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Hoje paguei R$ 360,00 a hora de um profissional. Paguei este valor na pessoa física, para um serviço que eu necessitei. Bom, na verdade paguei R$ 30,00. Por 5 minutos de trabalho. Chamei um chaveiro, pois a chave da minha casa quebrou dentro do miolo da fechadura. Cinco minutos foi tudo o que ele levou para retirar o miolo da fechadura, puxar a chave e devolver o miolo no lugar. "Armado" de uma única chave de fenda na mão! Ele poderia ter levado mais tempo, pelo menos para dar um ar de dificuldade, mas não, me olhou com aquele sorriso simples e decretou ao final do serviço quando perguntei quanto custou: "me deixa aí uns 30 pilas"!
Sim, porque quando alguém diz simplesmente "me deixa uns 30 pilas", significa que aquele dinheiro significa quase nada, para quem paga e para quem recebe. Mas enfim… A reflexão aqui é o valor dado ao trabalho. Qual empresa de tecnologia consegue vender seu trabalho a R$ 360,00 a hora? Sim, eu sei que existem multinacionais que cobramjogos para jogar de graçadólar e que hoje se cobrarem U$ 100,00 dólares a hora estarão cobrando este preço. Às vezes cobram até mais. Mas qual empresa nacional consegue cobrar este valor hoje? E convenhamos, poucas empresas tem condições de pagar este preço. Mas eu, como pessoa física acabo de pagar este valor. Por que?
PublicidadeA área de tecnologia é altamente especializada, move o mundo hoje, mas todo dia temos que provar nosso valor, seja dentro da própria empresa, seja vendendo serviços a terceiros. Os questionamentos a respeito da qualidade do nosso trabalho, do alto custo que representa, do "altíssimo" valor/hora de nosso mercado são realidades irrefutáveis. Então, por que o mesmo pensamento não se aplica quando necessitamos de um serviço de um chaveiro, um eletricista, um pintor ou qualquer outro tipo de profissional que chega, executa um trabalho e vai embora?
Talvez não haja uma resposta tão rápida, mas com certeza uma coisa que me vem à cabeça é o valor que será pago pela entrega de algo concreto e que gera valor imediato assim que recebido. Paguei R$ 30,00jogos para jogar de graça5 minutos, mas enfim entreijogos para jogar de graçacasa. Estes dias um eletricista me cobrou outros R$ 200,00 por 3 horas de trabalho (bem maisjogos para jogar de graçaconta não?), mas enfim, se fez luzjogos para jogar de graçaminha casa. É a famosa parábola do valor da martelada no prego certo! Assim que estes profissionais terminam seu trabalho o valor está ali, irrefutável, pronto para começar a dar o retorno esperado pelo contratante. Certamente se eu tivesse que contratar 1.000 horas deste chaveiro para entrarjogos para jogar de graçacasa eu não o faria!
Quando pagamos um profissional de Tecnologia por hora estamos contratando mão-de-obra, mas qual o valor exato que isto agregará ao negócio? Ah, ele participará de vários projetos importantes para a empresa que trarão retornos importantes. OK, quais? Quanto retornou? Se ele não estivesse ali e somente os demais trabalhassem faria uma grande diferença? Levamos 1.352 horas de trabalho porque era realmente necessário? Ou poderia ter sido feitojogos para jogar de graça1.137 horas?
Esta modalidade de contratação estes dias me foi comparada a mão-de-obra da construção civil, um mais exaltado me disse que éramos exatamente iguais: ele sabia quando um projeto começava, mas nunca sabia quando ia terminar, os insumos para desenvolvimento do "projeto" sempre faltavam e o valor da "obra" sempre estourava. E no final, bem, no final o retorno não se confirmava na mesma proporção do planejamento, assim como a obra de uma casa nunca fica exatamente como se idealizou. Podemos aqui abrir discussão paralela sobre o valor que um bom gerenciamento de projeto traz dentro deste cenário, mas convenhamos, nem sempre isto acontece, aliás, eu ainda acho que de maneira geral a maioria dos projetos não são tão bem coordenados assim. Fosse diferente e o mercado não poderia mais ter pensamentos como este.
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