onabet powder uses in hindi-“Muito medo”, afirma Mateus Carrilho sobre ser LGBTQIA+ no Brasil

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Músico conversou com exclusividade com o Terra sobre carreira, política e arte
12 jun 2023 - 05h00
(atualizadoonabet powder uses in hindi14/6/2023 às 05h00)
Na visão do cantor, muita gente se esconde atrás da expressão local de fala, para não se comprometeronabet powder uses in hindipromover a luta da comunidade LGBTQIA+
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Foto: Terra

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Conversar com o cantor Mateus Carrilho é uma experiência dissonante. O artista tomou a internet de assalto quando brincava de explorar diferentes sonoridades como membro da banda Uó e agora ambiciona se tornar uma paixão nacional; pelo menos é o que indica o título do seu primeiro trabalho solo. Paixão Nacional (2023), álbum que os fãs aguardaram por seis anos, mistura funk, samba, pop e MPB. Mas não é só na sonoridade que Carrilho provoca um misto de sentimentos. 

O músico é muito orgulhoso do próprio trabalho, no melhor sentido da palavra, do tipo que fala sobre a própria música com paixão. Além disso, é um artista com consciência do impacto que pode causar para aonabet powder uses in hindicomunidade. Isso, desde os tempos de banda Uó. 

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A banda foi um projeto musical que surgiuonabet powder uses in hindi2010 e se destacou justamente pelaonabet powder uses in hindimistura de gêneros musicais, como o pop, o funk carioca e a música eletrônica. Além de Mateus, a Uó tinha como integrantes Davi Sabbag e Mel Gonçalves.

A proposta da banda era inovadora e irreverente, tanto emonabet powder uses in hindisonoridade quanto emonabet powder uses in hindiestética, e nasceu como uma boa brincadeira. Suas canções, marcadas por letras descontraídas e dançantes, conquistaram um grande público jovem e se tornaram hits nas pistas de dança e nas rádios do Brasil. Apesar de ter encerrado suas atividadesonabet powder uses in hindi2017, a Uó continua sendo lembrada como um dos ícones da música pop nacional.

Outra característica marcante da banda eraonabet powder uses in hindirepresentatividade, afinal era composta por dois homens gays e uma mulher trans que falavam tanto de amor quanto de diversão. A Uó nunca pediu licença para existir e já surgiu implodindo barreiras. 

Carrilho exala uma energia de uma estrela do pop e sabe disso. E ele tem a consciência de que todo esse trabalho realizado por ele, tanto na banda Uó quanto na carreira solo, o ajudou a estabelecer esse patamar para si mesmo, embora tenha sido um longo processo. 

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“É um mercado duro, a gente está aqui tentando alcançar lugares que muitos de nós (comunidade LGBTQIA+) não tínhamos alcançado ainda. A gente continuou acreditando que era possível, mesmo quando não era”, afirma o cantor.

Para ele, todo o sucesso que a banda Uó teve ajudou outros artistas da comunidade a se entenderem como pessoas queer, e que existe espaço para essa arte. “A Glória (Groove), a Pabllo (Vittar), todo mundo fala como a banda Uó foi importante, como a nossa trajetória foi importante para elas conseguirem se enxergar como pessoa LGBTQIA+ dentro do pop”, celebra. 

Quebrar barreiras é algo que ele faz com certa frequência, tanto na arte, quanto na vida pessoal. Em entrevista exclusiva ao Terra, o músico defendeu que o futuro da arte queer passa também pela política. 

“Eu consigo ver a gente cada dia mais forte, mais potente, cada dia ocupando lugares melhores. Eu consigo enxergar uma presidente trans. Nós estamos vendo as meninas na política quebrando tudo. E ninguém vai parar. Se você é preconceituoso, se você acha que o mundo era melhor no seu tempo, o amor, aceita, porque aqui ninguém vai voltar pra dentro do armário”, provoca.

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A própria existência de uma banda com aquela formação ou de um artista que não tenha problemasonabet powder uses in hindifalar sobre a própria sexualidade já são atos políticos. Na visão do cantor, muita gente se esconde atrás da expressão local de fala, para não se comprometeronabet powder uses in hindipromover a luta da comunidade LGBTQIA+. Para Carrilho, o combate à discriminação precisa ser uma atitude da sociedade na totalidade. 

Ao ser questionado se ser LGBTQIA+ no Brasil ainda é motivo de medo, Carrilho é enfático. “Muito medo, principalmente agora com a mudança de governo, a gente viu reações extremamente agressivas e desumanas, então dá muito medo. (...) Nós estamos desprotegidos ainda. Dá medo entrar no Uber que você não sabe o que você vai encontrar ali. Dá medo ficar na esquina. Você não sabe o que pode acontecer”, reflete. 

Inspirações para o novo álbum 

Menino, primeira faixa do Paixão Nacional, é um samba ligeiro que Mateus Carrilho canta sobre um homem que tem um corpo “maravilhoso esculpido por Deus”. Tanto a música quanto o clipe têm uma vibe alegre e descontraída de uma tarde na praia, mas o trabalho explora outros sentimentos. 

O músico optou por atender uma parcela de seu público que pediu por músicas que não sejam apenas dançantes, como também tenham um pouco do drama das relações entre as pessoas. 

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Um dos destaques fica para a faixa Boate Qualquer, que foi inspirada em um drama pessoal vivido por Carrilho, que esperou um amor voltar de uma temporada fora do Brasil e foi trocado por uma boate qualquer quando a pessoa retornou. 

“Então, eu acho que a Boate Qualquer é muito sobre aquele relacionamento do qual a pessoa não te colocaonabet powder uses in hindiprimeiro lugar e que ela sempre está colocando outras coisas que não é você. As pessoas estão se conectando muito com essa música, por isso que todo mundo já passou por uma situação parecida”, conta. 

Segundo ele, o público abraçou as canções que flertam com a MPB, como a faixa Rio de Janeiro, que tem uma leve referência ao músico Sérgio Mendes. “Eu achei que eles (os fãs) iam gostar um pouco mais das dançantes, tipo a Noite Perfeita, que vai mais pro lado do funk. Mas não, eles abraçaram as mais a MPB, as mais românticas, e eu fiquei super feliz”, celebra.

Acima de tudo, Paixão Nacional é um trabalho pessoal. Talvez por isso a demora para ser lançado, por acompanhar o seu amadurecimento como artista.  

“Nesse ponto acredito que eu fui bem corajoso de realmente querer contar a minha história. (...) Esse álbum é para mostrar o artista que eu sou, e que talvez não estava tão definido ainda”, afirma. 

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Fonte: Redação Terra

Fontes de referência

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