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brbet-Os revoltantes casos de abuso sexual contra mulheresbrbetcoma ou estado vegetativo

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A história de uma pacientebrbetcoma que deu à luz recentemente nos EUA chocou o mundo.
28 jan 2019 - 12h12
(atualizado às 12h55)
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Pacientes internadas por muito tempo acabam sendo mais vulneráveis ​​à violência sexual
Pacientes internadas por muito tempo acabam sendo mais vulneráveis ​​à violência sexual
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

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A história de uma pacientebrbetcoma que deu à luz no Estado americano do Arizona chocou o mundo.

É um exemplo de situaçãobrbetque as mulheres estão particularmente vulneráveis à agressão sexual e de uma nova vertente para o movimento #MeToo - vítimas que estão fisicamente impedidas de denunciar seus agressores.

A mulher, cujo nome não foi divulgado, deu à luz um meninobrbet29 de dezembro. Ela é paciente de uma clínica de repouso administrada pela Hacienda Healthcare, na cidade de Phoenix, e estábrbetestado vegetativo há mais de uma década.

Os funcionários da clínica disseram que não sabiam que ela estava grávida até entrarbrbettrabalho de parto.

O técnicobrbetenfermagem Nathan Sutherland, de 36 anos, que trabalhava no local, foi preso acusado de abuso sexual e estupro de vulnerável.

A polícia chegou até ele após obter uma ordem judicial para coletar amostras de DNA, que foram comparadas ao DNA do bebê.

Infelizmente, no entanto, este não é o primeiro episódio de violência sexual contra pacientes do sexo feminino sob cuidado médico prolongado que resultoubrbetgravidez.

Foram registrados casosbrbettodo o mundo, incluindo na Argentina, no Brasil,brbetDubai e no Reino Unido, além de pelo menos três ocorrências prévias nos EUA.

A Hacienda Healthcare foi alvo de uma investigação de assédio sexualbrbet2013
A Hacienda Healthcare foi alvo de uma investigação de assédio sexualbrbet2013
Foto: Google / BBC News Brasil

Um dos casos aconteceubrbetNova Yorkbrbet1995, quando um auxiliar de uma casa de repouso estuprou e engravidou Kathy Cobb, de 29 anos.

A gravidez foi detectada quando a mulher,brbetcoma há vários anos, estava com quatro meses de gestação.

Os parentes dela eram católicos e foram contra abortar - Kathy levou a gravidez até o fim.

Ela morreubrbet1997, pouco antes do primeiro aniversário do bebê.

Seu agressor, John Horace, alegou no tribunal que acreditava que a gravidez poderia "acordá-la".

As pessoas com deficiência são quase quatro vezes mais vítimas de estupro e agressão sexual, segundo dados do governo dos EUA
As pessoas com deficiência são quase quatro vezes mais vítimas de estupro e agressão sexual, segundo dados do governo dos EUA
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Ele ficou preso por 13 anos.

O caso levou à criação de uma nova legislação no estado de Nova York, que reforçou a checagem dos antecedentes dos funcionários que trabalhambrbetcasas de repouso - a "Lei de Kathy", como ficou conhecida.

Mas as mulheres vulneráveis ainda são muito mais propensas a serem vítimas de violência sexual nos Estados Unidos.

Vulnerabilidade

Dados do Departamento de Justiça divulgados pela emissora de rádio pública NPR,brbetjaneiro de 2018, mostraram que pessoas com deficiência eram quase quatro vezes mais vítimas de estupro e agressão sexual.

"Mais de 80% das mulheres com deficiência serão agredidas sexualmentebrbetsuas vidas", disse um porta-voz da ONG americana Disability Justice.

Outro caso de gravidez durante coma foi registrado na Argentinabrbet2015, na província de Córdoba, mas reportagens da imprensa local dizem que a família da vítima se recusou a prestar queixa.

Dois anos antes, um enfermeiro na cidade argentina de Bahía Blanca foi condenado a oito anos de prisão por estuprar uma paciente de 60 anosbrbetcoma.

No Reino Unido, Andrew Hutchinson, enfermeiro do John Radcliffe Hospital,brbetOxford, atacou duas pacientes inconscientes e até filmou as agressões, que ocorreram entre 2011 e 2013.

Ele foi condenado a 15 anos de prisãobrbetmarço de 2015.

O Rashid Hospital,brbetDubai, registrou um caso de abuso sexual contra uma pacientebrbetcomabrbetmaio de 2010.

