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roulette 10-A voz das ruas: Os locutores que chamam potenciais clientes

roulette 10

Área teve maior concorrência devido ao desemprego e profissionais se queixam de desvalorização e informalidade do trabalho
18 mai 2022 - 05h00
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Gabriel veio para São Paulo para trabalhar exclusivamente com locução
Gabriel veio para São Paulo para trabalhar exclusivamente com locução
Foto: Arquivo pessoal

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Nos centros comerciais de São Paulo, vozes anunciam ofertas e promoções às pessoas que transitam pelas ruas. Esse é o trabalho dos locutores de lojas de varejo que diariamente usam o “gogó” e o bom humor para atrair a atenção de potenciais clientes para as compras.

Gabriel Sulivan Lima, 25, trabalha como locutorroulette 10comércios desde 2018, quando ainda morava no estado da Bahia. Ele começou na profissão após perder o emprego como corretor de imóveis e veio para São Paulo para ter um futuro mais promissor na área.

“O colega de um tio fazia locuçãoroulette 10algumas perfumarias e depoisroulette 10uma distribuidora de cosméticos. Ele me levava e eu fazia locução lá”, diz Lima, que atualmente moraroulette 10São Mateus, na periferia da zona leste de São Paulo.

Gabriel Sulivan Lima
Gabriel Sulivan Lima
Foto: Arquivo pessoal

Após ganhar experiência, ele passou a trabalhar por conta própriaroulette 10algumas lojas de bairro. “Eu não tinha som, nem nada, então só fazia se a loja tivesse som próprio. Levava meu microfone, minha mesa de som, ligava na instalação interna e fazia a locução”, explica.

Jároulette 102020, quando a cidade de São Paulo entrouroulette 10quarentena devido à Covid-19, as oportunidades diminuíram. Foi aí que o rapaz decidiu investirroulette 10equipamentos para aprimorar o trabalho. “Se você não tiver um bom aparelho, pode danificarroulette 10voz”, diz.

Com uma caixa de som e equipamentos próprios, Lima trabalharoulette 10diferentes estabelecimentos da capital. Para ele, o locutor de rua tem um papel muito importante nas vendas porque, às vezes, o vendedor tem diversos produtos a oferecer, mas quem passaroulette 10frente ao comércio não sabe disso.

“O mais gostoso do trabalho é conseguir fazer os clientes entrar na loja, fazer a loja faturar. Minha alegria é o gerente falar: ‘cara, você é muito bom’”, destaca.

Morador da Cidade Ademar, na zona sul de São Paulo, Gildasil Rodrigues de Oliveira, 53, trabalha no ramo há 21 anos. Desde 2012, ele é locutorroulette 10uma galeria de comérciosroulette 10Santo Amaro, no distrito vizinho. “Levo playback, canto. O pessoal para, canta junto, bate palma. É muito gratificante”, conta.

Gildasil Oliveira é locutor de rua há 21 anos
Gildasil Oliveira é locutor de rua há 21 anos
Foto: DJ FM/Reprodução

Oliveira começou jovem como produtor de eventos, onde aprendeu a manipular mesas de som. Depois trabalhou como locutor freelancerroulette 10rádios, mas foi com a locução de rua que ele obteve um maior retorno profissional. Hoje ele mantém a empresa “DJ FM, o som de São Paulo” ao lado de mais sete pessoas.

“Trabalhamos com equipamento para DJ, que é uma coisa que nos diferencia dos locutores de rua. Você vai chamar a atenção de quem está passando pelo que você está fazendo no equipamento de som”, conta o profissional, que também é conhecido como DJ Gil.

“As pessoas formam uma roda para ver o que está acontecendo e, nesse intervalo, a gente fala: ‘e você que está vendo o trabalho, seja bem-vinda, nós temos uma ótima promoção para você dentro da loja’”, complementa.

Gildasil Oliveira
Gildasil Oliveira
Foto: DJ FM/Reprodução

Aumento da procura pela profissão

Gildasil Oliveira comenta que a profissão é popular, sobretudo, nos comércios das periferias – que crescem com a migração de lojas famosas para os bairros e geram demanda para os locutores. Além disso, o desemprego fez com que as pessoas buscassem o cargo pela facilidade de atuação.

Por outro lado, o trabalho ainda é muito desvalorizado. Em São Paulo não existem leis que regulamentem o ofício dos locutores de rua. “Quem trabalha na rua está totalmente desprotegido. Se a pessoa se acidentar, ela não tem para onde recorrer porque não tem vínculo [empregatício]”, diz.

“Às vezes a pessoa chega lá, liga o som e ninguém fala que a tomada é de 220 volts. Ela perde material e não tem como arrumar na hora.”

Para Carla Libralino da Silva, 34, moradora de Cidade Tiradentes, na zona leste da capital, a pandemia foi a chance de voltar ao mercado de trabalho por meio da locução de varejo. Ela era dona de quatro comércios que não resistiram à quarentena e fecharam.

“Vi um anúncio de vaga de locutora. Como eu sempre fazia a divulgação nas minhas lojas de roupas e não tenho nem um pouquinho de timidez, acabei encarando”, conta.

Ela fez a primeira locuçãoroulette 10uma ótica e, a partir daí, conseguiu indicações para outros trabalhos. “É um ramo muito bom, mas a concorrência é muito grande”, diz Carla, afirmando que nunca ficou um final de semana sem trabalhar.

Apesar dos desafios, como concorrência e a informalidade da profissão, a locutora afirma que gosta de fazer o próprio horário e salário, o que permite conciliar o trabalho com o cuidado dos três filhos.

Com essa rotina, ela também consegue administrar uma associação que fundouroulette 10Cidade Tiradentes e que presta auxílio para pessoasroulette 10situação de vulnerabilidade. “Faço trabalhos de locuçãoroulette 10troca de apoio financeiro para a associação”, finaliza.

Agência Mural
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Fontes de referência

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