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instalar betnacional atualizado-'Sopro da morte': as memórias do golpe no Chile por ex-assessor de Salvador Allende

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Em entrevista à BBC, advogado espanhol Joan Garcés, um dos principais assessores de Salvador Allende, conta como foram os últimos momentos do ex-presidente chileno, deposto do cargo por um golpe militarinstalar betnacional atualizado11 de setembro de 1973. 'Ele salvou minha vida', disse Garcés.
11 set 2023 - 16h50
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Joan Garcés foi conselheiro e amigo de Salvador Allende
Joan Garcés foi conselheiro e amigo de Salvador Allende
Foto: BBC News Brasil

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De terno e gravata, o advogado Joan Garcés, de 79 anos, abre a porta de seu escritório com um sorriso.

São 17h de um dia de setembroinstalar betnacional atualizadoMadri, capital da Espanha.

Eminstalar betnacional atualizadomesa há uma fotografia onde ele aparece com o ex-presidente do Chile, Salvador Allende (1970-1973), e Óscar Agüero, ex-embaixador do Chile na Espanha.

"Isso foi num fim de semana de 1972. Estávamos na casa de campo que [Allende] tinha nos arredores de Santiago", lembra ele, com certa nostalgia.

Joan Garcés é uma testemunha privilegiada do que aconteceu no Chileinstalar betnacional atualizado11 de setembro de 1973, dia do golpe militar que depôs Allende.

O espanhol chegou ao país sul-americano alguns anos antes, atraído pela história de Allende, com quem estabeleceu uma forte amizade.

Em 1970, quando Allende se tornou o primeiro presidente socialista do mundo a chegar ao poder por meios democráticos, Garcés se tornou seu conselheiro mais próximo.

Três anos depois - e após meses de polarização e tentativas fracassadas de levantes militares - as Forças Armadas, lideradas por Augusto Pinochet, derrubaram o governo da Unidade Popular (UP), dando origem a um regime militar que durou 17 anos e deixou quase 40 mil vítimas, incluindo mais de 3.000 mortos ou desaparecidos.

No dia do ataque, Joan Garcés estava no palácio presidencial com Allende. Ele permaneceu ao seu lado até que o presidente lhe ordenou que deixasse o La Moneda para que pudesse transmitir ao mundo o que ali havia acontecido. Allende morreria pouco depois.

Garcés não só cumpriu a tarefa que lhe foi confiada, publicando livros como Allende e a experiência chilena. Ele também acabou se tornando o arquiteto da histórica prisão de Pinochetinstalar betnacional atualizadoLondres,instalar betnacional atualizado1998.

Relutanteinstalar betnacional atualizadodar entrevistas e, sobretudo,instalar betnacional atualizadorevelar fragmentos deinstalar betnacional atualizadovida pessoal, Joan Garcés contou à BBC News Mundo, serviçoinstalar betnacional atualizadoespanhol da BBC, detalhes inéditos sobre o 11 de setembro e os dias que se seguiram, comoinstalar betnacional atualizadocomplexa fuga do Chile.

Também deu especial ênfase à responsabilidade dos Estados Unidos na ruptura democrática no Chile e apela a uma condenação pública da Casa Branca, depois de a desclassificação de vários registos ter evidenciado o papel do país no golpe do Chile.

Confira abaixo a entrevista que ele deu à BBC.

BBC - Quero partir transportando você para 11 de setembro de 1973. O que você lembra daquele dia?

Joan Garcés - Esse dia foi uma data importante porque ao meio-dia estava previsto que o presidente Allende fizesse um discurso anunciando medidas econômicas de emergência ao país, além da convocação de um referendo para que os cidadãos pudessem escolher o caminho a seguir: o oferecido pelo governo ou o da oposição.

BBC - Pelo que entendi, naquele dia você chegou cedo ao palácio presidencial...

Garcés - Na noite de 10 de setembro houve uma reunião que terminou à 1h30 da manhã com o presidente, o ministro da Defesa (Orlando Letelier), o ministro do Interior (Carlos Briones), o diretor da Televisão Nacional (Augusto Olivares ) e eu.

Preparamos o discurso que Allende faria no dia seguinte.

E passei a noite na residência do presidente porque a reunião de trabalho ia continuar de madrugada.

