casadas apostas-Como seu glitter no Carnaval chega aos peixes nos oceanos

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Por conta dos possíveis danos ambientais, o produto se tornou alvo de proibiçõescasadas apostasvários países. No Brasil, ainda é alvo de discussões.
7 fev 2024 - 17h12
Ilustração de mulher com glitter no rosto
Ilustração de mulher com glitter no rosto
Foto: GETTY IMAGES / BBC News Brasil

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O glitter que você usa durante o Carnaval pode ter tudo a ver com o oceano.

As pequenas partículas brilhantes que adornam o corpo dos foliões são feitas de plástico, material que não é biodegradável.

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Quando se lava o corpo ou rosto coberto de glitter, as peças escorrem pelo ralo. Pequenas demais para serem filtradas no sistema de tratamento de esgoto, acabam parandocasadas apostasrios e mares.

O plástico é o maior poluente do oceano. E o glitter é um "microplástico", como são chamadas as partículas desse material com menos de 5 milímetros.

Nem todas têm o tamanho que o glitter tem originalmente: parte delas são grandes produtos de plástico que chegaram a esse tamanho depois decasadas apostasdeterioração por forças mecânicas no oceano ou radiação solar.

No oceano, essas partículas de microplástico podem ser ingeridas pela fauna marinha.

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Por conta dos possíveis danos ambientais, o produto se tornou alvo de proibiçõescasadas apostasvários países.

No Brasil, há dois projetos de Lei na Câmara dos Deputados, que foram juntados por serem semelhantes, que tentam barrar a venda de glitter com microplástico. As propostas, apresentadascasadas apostas2019 ecasadas apostas2020, seguem à espera de parecer da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviço.

Trilhões de partículas

Pesquisas recentes mostram que microplásticos prejudicam o início da cadeia de alimentação aquática, como os plânctons, um alimento dos peixes, que, porcasadas apostasvez, alimentam os humanos.

"Também afetam ostras e mexilhões", explicou Trisia Farrelly, especialistacasadas apostasecologia urbana na Universidade de Massey, na Nova Zelândia.

"Os microplásticos ingeridos por esses organismos podem afetar seu crescimento e atrapalharcasadas apostasalimentação como um todo - e consequentemente impactar toda a cadeia de alimentação."

Não há estudos sobre o glitter nesse contexto, especificamente, porque não é fácil identificar a origem de um microplástico. Mas o material é contabilizado entre os microplásticos que poluem o oceano - são entre 15 e 51 trilhões de partículas, segundo um estudo de 2015 conduzido por pesquisadores do Imperial College London, de Londres,casadas apostasparceria com especialistas da Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, Holanda, e outros países.

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Para Joel Baker, do Centro de Águas Urbanas da Universidade de Washington, não se pode medir o impacto dos microplásticos no oceano. "Não sabemos se há um problema, mas não é um absurdo ser cuidadoso e não querer colocar coisas no meio ambiente que o degradem."

Parte dos microplásticos são os microbreads, ou grânulos, como os presentescasadas apostaspastas de dentes e esfoliantes.

"É plástico feito para ter uma vida muito curta. Você limpa seu rosto ou seus dentes, enxágua e eles vão direto para o ralo", diz Farrelly.

O uso de grânuloscasadas apostasprodutos como esses foi proibidocasadas apostasvários países como Canadá, Estados Unidos, Reino Unido e na União Europeia. No Brasil, seu uso ainda é permitido.

No ano passado, a União Europeia proibiu a venda de produtos com microplásticos de modo geral, como glitter,casadas apostasseus países. Na região, a estimativa era de que 42 mil toneladas de pequenas microesferas eram liberadas anualmente.

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Diante da proibiçãocasadas apostasdiversos países, uma das principais alternativas adotadas por empresas, até mesmo no Brasil, é a fabricação de glitter biodegradável a partir de celulose, também metalizada com uma camada de alumínio.

"Precisamos pensar no impacto que causamos", disse Sherri Mason, professora de química da Universidade do Estado de Nova Yorkcasadas apostasFredonia e especialistacasadas apostaspoluição de plásticocasadas apostasecossistemas aquáticos.

Ela observa que, embora seja uma iniciativa positiva, "glitter biodegradável não dará conta da demanda que temos". "Então eu insisto que temos que reduzir o uso de glitter."

Farrelly, da Nova Zelândia, diz que "o glitter,casadas apostassi, não é o problema". "O glitter é uma parte do problema. E se está chamando atenção para o problema maior, então ótimo."

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O material base do glitter é plástico, que é tingido e cortadocasadas apostaspequenas partículas
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Como o glitter é produzido?

O glitter de plástico como o conhecemos é produzido a partir de placas de PET ou PVC que são metalizadas com alumínio e, depois, tingidas com cores diferentes.

Depois desse processo, explica o americano Joe Coburn, um dos proprietários da fábrica de glitter RJA-Plastics GmbH, as placas de plásticos são revestidas novamente com uma camada transparente para tentar "segurar"casadas apostascor e dar consistência ao alumínio.

Essas placas são então cortadascasadas apostaspequenas partículas e passam por uma máquina que tem um cilindro com 60 dentes rotativos de corte e uma faca - uma espécie de combinação entre um triturador de galhos e um triturador de papel.

Hexágono e outras curiosidades

"Matematicamente, o formato das partículas que causa menos desperdício é o hexágono", diz Coburn. Por causa disso, este é justamente o formatocasadas apostasque a maior parte das partículas de glitter, segundo ele, são trituradas.

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"E isso também faz com que as diferentes partículas de glitter nunca caiam no mesmo ângulo. Quando não estão uniformes, brilham mais, porque há mais chances de receberem luzcasadas apostasdiferentes partes."

Ele também explica que há diferenças entre a durabilidade das cores: um vermelho intenso não se mantém dessa cor ao longo do tempo tão facilmente quanto o glitter verde claro. E o tamanho também varia: o menor tipo de glitter já produzido pela empresa tem 0.02 mm.

*Esta reportagem foi publicada originalmentecasadas apostas28 janeiro 2018 e atualizadacasadas apostas6/2/2024

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Fontes de referência

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