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blaze vip-Quanto apoio o Hezbollah tem no Líbano?

blaze vip

O grupo é uma poderosa força política e militar no país — alvo de ataques aéreos de Israel.
27 set 2024 - 06h53
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Integrantes do Hezbollahblaze vipuniformes militares marcham com bandeiras do grupo ao fundo.
Integrantes do Hezbollahblaze vipuniformes militares marcham com bandeiras do grupo ao fundo.
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

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A guerra entre o Hezbollah e Israel acontece no contexto de profundas divisões no Líbano sobre o papel do partido xiita. Elas são anteriores à decisão tomadablaze vip8 de outubro de lançar ataques contra posições militares israelensesblaze vipapoio a Gaza.

Mas as divisões não podem ser facilmente reduzidas a uma clara ruptura entre os que são a favor e os que são contra o Hezbollah no Líbano.

Durante anos e anos, opiniões divergentes sobre o Hezbollah estiveram no centro de quase todas as discussões políticas do país.

Estar com o Hezbollah ou contra ele era um ponto-chave nas conversas públicas e privadas,blaze vipum país que desfruta de um elevado grau de liberdade de opinião e de expressão, especialmenteblaze vipcomparação com o resto da região.

Não consigo me lembrar, como libanês, do número de debates acalorados sobre o Hezbollah,blaze vipinfluência política e seu arsenal militar, que presenciei ao longo dos anos.

Diferentes perspectivas

O Hezbollah conta com uma força militar bem treinada
O Hezbollah conta com uma força militar bem treinada
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Há muitos aspectos a serem considerados ao definir as posições das pessoasblaze viprelação ao grupo militar mais poderoso do país — e também um de seus atores políticos mais proeminentes.

O Líbano é um país multissectárioblaze vipque a identidade religiosa tem forte impacto na política das pessoas.

Muitos dos apoiadores do Hezbollah são muçulmanos xiitas, e um grande número de seus críticos e oponentes são pessoas não xiitas, incluindo muçulmanos sunitas e cristãos.

Mas isso só é verdade até certo ponto.

Há grupos importantes com diferentes afiliações religiosas e ideológicas que se opõem totalmente ao Hezbollah.

A maioria deles considera o grupo como um representante do Irã, que dita se o Líbano estáblaze vipguerra oublaze vippaz — e enfraquece o governo do país. Eles pedem o desarmamento de seu poderoso exército.

Mas há também outros que discordam do Hezbollahblaze vipvárias questões, mas apoiam que o frupo mantenha seu arsenal.

Até recentemente, um de seus principais aliados políticos era o então maior partido cristão, o Movimento Patriótico Livre (FPM, na siglablaze vipinglês). Durante anos, os dois grupos tiveram um acordo pragmático de apoio mútuo.

Com o acordo, o FPM obteve um valioso aliado político xiita, enquanto o Hezbollah conquistou um aliado cristão que não pedia seu desarmamento imediato.

Embora o acordo tenha sido desfeito desde então, ele ilustra como diferentes grupos no Líbano podem criar alianças entre linhas religiosas.

Um mapa do Líbano mostrando a localização dos ataques israelenses e a densidade populacional do país.
Um mapa do Líbano mostrando a localização dos ataques israelenses e a densidade populacional do país.
Foto: BBC News Brasil

Exército com poucos recursos

Enquanto alguns pedem o desarmamento do Hezbollah, outros apoiam mais o partido porqueblaze vipforça de combate é muito poderosa.

A força militar do Hezbollah e a relativa fraqueza do Exército nacional do Líbano significam que muitas pessoas — inclusive aquelas fora dablaze vipbase principal — acreditam que é necessário que ele continue armado.

Israel invadiu o Líbanoblaze vip1982, ocupou o sul do país até 2000, e ainda ocupa parte dele.

O exército do Hezbollah é a única força no Líbano que tem sido eficaz no combate às forças israelenses.

Israel matou vários membros importantes do Hezbollah desde o início da crise atual
Israel matou vários membros importantes do Hezbollah desde o início da crise atual
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O Exército libanês está mal armado e depende muito dos EUA e de outros países ocidentais para obter armas e munições, que estão obsoletas.

Diante desta situação, muitas pessoas no Líbano continuam a apoiar o Hezbollah na manutenção deblaze vipforça de combate — embora,blaze vipgeral, não simpatizem com o partido.

A 'frente solidária'

A já complexa rede de solidariedade, antagonismo e alianças no Líbano pode mudar ainda mais durante uma crise, como as trocas de disparos na fronteira com Israel que se intensificaram nos últimos dias.

Nesta situação, muitas pessoas deixam suas diferenças de lado.

Mesmo muita gente que criticou a decisão do Hezbollah de lançar ataques contra Israelblaze vipapoio a Gaza, e acusou o grupo de arrastar o país para uma crise dispendiosa, demonstrou solidariedade às vítimas dos recentes ataques com pagers e walkie-talkies que tiveram como alvo seus membros.

O ataqueblaze vipmassa — no qual milhares de pessoas foram mutiladas, feridas e mortasblaze vipdecorrência da explosão de seus dispositivos de comunicação sem fio — foi amplamente atribuído a Israel, embora o país não tenha assumido a responsabilidade.

Esta solidariedade só aumentou após o lançamento de uma intensa campanha aérea israelense no sul do Líbano e no vale do Bekaa, acompanhada pelo ataque a Dahiyeh, um subúrbio ao sul de Beirute bastante populoso.

Os bombardeios levaram à morte de civis — entre eles, muitas crianças — e ao desalojamento de muitas pessoas.

"Havia uma solidariedade natural", afirmou Jamil Mouawad, professor de ciências políticas da Universidade Americana de Beirute.

"Está claro para mim que há um sentimento anti-Israel generalizado no país, mesmo entre os grupos que são contra o Hezbollah."

"Muitas pessoas estão dizendo que as divisões devem ser deixadas de lado no momento. Este não é um ponto de vista ideológico ou político, mas é éticoblaze vipfunção das atrocidades que Israel vem cometendo", acrescentou.

Mas as divisõesblaze viprelação ao Hezbollah continuam significativas — e Israel parece estar tentando alimentá-las.

Enquanto os caças israelenses bombardeavam cidades libanesas no sul e no Vale do Bekaa, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disseblaze vipuma mensagem ao povo libanês:

"A guerra de Israel não é com vocês. É com o Hezbollah."

A quantidade de apoio que o Hezbollah consegue manter no Líbano pode ser um fator importante para determinar se a crise na fronteira vai se agravar ou dissipar.

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Fontes de referência

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