as pessoas que compraremapostaaposta em corrida de cavalocorrida de cavaloprimeira residência. A vice-presidente também pretende criar incentivos para aumentar a oferta de moradias.

"Harris está colocando ênfase na economia e naapostaaposta em corrida de cavalocorrida de cavaloproposta de ajuda à classe média, para tentar reverter a falta de confiança na gestão da economia, que, agora, favorece Trump", destaca Ayres. "É exatamente o que ela precisa fazer."

Por outro lado, Trump prometeu "acabar com a inflação e fazer com que os Estados Unidos voltem a ser um país [economicamente] acessível".

O ex-presidente também propôs uma redução das taxas de juros - o que não é tarefa do Executivo, mas do Federal Reserve, que é uma entidade autônoma. Ele também defende queapostaaposta em corrida de cavalocorrida de cavaloproposta de deportar milhões de imigrantes sem documentos irá ajudar a reduzir as pressões sobre o custo da moradia.

"Os temas econômicos e a imigração são os mais favoráveis para Trump", segundo Ayres.

As chamadas 'caravanas' de migrantes rumo aos Estados Unidos alimentam a percepção de desordem nas fronteiras do país
As chamadas 'caravanas' de migrantes rumo aos Estados Unidos alimentam a percepção de desordem nas fronteiras do país
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Calor na fronteira

A imigração e a situação na fronteira são consideradas temas "muito importantes" ou "extremamente importantes" para seteaposta em corrida de cavalocada 10 eleitores americanos, segundo o Gallup.

"Tradicionalmente, os democratas gostariam de colocar o foco na imigração, mas, desta vez, este não é um bom tema para eles", explica Mair. "Mais do que uma reforma migratória completa, os eleitores querem que seja reprimida a entrada de pessoas pela fronteira."

Os Estados Unidos têm um sistema migratório considerado "falho" por inúmeros analistas.

A economia do país precisa dos imigrantes, mas o sistema dificulta muitoapostaaposta em corrida de cavalocorrida de cavaloentrada pelas vias legais e não permite ao país definir qual tipo de imigrantes deseja receber.

Embora 66% de todas as autorizações de residência sejam outorgadas a familiares de cidadãos americanos ou residentes nos Estados Unidos, apenas 14% são concedidas por motivos trabalhistas - quase o mesmo que para asilo e razões humanitárias (13%). Este é um problema que já se arrasta há décadas.

Ao chegar à Casa Branca, Biden tentou impulsionar uma reforma migratória, que não conseguiu aprovação no Congresso.

O presidente tentou eliminar muitas das medidas tomadas por Trump para reduzir a imigração. Algumas delas foram consideradas racistas, como a proibição de viagem para pessoas procedentes de países majoritariamente muçulmanos.

Mas, durante o governo Biden, houve um grande aumento das tentativas de entrar nos Estados Unidos através da fronteira com o México. Este número atingiu o nível recorde de 2,4 milhõesaposta em corrida de cavalo2023, embora tenha caído substancialmente este ano.

Paralelamente, surgiram imagens de milhares de migrantesaposta em corrida de cavalo"caravanas", caminhando através do México e da América Centralaposta em corrida de cavalodireção aos Estados Unidos. Estas imagens e a presença visível de imigrantesaposta em corrida de cavalolocais simbólicos como a Times Square,aposta em corrida de cavaloNova York (em muitos casos, transportadosaposta em corrida de cavaloônibus pagos por governadores republicanos), serviram para alavancar o discurso republicano de que não existe controle sobre as fronteiras.

Em alguns lugares dos Estados Unidos, os imigrantes se manifestaram contra as acusações infundadas difundidas por Donald Trump
Em alguns lugares dos Estados Unidos, os imigrantes se manifestaram contra as acusações infundadas difundidas por Donald Trump
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

É preciso acrescentar que Trump acusa os imigrantes de "envenenar" o sangue do país e de serem responsáveis por um suposto aumento da criminalidade - embora as estatísticas oficiais demonstrem que houve redução dos crimes graves e que os imigrantes não costumam cometer mais delitos que os próprios americanos.

Tudo isso influencia as pesquisas - e 88% dos eleitores registrados apoiam o aumento da segurança na fronteira. Este índice inclui 96% dos seguidores de Trump e 80% dos apoiadores de Harris, segundo um estudo publicado este mês pelo Pew Research Center.

"As pessoas estão preocupadas com o que acontece na fronteira", afirma Mair. "Elas acham que foi muito mal administrado."

"A impressão é de caos e anarquia e estes são os Estados Unidos. As pessoas supõem que deveríamos ser capazes de fazer melhor as coisas."

