bônus sem depósito brasil-"Expedição alucinante": brasileiros irão cruzar a temida Passagem do Noroeste
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A viagem começou na Noruega, no dia 10 de junho [...]bônus sem depósito brasil de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar
Quando o norueguês Roald Amundsen encabeçou a primeira travessia da Passagem do Noroeste, no início do século passado, o mundo das explorações assistia a uma corrida frenética por recordes.
Naquela época, nem os polos Norte e Sul tinham sido alcançados ainda.
Mas dessa vez, a viagem vai ser por outro motivo: pesquisar o impacto das alterações climáticas nessa região remota, acima do Círculo Polar Ártico, no encontro dos oceanos Atlântico e Pacífico.
E vai ter brasileiro a bordo.
Liderada pelo cineasta alemão naturalizado brasileiro, Sylvestre Campe, a Ocean Science Expedition partiu de Bergen, na Noruega, no último dia 10 de junho, para chegar, sabe-se lá quando, na minúscula Nome, no Estreito de Bering.
Antes disso, porém, a expedição vai ter que encarar o mau humor do Atlântico Norte, cruzar a Groenlândia e vencer o labirinto de estreitos da Passagem do Noroeste. Mas também vai ter ventos perfeitos de 8 nós, baleias cachalotes e povoados isolados com apenas 20 habitantes.
"A travessia deve demorar três meses, mas é o gelo que vai definir, pois podemos ficar presos [nele]. A gente não sabe, é uma incógnita", arrisca Sylvestre,bônus sem depósito brasilentrevista exclusiva por telefone para o Viagembônus sem depósito brasilPauta.
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Passagem do Noroeste
A tripulação do Abel Tasman, veleiro de quase 23 metros de comprimento e uma das poucas embarcações do gênero a atravessar a região, será formada por nove pessoas, entre elas, Cléo Campe. Além de gerente de produção do projeto, a filha do líder da expedição deve içar velas e revesar o timão, quando for preciso.
Outra brasileira a bordo é Karina Oliani, montanhista e médica especializadabônus sem depósito brasilemergência e resgatebônus sem depósito brasiláreas remotas. Assim que entrar na expedição, no início de julho, na Groenlândia, ela irá liderar mergulhos e coordenar escaladas para coleta de material, fazendo a segurança da equipebônus sem depósito brasilterra.
"É um sonho antigo, assim como para [o explorador] Amundsen."
Karina Oliani
Karina tem como inspirações não só o explorador Roald Amundsen, o primeiro a realizar a travessia,bônus sem depósito brasil1906, mas também John Franklin, protagonista de uma das mais trágicas viagens na região,bônus sem depósito brasil1845.
"Estou muito feliz por estar com pessoas tão experientesbônus sem depósito brasiltravessias polares e grandes cientistas do clima. Tudo é desafiador, mas eu quero estar lá", comemora Karina, que já escalou as duas faces do Everest, foi a primeira brasileira a subir o K2 e cruzou um vulcão ativo na Etiópia numa… tirolesa.
Mas a felicidade dela parece estar com os dias contados.
"Estou com o coração apertado de saber que talvez sejamos uma das últimas equipes a conseguir fazer a Passagem do Noroeste vendo gelo. Por isso, o que me pegou mesmo foi a abordagem científica da expedição", completa.
O Ártico vem perdendo gelo "quatro vezes mais do que o resto do mundo" e tem registrado uma temperatura 3°C mais quente do quebônus sem depósito brasil1980, assim como salienta o projeto. Se para uns é motivo de comemoração, já que significaria uma rota mais curta e mais econômica entre a Europa e a Ásia, para outros, é de preocupação.
A missão dessa expedição científica ousada é aumentar a conscientização sobre os seis pontos de não retorno, como são conhecidas as situações ambientais irreversíveis como, por exemplo, o colapso da Amazônia e o degelo nos extremos do planeta.
O soteropolitano Ramon Gonçalves também se juntará ao projeto combônus sem depósito brasilexperiência como cinegrafista, fotógrafo e operador de drone.
"Considero uma das maiores expedições da minha vida. Vão ser muitos dias sem ver pessoas e com a possibilidade de ficar mais tempo do que o previsto para poder contornar trechos congelados", avalia Ramon.
Durante a travessia, esse baiano que mora no Rio de Janeiro será responsável pela logística dos equipamentos e pela captação de imagens, a partir da Groenlândia, onde começabônus sem depósito brasilparticipação no projeto.
A equipe irá contar também com os trabalhos de Sebastian Sánchez, designer de som, meio mexicano meio alemão, que levabônus sem depósito brasilexperiênciabônus sem depósito brasilgravações de concertos clássicosbônus sem depósito brasilBerlim para "entender os sons que o gelo emite e qual o som do silêncio no Ártico", conta o sogro Sylvestre.
Sebastian embarcou com equipamentos subaquáticos para medir até 100 metros de profundidade, entender a poluição sonora marinha e analisar a quantidade de microplásticos no mar de um ambiente tão isolado.
"É um relato visual completo do que é a Passagem, com imagens que vão servir como base de pesquisa para muitos cientistas", explica Sylvestre.
A tripulação da Ocean Science Expedition é composta ainda por Keith Tuffley, proprietário do veleiro; Kester Haynes, piloto de paramotor; e os skippers Alex e Isak Rockstrom.
E, a depender do início da viagem, desafios não devem faltar.
Em um dos postsbônus sem depósito brasilseu perfil pessoal no Instagram, Sylvestre lembrou a forte tempestade com ondas gigantes e vento contra, durante a travessia entre a Noruega e a Islândia, no início da viagem.
