bra bet fruit-Endividar para o Brasil crescer não tem problema, como disse Lula? Veja o que afirmam economistas
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'Se for necessário este País fazer um endividamento para o Brasil crescer, qual é o problema', questionou o presidente após reunião com o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender na terça-feira, 12, a possibilidade de o País se endividar, se isso for necessário para garantir investimentos. Para alguns especialistas ouvidos pelo Estadão, isso não necessariamente irá gerar mais crescimento econômico. Eles destacam que é preciso investir nas áreas corretas para um retorno futuro. No entanto, outros especialistas apontam que aumentar os investimentos é a solução mais plausível no atual cenário de desaceleração, mas que não se pode perder de vista o equilíbrio fiscal.
"Se for necessário este País fazer um endividamento para o Brasil crescer, qual é o problema?" questionou o presidente após reunião com o Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS), na qual o grupo apresentou um conjunto de soluções para o Brasil, que dependem de decisões políticas para serem concretizadas.
A declaração de Lula ocorrebra bet fruitum momentobra bet fruitque o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a equipe econômica do governo defendem a meta de zerar as dívidas públicas como necessária para que o arcabouço fiscal fique de pé. Lula, porém, repetidas vezes já declarou publicamente que a meta pode não ser alcançadabra bet fruit2024.
Confira abaixo a opinião de alguns economistas ouvidos pelo Estadão:
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Alexandre Schwartsman, ex-diretor do Banco Central
"É um erro básico", avalia o ex-diretor do Banco Central Alexandre Schwartsman. O economista afirma que a estratégia defendida pelo presidente não é um caminho novo, e que essa relação gasto e crescimento como consequência "tem sido repetidas vezes desmentida pela realidade".
"Se pegar o histórico do pais dos ultimos quase trinta anos, 25, 26 anos,bra bet fruit1997 o governo federal gastava o equivalente a 14% do PIB, hoje ele gastabra bet fruittorno de 20%. Nem por isso nós somos um país que cresceu muito", diz.
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Schwartsman afirma que as taxas de juros elevadas crescem à medidabra bet fruitque as despesas do cofre público sobem, o que dificulta o dificulta o investimento e, consequentemente, o crescimento do País. "Estamos passando por um período de aceleração de gastos muito grande. Não é por acaso que a gente olha o que está acontecendo no investimento do País e vê que está caindo nos últimos quatro trimestres de uma maneira consistente."
Renan Pieri, economista da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas
A frase de Lulabra bet fruitsi não traz nada de incorreto, aponta Renan Pieri, economista da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas. Ele afirma que o endividamento para um crescimento futuro é uma possibilidade, mas que é preciso se atentar a dois pontos que trazem preocupações. O primeiro é o atual momento de teste do arcabouço fiscal, que promete um déficit primário zerobra bet fruit2024.
"A gente sabe que vai ser muito difícil para o governo atingir a meta. Quando ele diz que fazer mais dívida é saudável, de certa forma, ele entende que talvez não seja prioridade absoluta atingir essa meta", coloca o economista.
Já o segundo ponto a ser questionado é a "qualidade" do gasto. De acordo com Pieri, o Brasil ainda pecabra bet fruitfazer uma avaliação sistemática dos gastos que faz, a fim de manter os gastos com políticas públicas que realmente se provarambra bet fruittermos de impacto e eficiência, ou seja, com custos mais baixos. "Não é qualquer endividamento que vai gerar crescimento, muito pelo contrário. Se a gente pegar a trajetória da dívida nos últimos anos, a gente observou um forte endividamento, e não necessariamente a gente conseguiu sair dessa armadilha de crescimento baixo", afirma.
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Para Pieri, a estratégia do endividamento tem que ser acompanhada de cautela para identificar quais são os gastos, além de um plano mais específico de corte de gastos a longo prazo, para que haja um limite no crescimento dessa dívida.
Emerson Marçal, professor na Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV EESP)
Emerson Marçal, professor na Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas, afirma que aumentar o endividamento não necessariamente vai gerar crescimento econômico. "Tudo depende do que você vai fazer com esse dinheiro. É preciso gastar muito bem, investirbra bet fruitcoisas importantes, projetos claramente com grande retorno para a sociedade como um todo", diz. O problema, portanto, não estábra bet fruitgastar, mas no que gastar.
Outro ponto importante é o ritmo de crescimento da dívida, coloca o professor. Em geral, os governos vão aumentando suas dívidasbra bet fruittermos absolutos. No entanto, é preciso respeitar algumas métricas, como o endividamentobra bet fruitproporção com o Produto Interno Bruto (PIB), para que o endividamento não cresçabra bet fruitum ritmo muito mais rápido do que o crescimento da economia.
Pedro Paulo Zahluth Bastos, professor do Instituto de Economia da Unicamp
Professor do Instituto de Economia da Unicamp e diretor do Centro de Estudos de conjuntura e política econômica da universidade, Pedro Paulo Zahluth Bastos entende que o caminho defendido por Lula é correto diante da atual conjuntura de desaceleração .
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"Estábra bet fruitlinha com os estudos que foram feitos e publicados recentemente com muitos dados econométricos que avaliam que,bra bet fruitgeral, no momentobra bet fruitque a economia está desacelerando, a tentativa de reduzir o déficit público ou provocar um superávit primário tende a aprofundar a desaceleração da economia, e isso acaba tendo efeitos negativos na relação dívida sobre o PIB, porque o PIB desacelera e a arrecadação tributária também é prejudicada", diz.
O economista relembra que a estratégia proposta hoje por Lula foi a mesma aplicada durante seus governos 1 e 2. "A economia estava crescendo, e foi possível, por causa do crescimento da economia, expandir o gasto público e ao mesmo tempo renunciabra bet fruitrelação à divida públicabra bet fruitrelação ao PIB", relembra.
Bastos concorda que, embora seja ideal buscar o equilíbrio das contas públicas a longo prazo, isso deve ser realizado considerando os ciclos econômicos. "Se as receitas acompanharem o crescimento do PIB, necessariamente o gasto público vai crescer a uma taxa inferior à taxa de crescimento do PIB. Mas para isso, o PIB precisa estar crescendo, precisa estar numa trajetória de expansão. Ocorrendo isso é nesse momento favorávelbra bet fruitque a relação dívida públicabra bet fruitrelação ao PIB vai cair."
Frederico Gonzaga Jayme Jr, professor do departamento de economia da UFMG
Frederico Gonzaga Jayme Jr, economista e professor da Universidade Federal de Minas Gerais, afirma que Lula parece dizer que não será possível crescer com uma política fiscal tão amarrada. Para o economista, não se deve demonizar a dívida pública numa situação de recuperação.
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"É claro que nenhum país vai querer ter uma dívida gigante, precisa ser financiável. Mas numa situaçãobra bet fruitque o país não cresce bem há 10 anos, a possibilidade de crescer é aumentando o investimento. Não tem muito outra alternativa."
Ele destaca que o setor privado, por si só, não é capaz garantir os investimentos necessários para recuperar o crescimento a longo prazo, isso porque não arriscaria investirbra bet fruitsetores cujo retorno é mais incerto. Por isso, é papel do setor público fazer isso, segundo o professor.
"Como que o setor privado vai investirbra bet fruittransporte, por exemplo, se as estradas são ruins? Você depende do setor público, primeiro, para asfaltar a estrada para que o empresário possa investirbra bet fruitdeterminado local com transporte", exemplifica. No entanto, o professor afirma que é importante ter uma política atenta ao crescimento da dívida a fim de se ter um equilíbrio fiscal.