Mas o diretor da Televisão Nacional, que também dormira lá, me acordou por volta das 7h15 da manhã contando que havia um levante da Marinha na zona portuária de Valparaíso (no litoral chileno, a 117 km da capital, Santiago).

Nesta fotografia inédita, Salvador Allende (esq.) aparece ao lado de Joan Garcés (ao centro) e Óscar Agüero, ex-embaixador do Chile na Espanha,instalar betnacional atualizado1972
Nesta fotografia inédita, Salvador Allende (esq.) aparece ao lado de Joan Garcés (ao centro) e Óscar Agüero, ex-embaixador do Chile na Espanha,instalar betnacional atualizado1972
Foto: Arquivo Pessoal Joan Garcés / BBC News Brasil

BBC - E então?

Garcés - Depois fomos ao palácio presidencial, junto com o presidente.

O presidente entrou com a informação de que o Exército era leal e assumiu seu posto de comando para dirigir a defesa do sistema constitucional. Com o passar da reunião, chegou a informação de que o golpe estavainstalar betnacional atualizadoandamento.

Às 8h30 da manhã, o primeiro comando da junta pediu a Allende que entregasse ainstalar betnacional atualizadolegitimidade como chefe de Estado à junta militar, algo que ele evidentemente se recusou a fazer.

Por volta das 9h, o presidente fez seu último discurso e, quando terminou, começaram os ataques da infantaria, o ataque blindado e aéreo que durou até por volta das 13h30. O palácio estavainstalar betnacional atualizadochamas, com fumaça, não dava para respirar.

O presidente ordenou aos seus colaboradores que abandonassem o palácio porque era impossível continuar ali devido à fumaça e ao fogo.

BBC - Você ficou ao lado do presidente Allende o tempo todo?

Garcés - Sim, eu estava com ele. Fiquei ao seu lado durante toda a manhã até às 11h15, alturainstalar betnacional atualizadoque ele me disse para ir embora, o que salvou a minha vida.

BBC - Como foi esse diálogo quando Salvador Allende ordenou que você saísse do Palácio La Moneda?

Garcés - Foi no horárioinstalar betnacional atualizadoque ele reuniu todos os seus colaboradores, por volta das 11h. Explicou que ainstalar betnacional atualizadoobrigação e dever era defender o que representava como chefe de Estado e chefe das Forças Armadas. Mas não fazia sentido que o resto de nós morresse e ele nos liberou.

Naquele momento ele se virou para mim, não sei por que, e me pediu para ir embora. E eu perguntei a ele a razão. E ele me deu motivos.

Um deles era que alguém tinha que contar o que havia acontecido ali.

"E só você pode fazer isso", ele me disse. Porque fui seu colaborador mais direto. Ele olhou para os outros colegas e todos assentiram.

Ele me acompanhou até a porta e eu saí. É por isso que estou vivo.

BBC - No momentoinstalar betnacional atualizadoque estava na porta do La Moneda, hesitouinstalar betnacional atualizadosair?

Garcés - Hesitei, expressei minha discordância e por isso Allende me deu razões. Porque me opus àinstalar betnacional atualizadodecisão. Mas evidentemente ele estava absolutamente certo.

La Moneda protegido pela polícia chilena às 8 da manhã do dia 11 de setembro de 1973
La Moneda protegido pela polícia chilena às 8 da manhã do dia 11 de setembro de 1973
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

BBC - Você já se arrependeu de ter saído?

Garcés - Não posso me arrepender, pois foi o que salvou minha vida. Vou te contar uma história.

Dois dias após o golpe, o diretor-geral da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, pertencente à ONU), Enrique Iglesias, dirigiu-se ao almirante (Ismael) Huerta, que chefiava o Ministério das Relações Exteriores dos golpistas, para interceder por mim.

Ele disse que se havia duas pessoas que queriam prender era o secretário-geral do Partido Socialista (Carlos Altamirano) e eu, conselheiro pessoal do presidente.

E de fato, na ata secreta da reunião, no número dois, datada de 13 de setembro, há três linhas nas quais os participantes concordaminstalar betnacional atualizadome prender se eu for localizado.

Isto é, Allende salvou a minha vida.

