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Antes do jovem de 13 anos atacar a Escola Estadual Thomazia Montoro,slot pirataSão Paulo, na segunda-feira (27), ele havia postado no Twitter a seguinte frase: "esperei por esse momento minha vida inteira, tomara que consiga alguma kill [morte] pelo menos".
A postagem tem um teor ao que é observadoslot piratafóruns extremistas de incels, movimento cujas repercussões no ambiente offline parecem ameaçar cada vez mais a sociedade brasileira.
Perfis nas redes sociais e plataformas usadas pelo adolescente exaltavam estética de autores de massacres ao redor do mundo, compartilham vídeos do ocorrido e postam todo tipo de conteúdo violento.
Mesmo assim, especialistas ressaltam que a identificação prévia a incidentes como esse não é nada fácil, por envolver muitos fatores fora da bolha online.
Requer, por exemplo, um delicado trabalho de inteligência de órgãos públicos;
Apenas monitorar os fóruns não basta, sendo preciso preciso um programa de mais assistência social mais amplo para combater o problema a longo prazo;
Nessa questão, o governo federal ainda engatinha, com políticas públicas atrasadasslot pirataentender a complexidade e tamanho do problema.
A equipe de transição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a trabalhar com um relatório sobre atentados a escolas, mas ainda não tomou decisões concretas sobre o assunto.
"Agulha no palheiro"
O garoto de 13 anos já havia sido denunciado por professoras de outras instituições devido a seu comportamento. Segundo as docentes, que fizeram um boletim de ocorrência, ele demonstrava interesse anormal por armas de fogo.
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O pensamento geral é que uma tragédia poderia ter sido evitada devido ao seu comportamento prévio. Mas, na verdade, não é bem assim que funciona. A grande maioria das pessoas que participam de comunidades extremistas pode até expressar alguns pensamentos nessa linha, mas são poucos os que partem para a consumação de atos violentos.
"A maioria dessas pessoas não comete, mas incita o outro a cometer. A partir daí, um episódio de descontrole emocional pode fazer com que a pessoa execute", explica Maycon Torres, doutorslot piratapsicologia e professor da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Paulo Rená, codiretor executivo do AqualtuneLab, coletivo jurídico voltado a direitos humanos na web, afirma que monitorar a internet para prever situações como essa, do ponto de vista tecnológico, é "procurar agulha no palheiro".
"A internet se mostra um ponto, mas nunca é apenas ela. Então, apesar de os grupos serem espaços execráveis, de muita toxicidade, com violência verbal e gráfica, estabelecer qualquer correlação depende de trabalho de inteligência dedicado, custoso e especializado. Nossa segurança pública não parecem ter condições materiais e humanas de realizar todo esse trabalho", diz.
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Um relatório usado pela equipe de transição do governo Lula, chefiado pelo pesquisador da USP Daniel Cara, afirma que existe um processo de cooptação pela extrema-direita por meio de interações virtuais:
O adolescente é normalmente exposto com frequência a conteúdo extremistaslot pirataaplicativos de mensagens como WhatsApp e Telegram, jogos, fóruns de discussão e redes sociais;
O mesmo documento pontua que a ideia de supremacia branca e masculina é um elemento constitutivo desses grupos;
Eles têm como alvo recrutar adolescentes brancos, heterossexuais, com problemas de autoestima e traços antissociais.
Portanto, é consenso entre os especialistas que o Estado não está bem aparelhado para prevenir que esse tipo de situação aconteça, mesmo conhecendo os meios e os discursos onde os incels se comunicam.
"[Não há] uma política de educação para o respeito à diferença, um sistema de assistência social para acolher esse adolescente que expressava insatisfação e ódio ou um sistema de saúde disponível para lidar com questões mentais e emocionais sem preconceito", pontua Rená.
Postagens prévias
O adolescente entrou na escola da Vila Sônia por volta das 7h da segunda-feira (27), portando uma tesoura e uma faca. Ele matou a professora Elizabeth Terneiro, 71 anos, e machucou outras cinco pessoas até ser contido.
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Na bolha do jovem, outros perfis interagiram com curtidas e respostas. As postagens incluíam vídeos exaltando autores de outros atentados no passado, como o da Escola Estadual Professor Raul Brasil,slot pirataSuzano,slot pirata2019. O endeusamento a massacresslot pirataescolas é comumslot piratafóruns de incels.
"Em todo massacre, sempre aparecem os que incentivam e os que comemoram. Para os que incentivam massacres, a realização de um é quase uma vitória pessoal. Para os que comemoram, é a promessa de que outros virão", disse a Byte Lola Aronovich, ativista e professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), atacada por fóruns do tipo desde 2008.
A hashtag #tcctwt, atribuída à comunidade do Twitter que gosta de histórias de crimes reais, estáslot piratadiversas publicações. Em um dos tuítes, um usuário comenta que o garoto é uma "cria" deles,slot pirataum sentido de pertencimento.