Episódios de abuso envolvendo mulheresbrbetcoma ou sedadas também foram registrados no Brasil, como o caso do médico Roger Abdelmassih, acusado de ter cometido 56 agressões sexuais contra pacientes, incluindo várias que estavam sedadas.

Uma investigação de 2016 revelou mais de 2 mil casos de abuso sexual envolvendo médicos nos EUA
Uma investigação de 2016 revelou mais de 2 mil casos de abuso sexual envolvendo médicos nos EUA
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O tema também foi retratado no cinema. No filme espanhol Fale com Ela (2002), do diretor Pedro Almodóvar, o funcionário de uma clínica de repouso é acusado de engravidar uma pacientebrbetcoma - uma dançarina por quem ele era obcecado antes de ser hospitalizada.

O filme ganhou o Oscar de melhor roteiro original.

Tolerância

Em 2016, uma investigação conduzida pelo jornal Atlanta-Journal Constitution descobriu 2,4 mil casos de abuso sexual cometidos por médicos contra pacientes anestesiadas ou sedadas nos Estados Unidos.

Eles ocorrerambrbettodos os Estados desde 1999.

"Metade desses médicos ainda tinha licença médicabrbet2016", disse o jornalista Danny Robbins, que publicou a história, à BBC.

A indústria das clínicas de repouso e lar de idosos movimenta bilhões de dólares nos Estados Unidos
A indústria das clínicas de repouso e lar de idosos movimenta bilhões de dólares nos Estados Unidos
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

"No que diz respeito aos médicos, o sistema protege os predadores."

As clínicas de repouso e asilos são uma indústria enorme nos Estados Unidos - com receita estimada de US$ 132 bilhõesbrbet2018, segundo relatório da empresa de pesquisa IBIS World.

Hospitais e casas de repouso investiram mais de US$ 73 milhõesbrbetlobby no ano passado, de acordo com o OpenSecrets.org, grupo que monitora gastos na política.

Segundo organizações como o Centro Nacional de Recursos de Violência Sexual (NSVRC, na siglabrbetinglês), casos de violência contra pacientes incapazes de expressar consentimento ainda são raros.

Mas eles destacam a vulnerabilidade dessas pessoas.

"Agressores oportunistas são comuns, nós vemosbrbettodos os lugaresbrbetque há vulnerabilidades inerentes", disse o NSVRCbrbetcomunicado.

Casos de violência contra pacientes incapazes de expressar consentimento ainda são raros, diz organização
Casos de violência contra pacientes incapazes de expressar consentimento ainda são raros, diz organização
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O assédio é muito mais comum: a Hacienda Healthcare, por exemplo, foi alvo de investigaçãobrbet2013, após denúncias de que um funcionário do sexo masculino tinha feito comentários de cunho explicitamente sexual às pacientes.

De acordo com o Departamento de Serviços de Saúde do Arizona, o empregado foi demitido, e a Hacienda Healthcare prometeu aumentar a proteção aos pacientes.

Demissão

A BBC entroubrbetcontato com a Hacienda Healthcare para comentar o caso da gravidez da mulherbrbetcoma.

Em comunicado, Gary Orman, vice-presidente executivo do conselho de administração da Hacienda, disse que a empresa "aceitará nada menos que um relatório completo desta situação absolutamente horripilante, um caso sem precedentes que devastou todos os envolvidos, da vítima ebrbetfamília aos funcionários da Haciendabrbettodos os níveis da organização".

"Quero garantir aos nossos pacientes, a seus entes queridos, aos nossos parceiros comunitários, às agências com as quais fazemos negócios e aos moradores do Arizona, que nós continuaremos a cooperar com a polícia de Phoenix e com as instâncias de investigaçãobrbettodos os níveis, de todas as maneiras possíveis", disse Orman.

"Faremos tudo que estiver ao nosso alcance para garantir a segurança de cada um dos nossos pacientes e funcionários".

O escândalo levou o diretor-executivo da Hacienda, Bill Timmons, a pedir demissão no início deste mês.

Bill Timmons, que era diretor-executivo da Hacienda, pediu demissão após o escândalo
Bill Timmons, que era diretor-executivo da Hacienda, pediu demissão após o escândalo
Foto: Hacienda Healthcare / BBC News Brasil

Em 14 de janeiro, a empresa anunciou que abriu uma auditoria interna "exaustiva" para determinar como a paciente engravidou.

A família da mulher disse, por meio de um advogado, que ela deu à luz um "menino saudável" que será cuidado pelos parentes dela.

Veja também:

O homem que tocou violão enquanto passava por uma cirurgia no cérebro:
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Fontes de referência

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