Em relação a este tema, Trump propõe terminar a construção do muro na fronteira com o México e deportar os imigrantes sem documentos presentes no país.

Estas iniciativas contam não só com o apoio dos eleitores republicanos, mas também de mais de um terço dos eleitores hispânicos e 40% dos eleitores negros, segundo uma pesquisa realizada pelo jornal The New York Times.

Os hispânicos e os negros, historicamente, são dois grupos de eleitores fundamentais para os democratas. A maioria ainda declara apoio a Harris, mas a vantagem frente a Trump entre estes eleitores diminuiu,aposta em corrida de cavalocomparação com a atingida por Hillary Clinton,aposta em corrida de cavalo2016, e por Joe Biden,aposta em corrida de cavalo2020.

Durante a campanha, Kamala Harris se baseou no seu passado, como procuradora-geral da Califórnia, para garantir que irá proteger a fronteira, respeitando as leis e enfrentando de forma rígida os grupos criminosos traficantes de drogas e pessoas.

A candidata democrata também destacou que, este ano, houve uma proposta dos dois partidos no Congresso, que teria permitido reforçar a segurança na fronteira. Entre seus promotores, estava um legislador republicano.

Mas essa proposta foi descartada a pedido de Donald Trump, que, segundo Harris, bloqueou a iniciativa para se beneficiar eleitoralmente da situação na fronteira.

Segundo a pesquisa do instituto Gallup, Trump tem uma vantagem de nove pontos percentuais sobre Harris, na opinião dos eleitores sobre qual dos candidatos poderia administrar melhor a imigração.

Aborto: o direito de decidir

A anulação da sentença do caso Roe vs. Wade mobilizou muitas mulheres e custaram várias derrotas eleitorais aos republicanos
A anulação da sentença do caso Roe vs. Wade mobilizou muitas mulheres e custaram várias derrotas eleitorais aos republicanos
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Quase seteaposta em corrida de cavalocada 10 eleitores (66%) consideram que o tema do aborto é "muito importante" ou "extremamente importante", segundo a pesquisa do instituto Gallup.

Este tema esteve presente há décadas nas campanhas eleitorais republicanas, que tentaram reverter a sentença do caso Roe vs. Wade, de 1973. Foi nesta sentença que a Suprema Corte consagrou o direito ao abortoaposta em corrida de cavalotodo o território americano.

Esta foi uma das promessas da campanha eleitoral de Donald Trumpaposta em corrida de cavalo2016. E ele a cumpriu, nomeando uma maioria de juízes conservadores para o tribunal máximo do país. E,aposta em corrida de cavalo2022, uma nova sentença para o caso eliminou a proteção federal que garantia o direito ao aborto.

"Depois de 50 anos de fracasso, sem que ninguém tivesse conseguido nada parecido, consegui matar Roe vs. Wade, para grande surpresa de todos", escreveu o ex-presidenteaposta em corrida de cavalouma mensagem nas redes sociais,aposta em corrida de cavalo17 de maio de 2023.

Mas este triunfo judicial da agenda republicanaaposta em corrida de cavalo2022 logo se transformouaposta em corrida de cavalouma série de derrotas eleitorais do partido sobre o tema, tanto nas eleições legislativas de meio de mandato naquele mesmo ano, quantoaposta em corrida de cavalooutras eleiçõesaposta em corrida de cavalodiferentes Estados, como Ohio, Virgínia e Kentucky.

Nelas, os eleitores demonstraramapostaaposta em corrida de cavalocorrida de cavaloreprovação às normas extremamente restritivas de proibição do aborto.

Nas eleições de 5 de novembro, serão votadas propostas para proteger o direito ao abortoaposta em corrida de cavalopelo menos 10 Estados. Apenasaposta em corrida de cavaloum, haverá uma proposta para restringir este direito.

Este é um tema que favorece claramente os democratas e a candidatura de Kamala Harris. Segundo a pesquisa do instituto Gallup entre os eleitores, a vice-presidente tem nove pontos percentuais de vantagem sobre Donald Trump, quando a questão é quem teria mais competência para administrar o tema do aborto. É uma percepção compartilhada por 16% dos republicanos.

Liz Mair destaca que Harris detém muitos pontos fortes nesta questão, incluindo o próprio fato de ser mulher,apostaaposta em corrida de cavalocorrida de cavaloformação jurídica e seu histórico como procuradora-geral.

Além de ser um tema que mobiliza tradicionalmente os eleitores democratas, Mair acredita que o aborto prejudica o apoio a Trump por duas vertentes distintas nas fileiras republicanas.

