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Vocês lembram da Mirella Archangello? Talvez não pelo nome, mas com certeza vocês vão lembrar de uma criança quebet 4002017 ganhou a mídia nacional fazendo reportagens denunciando problemas do seu bairro. Ao ser entrevistada à época, ela disse que se inspirava na Glória Maria. Pois é, ela tirou 960 na redação no ENEM e escolheu cursar jornalismo. O que começou como uma brincadeira inspiradabet 400um dos maiores nomes do jornalismo nacional, se tornou realidade.
Essa notícia veio muito a calhar porque nesse ano a grade do jornalismo esportivo da Rede Globo terá muitas mudanças. Uma delas pode ajudar a “novas Mirellas” a se tornarem jornalistas também. A querida Karine Alves, que estábet 400alta no jornalismo esportivo nacional, que é responsável pelo esporte do Jornal Hoje, vai comandar o Esporte Espetacular este ano. Tudo indica que a Karine terá um parceiro na apresentação do programa, Fernando Fernandes. O ex-BBB ficou paraplegico após um acidente, depois do ocorrido se tornou tetracampeão na paracanoagem, já apresentou o No Limite e agora estará apresentando um produto esportivo.
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Por mais que esporte não se resuma a futebol, na grande maioria programas esportivos do Brasil, 70% do conteúdo girabet 400torno da bola. E se tem uma coisa que o futebol não é, é um ambiente agradável para mulheres, e minorias no geral. Me pergunto quantas meninas negras que amam futebol, jamais pensarambet 400uma carreira dentro do jornalismo do esporte por não se ver naquele espaço. Digo negras, pois mulheres brancas, mesmobet 400menor número, cada vez mais estão a frente de programas esportivos e narraçõesbet 400todas as emissoras.
Eu posso está muito enganado, mas não me recordo de uma mulher negra apresentando programas esportivosbet 400rede nacional. Esse fato ainda se torna mais precioso, pessoalmente falando, porque há poucos anos estavam comemorando a primeira vez de uma bancada só de mulheresbet 400uma programa do Sportv, canal do grupo Globo, e eu comentei que não tinha mulher negra, e o que vi foram muitas mensagens com justificativas pífias ao invés de se atentarem ao fato de que o jornalismo tem mais mulher branca do que homem negro. Piorou mulher negra.
Talvez para pessoas que sempre se viram nos espaços, a representatividade pode ser mimimi, mas quem vive na pele a exclusão sabe quão preciso é ver um semelhante ocupando um espaço de desejo. Por mais que muita gente preta não tenha letramento racial acadêmico, elas sabem o que é o racismo porque vivem cotidianamente. Elas não precisam de letramento para perceber que a maioria da periferia é negra ebet 400Alphaville a maioria é branco, que os médicosbet 400grande parte são brancos e garis majoritariamente negros, e que ao ligar a TV só via naquele espaços pessoas que não se pareciambet 400nada com elas.
Acredito ser necessária uma mudança na base da educação brasileira para que os espaços de poder sejam devidamente ocupados de maneira mais diversa, mas também acredito que enquanto isso não acontece, ter um par seu de raça e gênero servindo de inspiração da um ânimo a mais nos objetivos.
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