BBC - Voltando ao ataque ao La Moneda: você chegou a duvidar do que estava acontecendo? Pergunto isso por causa do número de tentativas de golpe que ocorreram antes do 11 de setembro...

Garcés - Eu havia levado um pequeno rádio portátil e às 8h30 da manhã, quando ouvi o lado dos insurgentes pedindo a Allende a transmissão do comando. Naquele momento ficou muito claro para mim que as informações que tínhamos, de que o Exército era leal, estavam incorretas.

Quando começou o ataque, que foi meu batismo de fogo, foi realmente impressionante. Quando você vê que eles estão metralhando, atacando com tiros de canhão...

Nós, colaboradores do presidente, ficamos muito chocados com o que estava acontecendo. O que contrastava com a absoluta serenidade e tranquilidade do presidente.

Naquele dia, ele estava muito sereno e controlado.

BBC - E como você estava?

Garcés - Eu senti que poderia morrer. Nesse momento você pensa na morte.

Peguei um telefone e liguei para um amigo. Dei o endereço e o telefone dos meus pais na Espanha para que ele explicasse por que eu havia morrido.

Eu estava me despedindo da vida.

BBC - Vocês estava disposto a morrer ali?

Garcés - Não só eu.

Quando o presidente reuniu todos os seus colaboradores civis, dizendo-lhes que estavam livres para partir, nenhum deles saiu.

Todos ficaram com ele.

Após a agressão, todos foram presos, a maioria foi torturada, assassinada e alguns desapareceram.

A equipe pessoal do presidente do Chile foi exterminada exatamenteinstalar betnacional atualizado48 horas.

BBC - O que mais você lembra daquele dia?

Garcés - Me lembro que, naquela manhã, cheguei ao La Moneda com a minha pasta com os documentos de trabalho, com o discurso que estava previsto para esse dia.

Quando eu ia sair, o presidente me acompanhou até a porta da frente e me perguntou: "O que você tem nessa pasta?"

"Bem, os documentos com os quais estamos trabalhando." E ele me disse: "É melhor você deixar isso".

Deixei a pasta com o assessor de imprensa dele, que se chamava Jorquera Negro porque era muito moreno. Mas notei que a tez do rosto dele estava verde… Ou seja, o sopro da morte foi soprado naquele momento dentro do Palácio.

BBC - Durante o ataque ao La Moneda, você teve que portar armasinstalar betnacional atualizadoalgum momento?

Garcés - Não.

O risco de um golpe de Estado já existia antes de Allende assumir o poder. Houve uma dezena de tentativas de golpe reprimidas pela hierarquia constitucionalista das Forças Armadas.

Se Allende conseguiu assumir a Presidênciainstalar betnacional atualizadonovembro de 1970, é porque nas Forças Armadas havia oficiais constitucionalistas, um Exército republicano.

E isso esteve presente durante os primeiros três anos e foi o que sustentou o governo contra a conspiração promovida pelos Estados Unidos.

Até o final de agosto de 1973 ocorreu a traição.

Tal como o comandante-em-chefe (René Schneider),instalar betnacional atualizadooutubro de 1970, se recusou a seguir as ordens de Washington e a executar o golpe, que lhe custou a vida*, o general que comandou o Exército no final de agosto (Augusto Pinochet) levou à traição.

Consequentemente, desde outubro de 1970, Allende formou guarda-costas pessoais de jovens militantes do Partido Socialista que foram identificados com o programa de governo.

E aqueles jovens, cerca de 15 ou 20 anos, estavam dentro do palácio (no dia 11 de setembro), eram seus guarda-costas pessoais, e todos tinham treinamento no manejo de armas.

Foram eles que enfrentaram o ataque. Eles são os heróis, juntamente com o presidente, de uma batalha que militarmente não teve um resultado positivo.

Para o presidente, foi uma batalha de natureza política e moral, diante da traição e de um ataque tão brutal às instituições do Estado.

E Allende travou essa batalha pelo significado político. Ele era um político. E foiinstalar betnacional atualizadoúltima batalha política. E se falamos desse dia hoje, 50 anos depois, é porque política e moralmente ele venceu essa batalha à custa dainstalar betnacional atualizadovida.

Esta é a última fotografia que mostra Salvador Allende vivo no meio do ataque
Esta é a última fotografia que mostra Salvador Allende vivo no meio do ataque
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

BBC - Onde você se refugiou depois de sair do La Moneda?