Uma delas são as mulheres conservadoras, que passaram décadas fazendo campanhas para conseguir a proibição total do aborto. Agora, elas rejeitam as tentativas de moderação feitas por Trump durante a campanha.

"Estas são as pessoas que costumavam se oferecer como voluntárias para trabalhar na campanha, fazendo ligações, visitas de portaaposta em corrida de cavaloporta etc.", explica Mair.

"Agora, elas não estão particularmente motivadas por Trump, poisapostaaposta em corrida de cavalocorrida de cavaloretórica sobre o aborto faz com que ele pareça, para elas, um grande partidário do aborto. Além disso, elas já conseguiram o objetivo principal que sempre almejaram: a revogação do caso Roe vs. Wade."

A outra vertente de eleitoras republicanas que Trump estaria perdendo é a das mulheres republicanas que, apesar de se declararem "pró-vida", mantêm posições mais flexíveisaposta em corrida de cavalorelação ao aborto.

Uma pesquisa da organização sem fins lucrativos KFF indica que 79% das mulheres republicanas apoiam leis que protejam o direito ao aborto, quando as pacientes tiverem emergências médicas relativas à gravidez. Já 69% delas acreditam que o aborto deve ser permitidoaposta em corrida de cavalocaso de estupro ou incesto.

No caso das mulheres republicanasaposta em corrida de cavaloidade reprodutiva (18 a 49 anos), 53% defendem a criação de uma lei federal que garanta o direito ao aborto.

"Acredito que existam muitas pessoas que normalmente votariam nos republicanos e talvez deixem de votar nesta eleição, unicamente por causa deste tema", indica Mair.

Considerando os reveses sofridos pelos republicanos no tema do aborto nos últimos meses, Trump vem tentando não fixar posição a respeito. Ele diz que esta é uma responsabilidade dos Estados.

Por outro lado, Harris defende o direito das mulheres a decidir sobre o aborto. Ela declarou que deseja consagraraposta em corrida de cavalolei as proteções antes outorgadas pelo caso Roe vs. Wade.

Manifestantes pró-palestinos apelidaram o presidente Joe Biden de 'Joe Genocida'
Manifestantes pró-palestinos apelidaram o presidente Joe Biden de 'Joe Genocida'
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Israel, Gaza e o Oriente Médio

O surpreendente ataque do grupo palestino Hamas contra Israel, no dia 7 de outubro de 2023, deu início à guerra na Faixa de Gaza e colocou a crise no Oriente Médio na agenda da campanha eleitoral americana.

Menos de duas semanas depois do ataque, grupos pró-palestinos nos Estados Unidos já haviam apelidado o presidente Joe Biden de "Joe, o Genocida". E,aposta em corrida de cavaloMichigan, surgiu um movimento para pressionar o presidente (na época, candidato à reeleição) a exigir o fim da guerra e retirar seu apoio a Israel.

Michigan é um Estado-pêndulo (um dos Estados decisivos para a eleição presidencial cuja maioria se mantém indefinida e pode ser revertidaaposta em corrida de cavalorelação à eleição passada) e tem a maior proporção de cidadãos com ascendência árabe do país.

O chamado movimento dos não comprometidos obteve mais de 100 mil votos nas eleições primárias do Partido Democrataaposta em corrida de cavaloMichigan. O número equivale a mais de 13% do total e é significativo para um Estado onde Biden venceuaposta em corrida de cavalo2020 por apenas 150 mil votos.

Ao longo das primárias democratas, os não comprometidos somaram mais de 700 mil votosaposta em corrida de cavalotodo o país.

Este movimento esperava encontrar maior receptividadeaposta em corrida de cavaloHarris, quando ela assumiu a candidatura democrata. Mas, embora ela tenha sido mais dura que Biden ao criticar a condução da guerraaposta em corrida de cavaloGaza pelo governo israelense de Benjamin Netanyahu, ela não colocouaposta em corrida de cavalodúvida,aposta em corrida de cavalonenhum momento, o apoio dos Estados Unidos a Israel.

Tanto é verdade que,aposta em corrida de cavaloagosto, nenhum porta-voz do movimento foi autorizado a se pronunciar na Convenção Nacional do Partido Democrata, realizadaaposta em corrida de cavaloChicago, no vizinho Estado de Illinois.

Os chamados democratas 'não comprometidos' se recusam a apoiar a candidatura de Kamala Harris, devido à guerra na Faixa de Gaza
Os chamados democratas 'não comprometidos' se recusam a apoiar a candidatura de Kamala Harris, devido à guerra na Faixa de Gaza
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Durante o evento, Harris declarou que o sofrimento na Faixa de Gaza era desesperador. Ela garantiu estar trabalhando para pôr fim à guerra, permitindo que os palestinos possam exercer seus direitos com dignidade, segurança, liberdade e autodeterminação. Paralelamente, seria mantida a segurança de Israel e os israelenses sequestrados pelo Hamas seriam libertados.

