politica sportingbet-5 anos da covid-19: mundo não corre risco iminente de nova pandemia, mas ‘possibilidade é real’
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OMS declarou a pandemiapolitica sportingbet11 de março de 2020; ao Terra, especialistas negam ‘novo risco' e explicam a questãopolitica sportingbet de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
Cinco anos após a Organização Mundial da Saúde declarar a pandemia de covid-19, data referente a essa terça-feira, dia 11 de março, o mundo não corre risco iminente de uma nova pandemia. Ao Terra, especialistas negam que, no momento, haja algum agente patógeno que represente risco imediato, mas explicam que não são nulas as possibilidades de que a sociedade enfrente uma nova pandemia.
“Não existe”, afirma o doutorpolitica sportingbetepidemiologia e especialistapolitica sportingbetSaúde Coletiva André Ribas Freitas, com relação a algum risco imediato de que haja uma nova pandemia. Mesmo assim, para se precaverem e estarem preparados para agir de forma eficaz caso algo ocorra, órgãos de saúde pública trabalham com a possibilidade, explica. "A questão de possibilidade de novas pandemias é uma possibilidade real".
No caso do SARS-CoV-2, o doutorpolitica sportingbetimunologia pela USP e professor da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da universidade, Luiz Gustavo Gardinassi, explica que vírus como esse apresentam altas taxas de mutação que o permitem infectar hospedeiros e fazer com que eles continuem a ser transmitidos.
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Portanto, por mais que no momento não haja algum risco iminente nesse sentido, “a possibilidade de novas pandemias ocorre justamente porque os vírus conhecidos e desconhecidos passam a ter mutações que permitem uma vantagempolitica sportingbetrelação ao hospedeiro e pode desencadear uma nova pandemia”, explica Gardinassi, que cita a influenza, que já causou pandemias e pode gerar novas.
Recentemente, por exemplo, pesquisadores chineses descobriram um novo tipo de coronavírus, o HKU5-CoV-2, identificadopolitica sportingbetmorcegos pelo Instituto de Virologia de Wuhan. A descoberta virou alvo de desinformação, mas, na verdade, o vírus foi mapeado antes de infectar pessoas e, até o momento, não há nenhum registro de adoecimento humano por ele.
“O que se sabe é que esse vírus tem um mecanismo de entrada nas células que é semelhante ao SARS-CoV-2. Foi detectado apenaspolitica sportingbetamostras de morcego, não há registros de casos humanos, mas experimentospolitica sportingbetlaboratório com células humanas sugerem que ele possa infectar humanos. Isso se daria sem hospedeiro intermediário, direto de morcegos para humanos”, afirma Gardinassi.
O especialista conta que os morcegos possuem um sistema imune diferente que permite que eles tolerem esses vírus infecciosos que carregam. Por conta de melhorias desenvolvidas devido à pandemia de covid-19, passou a ser possível acompanhar a evolução -- mutações --politica sportingbettempo real dos vírus por meio de tecnologias de sequenciamento, o que auxilia na formulação cada vez mais rápida de vacinas contra esses agentes.
“Possuímos ferramentas muito melhores para lidar com pandemias atualmente, principalmente as vacinas de RNA, visto o sucesso que foi com a covid-19”, diz, complementando que esse progresso, infelizmente, pode ser impactado por cortes de financiamento à ciência feitos recentemente nos Estados Unidos, pelo governo Trump.
“Vão impactar diretamente as pesquisas voltadas para preparação a pandemias, pois isso requer tanto investimento quanto profissionais dedicados a investigar as mais variadas amostras de animais, de ambientes e de pacientes que possam vir a sofrer de uma doença desconhecida”, explica.
A Organização Mundial da Saúde declarou o fim da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII), referente à covid-19,politica sportingbet5 de maio de 2023. De acordo com dados da OMS, foram mais de 6,9 milhões de mortes até a data. A doença havia sido posta como ESPIIpolitica sportingbet30 de janeiro de 2020, antes de ser caracterizada como uma pandemiapolitica sportingbet11 de março do mesmo ano.