Garcés - Quando saí do La Moneda fui à residência de uma pessoa (Joaquín Leguina), amigo do meu irmão, com quem nunca estive e que não fazia parte do meu círculo pessoal e, embora estivessem me procurando, não me procuraram lá.

BBC - E o que aconteceu lá?

Garcés - Não podíamos sair porque havia toque de recolher.

Ele (Leguina) é escritor einstalar betnacional atualizadoum de seus livros conta sobre aquelas 72 horasinstalar betnacional atualizadoque estive na casa dele. Ele tremia...

Pelo que significou naquele momento, no meio de uma ditadura brutal , onde assassinaram e mataram, onde seu nome está na televisão e no rádio... Ele sabia que se me encontrassem eminstalar betnacional atualizadocasa, ele próprio poderia ser preso e assassinado.

Naquele momento, a vida não valia nada.

BBC - E você estava tremendo também?

Garcés - Não, tenho um temperamentoinstalar betnacional atualizadoque diante de um desafio me acalmo.

Quando o toque de recolher acabou, recebi a informação de que os três corpos diplomáticos espanhóis, o núncio do Vaticano, o representante da Cepal e o embaixador (espanhol) me ofereceram ainstalar betnacional atualizadoresidência. Um gesto muito simpático.

Depois de uma análise política e militar, decidi ir à residência de quem tinha um exército atrás dele, ou seja, o embaixador espanhol. E foi uma escolha decisiva.

BBC - Como você saiu do Chile?

Garcés - Na semana seguinte ao golpe, a Espanha enviou ao Chile um avião fretado, daqueles que são fornecidosinstalar betnacional atualizadosituações de catástrofe, com cobertores, medicamentos, etc.

E a junta militar convocou o embaixador para agradecer a Espanha pelo gesto que fez ao enviar aquele avião.

Naquele momento, numa situaçãoinstalar betnacional atualizadoque o chefe da junta militar lhe agradecia, o embaixador pediu um favor: um salvo-conduto para Joan Garcés.

"Mas como é possível que você, embaixador do general Francisco Franco (ditador que comandou a Espanha de 1936 a 1973), me peça salvo-conduto para um conselheiro pessoal socialista de Salvador Allende?", questionou ele.

E o embaixador respondeu: "Na verdade, as ideias do general Franco são muito diferentes, mas ele é espanhol e estáinstalar betnacional atualizadoterritório espanhol. E nessas questões a honra e a bandeira estão no meio. A Espanha não vai entregá-los a você".

"Mas é uma decisão que não posso tomar, a diretoria já decidiu impedir."

E então o embaixador falou: "Mas e se você for o chefe da junta?". "O comandante-em-chefe do Exército não tem autoridade para emitir um salvo-conduto?". O comandante era vaidoso.

A conversa terminou com ele dizendo: "Bem, farei o que puder".

E ele realmente levou o assunto para a junta militar e o general (Gustavo) Leigh (comandante-em-chefe da Aeronáutica) recusou, ele argumentou contra, dizendo que se eu saísse do país poderia causar muitos danos à junta, mas o chefe do conselho se comprometeu com o embaixador espanhol e o salvo-conduto foi aprovado.

Então voltei no mesmo avião fretado, naturalmente vazio.

Éramos quatroinstalar betnacional atualizadoum avião para 150 pessoas. Fui eu, meu irmão, um ex-ministro chamado Ernesto Torrealba, e outro cidadão espanhol cujo nome não lembro.

A junta militar composta por Gustavo Leigh, Augusto Pinochet, José Toribio Merino e César Mendoza
A junta militar composta por Gustavo Leigh, Augusto Pinochet, José Toribio Merino e César Mendoza
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

BBC - Quando você descobriu que o presidente Salvador Allende havia morrido?

Garcés - A rádio transmitia apenas música militar. Quando entrei na residência do embaixador, não sei se já tinha sido divulgado que ele havia morrido.

Mas para mim não havia dúvida. Em seu último discurso, ele fez aquela reflexão: "pagarei com a vida". Ele disse aquele manifesto no rádio. E eu conhecia perfeitamente a mentalidade dele, sabia que ele ia morrer lutando.