"Eu passei muito mal", descreve.
"Eu também passei mal no primeiro dia, mas depois acostumei. Agora, no meio da tempestade, eu consigo cozinhar", brinca Cléo, que já esteve com o paibônus sem depósito brasiloutras viagens extremas, na Antártica e na Patagônia.
Nessa perna inicial da travessia, parte da equipe passou pelo arquipélago de Shetland, na Escócia, e pelas Ilhas Faroe, território autônomo da Dinamarca.
Entre as dificuldades, o frio, os sobrevoos de paramotor (uma das especialidades do líder da expedição) e os mergulhosbônus sem depósito brasiláguas congelantes. No diabônus sem depósito brasilque conversou com a reportagem,bônus sem depósito brasilReykjavik, na Islândia, Sylvestre garantiu que,bônus sem depósito brasilpleno verão europeu, estava tudo "relax, [a congelantes] nove graus".
"O maior desafio vai ser achar um caminho nesse labirinto móvel de gelo. É bem capaz da gente ancorar numa baía e acordar, no dia seguinte, cercado por gelo grosso. E aí a gente está preso", imagina Sylvestre, tal qual Ernest Shackleton, na famosa Expedição Transantártica Imperial, entre 1914 e 1916.
Bem que ele avisou
Alexander von Humboldt avisou, mas parece que ninguém deu bola para ele.
Educado num ambiente burguês, o "pequeno boticário", como esse alemão de Berlim era conhecido na família, desde cedo mostrou que tinha gosto e talento para sujar os pés na terra.
Para aquele fã de James Cook, com gosto exagerado pelo mundo ao ar livre, tudo está interligado,bônus sem depósito brasiluma Natureza que é um reflexo do todo.
No entanto, mais de 200 anos depois de explorar florestas da Venezuela e vulcões no Equador, Humboldt não poderia imaginar que um conterrâneo seu (ainda) estaria tratando do mesmo assunto.
Enquanto estiverbônus sem depósito brasilalgum ponto isolado do Ártico, Sylvestre estreia no Canal OFF,bônus sem depósito brasilagosto, a série "BR 230 - Muito além da Transamazônica", onde percorreu a mal sucedida estrada de mais de quatro mil quilômetros, entre Cabedelo, na Paraíba, e Lábrea, na beira do rio Purus, no Amazonas.
Com duas experiências tão opostas - a Amazônia e o Ártico -, ele também conseguiu estabelecer pontosbônus sem depósito brasilcomumbônus sem depósito brasilterritórios extremos.
"Durante a ditadura [militar brasileira], queriam ligar o Atlântico ao Pacífico. E o Ártico é uma versão do [que aconteceu no] Hemisfério Sul. Os problemas entre os dois são muito parecidos: ambientais, geopolíticos, indígenas e climáticos", compara.
Mas essa expedição de 2024 é feita também de sonhos, daqueles que se imaginavam existir apenasbônus sem depósito brasilrelatos de viagens heroicos e aventureiros do início do século passado.
Criadobônus sem depósito brasilum veleiro pelos pais apresentadores de uma série de volta ao mundo, na TV alemã, Sylvestre, que hoje tem 58 anos, veleja desde os 11.
Sua inspiração? O explorador Roald Amundsen, líder não só da primeira expedição a atravessar a Passagem do Noroeste, mas também da primeira a chegar no Polo Sul,bônus sem depósito brasil1911.
"É uma expedição alucinante e a mais desafiadora da minha vida. Mas não para poder dizer que sou um cara incrível, isso é o de menos. Eu quero entender o que está acontecendo no Ártico", justifica.
E o resto do mundo também, capitão.
O que é a Passagem do Noroeste
Por mais de mais de 400 anos, exploradores arriscaram as próprias vidas para encontrar no Ártico uma passagem que interligasse os oceanos Atlântico e Pacífico, ao norte, diminuindo assim a distância entre os continentes europeu, americano e asiático.
Segundo estudos, o derretimento de suas águas encurtariam a viagem entre a Ásia e a América do Nortebônus sem depósito brasil4.700 milhas náuticas (8.700 km, aproximadamente),bônus sem depósito brasilcomparação com rotas tradicionais, como a do Cabo da Boa Esperança, no sul da África, e as dos canais do Panamá, na América Central, e de Suez, no Egito.
Entre as expedições históricas na região estão a de Martin Frobisher (1576), considerado o primeiro inglês a sairbônus sem depósito brasilbusca da Passagem Noroeste, e a de James Cook, cuja última viagem exploratória foibônus sem depósito brasilbusca da mítica passagem, entre 1776 e 1779.
Aquele arquipélago labiríntico, no Ártico canadense, foi cobiçado também por expedições liderados por John Franklin (1819 a 1822), cujos navios ficaram congelados e não sobrou ninguém para contar a história; por Robert McClure, primeiro a navegar ali, por mar e gelo; e também por Roald Amundsen, pioneiro na navegação na região.
Com temperaturas que vão de 5˚C a -5˚C, na teoria, a Passagem do Noroeste tem janelas de navegação, entre os meses de julho e setembro, quando o derretimento do gelo dá passagem às embarcações.
Porém, por ali, nada é permanente e as condições costumam variar de um ano para o outro.
Entre as dificuldades, temperaturas extremas, baixa visibilidade e obstáculos naturais, como invocados blocos de gelo que se movem (ou não) no ritmo dos ventos. Mas difícil mesmo vai ser saber o que vai ser do planeta, nos próximos anos.