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A menstruação é uma condição biológica inerente ao sexo biológico feminino e, cultural e socialmente, também um símbolo do feminino. Essa ideia, no entanto, desconsidera um contingente significativo de pessoas. A diversidade de corpos e identidades torna urgente a abordagem da menstruação como um processo biológico humano, não exclusivo de um gênero.
Segundo a ginecologista e obstetra Roberta Grabert, pós-graduadacbet latamsexualidade humana e liderança, associada ao movimento Livres, quando há uma identificação do gênero feminino e a menstruação, ela pode ser um problema para quem não se identifica com ele.
PublicidadeAlém das mulheres, há homens trans, pessoas transmasculinas (que não se encaixam no gênero do nascimento nem na binariedade dos gêneros), não binárias e intersexuais (que nascem com características sexuais que não se encaixam com a definição típica de masculino ou feminino) que também podem menstruar. "E está tudo bem! É preciso ressignificar a menstruação e retirar o estigma e o tabu que a cercam, sem desprezarcbet latamimportância biopsicossocial", avalia Roberta.
Em geral, homens trans que fazem tratamentos hormonais ou cirúrgicos para redesignação de gênero param de menstruar. Há também pessoas que não querem, ou que têm alguma sintomatologia e que interrompem a menstruação com anticoncepcionais orais, implantes hormonais ou dispositivos intrauterinos com progesterona. No entanto, muitos não se submetem a tratamentos ou cirurgias; portanto, menstruam. "É preciso lembrar que, além de menstruar, essas pessoas podem, se assim desejarem, engravidar. Elas são invisíveis, o que dificulta muito o acesso aos serviços de saúde, à obtenção de informações e aos produtos menstruais adequados", comenta Roberta.
Questão de identidade e legitimação
Não são poucos os dilemas enfrentados por homens trans que menstruam. Para o psicólogo transmasculino Jul da Costa Ng, integrante da Rainbow Psicologia, serviço especializadocbet latamatendimento a LGBTQIA+, as principais dificuldades e necessidades estão relacionadas à forma como socialmente a menstruação ainda é comumente relacionada ao feminino, mais precisamente às mulheres cisgêneras. "Esse mecanismo social deslegitima a identidade de gênero de pessoas transmasculinas e não binárias, que constantemente passam por situações desconfortáveis e vexatórias, além de ainda terem que lidar com um mercado que costuma voltar suas ações e produtos reduzindo-os ao uso de mulheres cisgêneras", observa.
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