Sempre me perguntaram como o presidente morreu. Eu digo que não sei. Porque tenho duas versões, mas ambas as versões são indistintas para mim.

A partir do momentoinstalar betnacional atualizadoque ele se dispõe a morrerinstalar betnacional atualizadocombate, quem dispara a bala que o mata é irrelevante. O que importa é ainstalar betnacional atualizadodecisão de lutar até a morte.

BBC - Como você se lembra de Salvador Allende?

Garcés - Sigmund Freud possui um segmento para classificar as pessoas entre dois extremos: o necrófilo e o biófilo.

Allende estava claramente no extremo dos biófilos.

Ele era um homem que amava a vida, as coisas boas e os prazeres da vida. Esse foi Allende. Era um homem afável, de diálogo fluente.

Costumava fazer piadas e ao mesmo tempo era uma pessoa de convicções extraordinárias.

(Em Allende houve) um pensamento e uma análise da realidade e dos valores que foram constantes eminstalar betnacional atualizadovida. Valores da Revolução Francesa liberal-democrata que começou no século do Iluminismo.

Uma visão do socialismo que incorpora raízes de liberdades, racionalidade e humanidade.

Allende era uma pessoa verdadeiramente humana. E no último dia deinstalar betnacional atualizadovida ele demonstrou isso quandoinstalar betnacional atualizadopreocupação era salvar vidas.

Salvador Allende morreuinstalar betnacional atualizado11 de setembro de 1973, no palácio La Moneda
Salvador Allende morreuinstalar betnacional atualizado11 de setembro de 1973, no palácio La Moneda
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

BBC - Você conheceu Pinochet? Qualinstalar betnacional atualizadoopinião sobre ele?

Garcés - Conheci o general (Carlos) Prats. Pinochet assumiu o comando por acaso.

Porque no momentoinstalar betnacional atualizadoque o general Prats apresentou ainstalar betnacional atualizadodemissão, o Allende perguntou: "Que outro general pode garantir a lealdade do Exército?"

E Prats recomendou Pinochet ao seu chefe de gabinete. Se Prats tivesse recomendado outra pessoa, Pinochet teria se retirado silenciosamente e ninguém saberia deinstalar betnacional atualizadoexistência.

Prats estava convencido de que ele era um homem leal. Caso contrário, eu não teria recomendado.

E a tal ponto é a vilania desta pessoa (Pinochet), que um ano depois ordenou o assassinato de Prats, que estava refugiadoinstalar betnacional atualizadoBuenos Aires, tendo sido seu superior e seu companheiro de armas.

BBC - O que você sentiu no minutoinstalar betnacional atualizadoque Pinochet foi presoinstalar betnacional atualizadoLondres? Você sentiu uma espécie de acerto de contas com a história?

Garcés - Bem, eu senti como se tivesse conseguido.

Na Espanha, o juiz não pode ordenar a detenção de ninguém se o procurador ou o Ministério Público não o solicitar.

O Ministério Público sempre foi a favor de Pinochet. O juiz não podia fazer nada a respeito. Só se o Ministério Público, que representei e com a minha assinatura, o pedisse.

Em outras palavras, se Pinochet foi preso foi porque eu, com todas as provas que reuni das vítimas chilenas e não chilenas que representei, soliciteiinstalar betnacional atualizadoprisão.

Quando ocorreu a prisão, eu estava muito tranquilo. E aí começou outra fase que foi a extradição e que termina com a decisão do juiz Roland Bartle,instalar betnacional atualizadooutubro de 1999, onde concedeu a extradição para a Espanha.

Tínhamos ganho o caso judicialmente, tantoinstalar betnacional atualizadoEspanha como no Reino Unido.

O que vem a seguir são os enxágues políticos para neutralizar a ação da justiça. Mas como jurista, meu trabalho estava cumprido.

*O ex-comandante-em-chefe do Exército, René Schneider, faleceuinstalar betnacional atualizado25 de outubro de 1970 após sofrer um atentado que buscava impedir a ratificação de Salvador Allende como presidente da República. Documentos desclassificados dos Estados Unidos, recolhidos pelo Arquivo de Segurança Nacional daquele país, provam que a CIA estava por trás da conspiração contra Schneider.

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Fontes de referência

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