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Julia, de três anos, foi fotografadasport galera bet é confiávelmeio a um grupo de homens assustados e exaustos. Esta é a história dela.sport galera bet é confiável de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
É difícil vê-lasport galera bet é confiávelmeio à multidão de homens. Ela é um ser pequenino ao fundo.
Os soldados ordenaram que os homens ficassem só de cueca. Até mesmo alguns dos idosos. Eles olham para quem está tirando a foto. É quase certo que se trata de um soldado israelense.
A imagem parece ter sido publicada pela primeira vez na conta do Telegram de um jornalista com fontes confiáveis nas Forças de Defesa de Israel (FDI).
Os homens parecem abjetos, temerosos e exaustos. A menina, que foi percebida na foto por um produtor da BBC, está desviando o olhar. Talvez algo fora do campo de visão da câmera tenha chamadosport galera bet é confiávelatenção. Ou talvez ela simplesmente não queira olhar para os soldados e suas armas.
Prédios bombardeados, reduzidos a escombros, se estendem atrás deles. Os militares solicitaram que parassem aqui. Eles estão revistando os homens, à procura de armas, documentos ou qualquer sinal de que possam estar ligados ao Hamas.
Muitas vezes, o sofrimento dessa guerra é encontrado nos detalhes de vidas individuais. A presença da criança,sport galera bet é confiávelexpressão ao desviar o olhar, é um detalhe que levanta muitas perguntas.
Em primeiro lugar, quem era ela? O que aconteceu com ela? A foto foi tirada há pouco mais de uma semana.
Uma semana com centenas de mortos, vários feridos e milhares de pessoas desalojadas de suas casas. Crianças morreram sob os escombros de ataques aéreos ou porque não havia remédios ou equipe médica para tratá-las.
Em parceria com o programa Gaza Today, da BBC Arabic, serviço de notíciassport galera bet é confiávelárabe da BBC, começamos a procurar a menina. Israel não permite que a BBC ou outros meios de comunicação internacionais tenham acesso a Gaza para fazer reportagens independentes — por isso, a BBC depende de uma rede confiável de jornalistas freelancers. Nossos colegas acionaram seus contatossport galera bet é confiávelagências humanitárias no norte, mostrando a fotografiasport galera bet é confiávellocais para onde os desalojados haviam fugido.
Em 48 horas, recebi uma resposta. A mensagem no telefone dizia: "Nós a encontramos!"
Julia Abu Warda, de três anos, estava viva. Quando nosso jornalista entrousport galera bet é confiávelcontato com a família dela na Cidade de Gaza — para onde muitos de Jabalia fugiram —, Julia estava com o pai, o avô e a mãe.
Ela estava assistindo a um desenho animado de galinhas cantando, difícil de ouvir por causa do som ameaçador de um drone israelense no espaço aéreo.
Julia ficou surpresa por ser subitamente o foco da atenção de um estranho.
"Quem é você?", o pai dela perguntou, brincando.
"Juuliaa" ela respondeu, prolongando o nome para dar ênfase.
Julia estava fisicamente ilesa. De suéter e calça jeans, ela exibia dois coques no cabelo, presos com um elástico azul florido. Massport galera bet é confiávelexpressão era de desconfiança.
Mohammed começou a contar então a história por trás da fotografia.
A família foi desalojada cinco vezes nos últimos 21 dias. Em todas as ocasiões, eles estavam fugindo de ataques aéreos e trocas de tiro.
No diasport galera bet é confiávelque a foto foi tirada, eles ouviram um drone israelense transmitindo um aviso para se retirarem.
Isso aconteceu no distrito de Al-Khalufa, onde as Forças de Defesa de Israel avançavam contra o Hamas.
"Houve bombardeios aleatórios. Fomossport galera bet é confiáveldireção ao centro do acampamento de refugiados de Jabalia, no caminho do posto de controle."
A família carregava suas roupas, comida enlatada e alguns pertences pessoais.
No início, todos estavam juntos. O pai de Julia, a mãe dela, Amal, o irmão de 15 meses, Hamza, um avô, dois tios e um primo.
Mas, no meio do caos, Mohammed e Julia foram separados dos demais.
"Me separei da mãe dela por causa da multidão e de todos os pertences que estávamos carregando. Ela conseguiu avançar, e eu fiquei no mesmo lugar", conta Mohammed.
Pai e filha acabaram seguindosport galera bet é confiávelfrente, acompanhando o fluxo de pessoas. As ruas tinham cheiro de morte.
"Vimos destruição e corpos espalhados pelo chão", relata Mohammed. Não havia como impedir que Julia visse pelo menos parte disso. Após mais de um ano de guerra, as crianças se familiarizaram com a visão daqueles que tiveram mortes violentas.
O grupo chegou então a um posto de controle israelense.
"Havia soldados nos tanques e soldados no solo. Eles se aproximaram das pessoas e começaram a atirar acima das suas cabeças. As pessoas empurravam umas às outras durante os disparos."
Os homens foram obrigados a se despir e ficar apenas de cueca. Este é um procedimento de rotina quando as forças israelenses estão à procura de armas escondidas ou homens-bomba. Mohammed diz que eles ficaram detidos no posto de controle por de seis a sete horas. Na foto, Julia parece calma. Mas o pai lembrou da aflição dela depois.
"Ela começou a gritar, e me disse que queria a mãe dela."
A família foi então reunida. Os desalojados estão concentradossport galera bet é confiávelpequenas áreas. Os laços familiares são fortes. As notícias correm rápido na Cidade de Gaza quando os parentes chegam de Jabalia. Julia foi consolada pelas pessoas que a amavam. Havia doces e batata frita àsport galera bet é confiávelespera.
Na sequência, Mohammed revelou ao nosso colega o profundo trauma que Julia havia sofrido antes daquele dia. Ela tinha um primo favorito. Ele se chamava Yahya e tinha sete anos. Eles costumavam brincar juntos na rua. Há cerca de duas semanas, Yahya estava na rua quando os israelenses lançaram um ataque de drone — e morreu.
"A vida costumava ser normal. Ela corria e brincava", diz ele. "Mas agora, sempre que há um bombardeio, ela aponta e diz: 'Avião!' Quando estamos encurralados, ela olha para cima e aponta para o drone que está voando sobre nós."
De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), 14 mil crianças teriam sido mortas na guerra.
"Dia após dia, as crianças estão pagando o preço por uma guerra que elas não começaram", afirmou o porta-voz da Unicef, Jonathan Crickx.
"A maioria das crianças que conheci perdeu um ente queridosport galera bet é confiávelcircunstâncias muitas vezes terríveis."
A ONU estima que quase todas as crianças na Faixa de Gaza — aproximadamente um milhão — necessitam de assistência de saúde mental.
É difícil chamar uma criança como Julia de uma menina de sorte. Quando você pensa no que ela viu e perdeu e onde ela está. Ninguém sabe o que vai voltarsport galera bet é confiávelforma de sonhos e memórias nos próximos dias. A essa altura, ela já sabe que a vida pode acabar de forma repentina e terrível.
A sorte dela está na família que vai fazer o que for humanamente possível — diante de ataques aéreos, trocas de tiro, fome e doenças — para protegê-la.
Com reportagem adicional de Haneen Abdeen, Alice Doyard, Moose Campbell e Rudaba Abbass.