Em meados de setembro, o movimento dos não comprometidos anunciou que não irá apoiar a candidatura de Kamala Harris, pois ela não respondeu ao pedido do grupo para que se reunisse com as famílias palestino-americanas que perderam entes queridos durante a guerra na Faixa de Gaza.

O grupo também convocou seus seguidores a não votaraposta em corrida de cavaloDonald Trump, nemaposta em corrida de cavalonenhum outro candidato. Mas como isso afeta a corrida eleitoral?

Para os eleitores que desejarem oferecer seu voto com base naapostaaposta em corrida de cavalocorrida de cavaloempatia pela situação dos moradores de Gaza, estas eleições representam um dilema considerável. Afinal, a corrida parece tão disputada que poucos milhares de votosaposta em corrida de cavalouma ou outra direção podem ser decisivos.

A questão é que, embora a abstenção massiva dos não comprometidos possa definir a derrota de Harrisaposta em corrida de cavaloMichigan, ela estaria, ao mesmo tempo, favorecendo a vitória de Trump, que se autodenominou "protetor de Israel".

De fato, durante seu governo, o ex-presidente tomou certas decisões que foram rejeitadas pelos palestinos e pelo mundo árabeaposta em corrida de cavalogeral, como o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e a consequente mudança da Embaixada americana naquele país.

A situação no Oriente Médio também poderia afetar o voto dos judeus americanos, especialmente na Pensilvânia, o maior dos Estados-pêndulo.

Estima-se que haja, na Pensilvânia, cerca de 300 mil eleitores judeus. Este número representa 3% do eleitorado local, segundo dados do Projeto sobre a População Judaica Americana da Universidade Brandeis, de Massachusetts, nos Estados Unidos.

Estimativas do Pew Research Center indicam que,aposta em corrida de cavalo2020, cerca de 70% dos judeus americanos votaramaposta em corrida de cavaloJoe Biden e 27%,aposta em corrida de cavaloDonald Trump. E uma pesquisa do mesmo instituto, realizada antes do debate deste ano, indicava 65% de apoio a Kamala Harris, contra 34% para Trump neste grupo.

Mas o voto dos judeus americanos pode ser afetado não só pela situação no Oriente Médio, mas pela percepção de que, no último ano, o antissemitismo nos Estados Unidos aumentou.

Uma parcela considerável dos judeus americanos afirma que seus votos serão influenciados pelo aumento do antissemitismo no país
Uma parcela considerável dos judeus americanos afirma que seus votos serão influenciados pelo aumento do antissemitismo no país
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Uma consulta da empresa de pesquisas NORC, realizada na segunda quinzena de agosto, concluiu que 43% dos judeus americanos afirmam que o antissemitismo irá influenciar o seu voto.

Dentro deste grupo, 17% declararam que, embora votem normalmente nos democratas, desta vez irão apoiar os republicanos. Já 9% indicaram o inverso - embora votem normalmente nos republicanos, irão votar nos democratas, nesta ocasião.

E sobre os demais eleitores?

Bem, segundo a pesquisa do instituto Gallup, 31% dos eleitores americanos consideram a situação no Oriente Médio "extremamente importante", enquanto outros 33% a consideram "muito importante".

Mas estes dados devem ser tomados com cautela. Historicamente, a política externa não é o fator determinante das eleições nos Estados Unidos, especialmente quando não estáaposta em corrida de cavalojogo o envio de soldados americanos ao combate - como é o caso atual.

Neste sentido, uma pesquisa publicadaaposta em corrida de cavaloagosto pelo Conselho de Chicago sobre Assuntos Globais questionou especificamente qual a importância da guerra na Faixa de Gaza sobre o voto nas eleições deste ano. E 17% dos pesquisados responderam que teria muita importância, enquanto 30% declararam que teria bastante importância.

Segundo esta última pesquisa, existem dois temas de maior peso na hora de votar. Um deles é a proteção da democracia americana, com 81% (59% responderam que este tema tem muita importância e 22%, certa importância).

Esta foi uma das principais bandeiras da candidatura de Biden antes de se retirar e que continua sendo empunhada por Harris, embora sem grande protagonismo.

O outro tema que os eleitores consideram muito importante (58%) ou de certa importância (27%), parafraseando James Carville, continua sendo...

... "A economia, idiota".

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Fontes de referência

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