‘Proteger florestas para evitar crises sanitárias’
“É fundamental que a sociedade e os governos invistampolitica sportingbetsoluções sustentáveis e baseadas na ciência, nãopolitica sportingbetachismo, para evitar novas crises sanitárias”, pontua a Laís Barreto, bióloga, doutorapolitica sportingbetBotânica, pós-doutorapolitica sportingbetCiências Agrárias (Agroecologia) e professora na Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Ela ressalta que proteger florestas e ecossistemas se trata apenas de uma questão ambiental. “É uma estratégia essencial para garantir a saúde global”, diz.
“A pandemia da covid-19 evidenciou como a degradação ambiental pode influenciar tanto no surgimento quanto na disseminação de zoonoses, ou seja, de doenças que são transmitidas de animais para os humanos. Uma coisa que a gente sabe é que o desmatamento desenfreado e a perda de ecossistemas naturais tem reduzido algumas barreiras ecológicas naturais, aumentando essa probabilidade de contato entre os humanos e as espécies selvagens de animais. Isso propicia condições específicas, principalmente pensando na transmissão de vírus, que antes era muito restrita a ambientes naturais”, explica.
Com isso, ela pontua que avanços significativos ocorreram nos últimos 5 anos, principalmente com relação a pesquisas sobre a interação entre alterações ambientais e doenças infecciosas.
“Apesar desses avanços, os desafios ainda são muitos. O desmatamento na Amazônia e entre outros biomas continuapolitica sportingbetníveis preocupantes. E ele é impulsionado, principalmente, por atividades como a mineração ilegal e a expansão agropecuária”, relata, colocando o enfraquecimento de políticas ambientais e de órgãos de fiscalização como pontos que dificultam progressos necessários.
Desinformação não acabou
Para Victor Piaia, professor na FGV Comunicação e coordenador do Dapp Lab, laboratório de análise de dados da instituição, durante a pandemia de covid-19, conteúdos negacionistas ou com desinformação relacionada às vacinas, ou outros aspectos do debate da saúde, eram inicialmente associados a questões políticas. E isso mudou com o tempo, fazendo com que a 'máquina' de desinformação continuasse.
“Compartilhar um conteúdo negacionista estava relacionado a defender Jair Bolsonaro, estava relacionado a consumir um determinado tipo de mídia que não é a mídia tradicional. Se tratava de um traço da identidade de um grupo político brasileiro, influente, crescente e que de certa forma inundava o debate público”, pontua, a partir de pesquisas que desenvolveu na época.
Cinco anos se passaram e, de lá pra cá, Piaia avalia que os danos para o debate público brasileiro foram muitos. Esse ‘ecossistema’, como descreve, ultrapassou a barreira da identidade política e avançou para outras cadeias de consumo e da economia, criando um “mercado próprio de desinformação” que continua existindo.
O que, por outro lado, alertou para a importância de um debate informacionalpolitica sportingbetsaúde mais eficaz. Para o professor, passou a ser vista a importância de não só realizar campanhas especializadas no assunto, mas campanhas de “contra-ataque” a partir do monitoramento frequente dos discursos. “Quando a gente pensa, por exemplo, nos problemas relacionados à hesitação vacinal, a baixa de vacinaspolitica sportingbetcrianças, hoje isso se trata como um problema de desinformação e saúde pública”.
As mudanças recentes relacionadas à moderação de conteúdo nas plataformas digitais, como as da Meta, dificultam esse processo, acredita. “O Estado, a Justiça, perde, de alguma forma, um canal ágil e colaborativo de comunicação para a remoção desses conteúdos. E aí a remoção acontece a partir mais do conflito e da demanda imposta, e não mais de uma colaboração ativa. Não se tem uma divisão de responsabilidades”, diz.