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Conheça a história de Dionne Freitas, uma mulher trans intersexo; de acordo com a ONU, até 1,7% da população mundial nasce intersexo
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"Meu nome é Dionne Freitas, tenho 33 anos, sou uma mulher trans intersexo, nasci no município de Faxinal, no Paraná, e atualmente residoqual a melhor banca de aposta esportivaRibeirão Preto,qual a melhor banca de aposta esportivaSão Paulo. Sou Terapeuta Ocupacional formada pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP).
Atualmente, estou trabalhando como Terapeuta Ocupacional no Hospital das Clínicas da FMRP. Também sou ativista dos direitos humanos, mais especificamente da população transgênero e intersexo.
Comumente, o cromossomo sexual esperado para a o gênero feminino é o XX e, para o gênero masculino, é o XY. Em pessoas intersexo essa regra não funciona.
Intersexo é a pessoa que nasce biologicamente e/ou fisicamente "entre" os sexos (nem totalmente masculino, nem totalmente feminino) e isso pode variar. Podem existir pessoas que são totalmente intersexo (nem homem, nem mulher), pessoas com pênis e cromossomos femininos, pessoas com vagina e cromossomos masculinos, pessoas com cromossomos femininos e masculinos, entre outros.
Sou uma pessoa também transexual porque não me identifico com meu órgão genital de nascimento, ou seja, é uma característica física e também psicológica. Já no caso do intersexo as características são biológicas.
Foi muito difícil quando fui morarqual a melhor banca de aposta esportivaRibeirão Preto com minha família, me chamavam de 'travequinho' e 'bichinha', eu era perseguida de todas as maneiras possíveis no colégio. Os meninos da escola me xingavam, cuspiamqual a melhor banca de aposta esportivamim e me assediavam para ver se eu tinha 'pepeca' ou 'pipi'.
Em um certo momento, resolvi recorrer à religião para me 'curar'. Meu pai é evangélico da congregação cristã, assim como quase toda a minha família. Então, nunca era bem encarada pela família. Não tive nenhum apoio. Tentei lutar contra esse sentimento de me sentir e enxergar como sendo uma mulher. E acreditem, meu amparo veio de onde eu menos esperava: um padre. Era com ele que eu desabafava e tirava minhas dúvidas.
Aos 12 anos, meus seios começaram a crescer, minha voz não engrossava e isso levava ao aumento das retaliações, onde agora existiam mais marcadores de diferença como alvo. Eu achava estranho tudo aquilo acontecendo comigo. Mas gostava muito, porque me sentia mais mulher, mesmo sofrendo com aquela presença do 'pipi'.
Em casa, meu pai queria que eu fosse 'homem'. Minha mãe não tinha muito espaço de fala por conta da criação que teve. Já minha irmã achava que eu era homossexual por não entender muito minha androgenia de corpo.
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Aos 13 anos, comecei as terapias psicológicas devido a tudo aquilo que acontecia comigo. Durante esse boom de sentimentos, sensações, preconceitos e discriminações, minha sorte foi achar uma psicóloga muito competente e ela foi a segunda pessoa, além do padre, com quem eu podia conversar sobre minhas dúvidas.
Ela me disse que, se era um desejo meu reprimir tudo isso, cuidaríamos disso juntas, mas se fosse um desejo assumir minha identidade feminina, também cuidaria de mim para que eu soubesse lidar com tudo isso.
Quando fui ao médico, foi detectado um déficit de testosterona produzida pelos testículos. Fui informada de que o tratamento era fácil, mas precisaria fazer uma intervenção cirúrgica para adequar meu pênis e o restante seria tratado com reposição de testosterona.
Após o meu retorno, relatei ao médico que não tomaria testosterona e preferia morrer para não me expor a isso. Comecei a tomar anticoncepcional por conta própria, sempre que tinha dinheiro (e não façam isso, porque é muito perigoso). Eu estava desesperada e enxergava nisso a maneira de realizar meu sonho. Ninguém queria me ajudar.
O ano era 2008, eu tinha 18 anos e minha transexualidade cruzava com minha intersexualidade. A portaria do processo de redesignação de gênero tinha acabado de ser aprovada e tudo era muito novo no Brasil. Comecei a estudar na USP e, por medo da exposição do meu caso, houve uma mobilização para que ocultassem os meus dados na faculdade e nos professores. Além disso, fui muito apoiada pelos professores e pelo diretor para que minha cirurgia acontecesse o mais rápido possível.
No fim, eu acredito que o que determina o sexo da pessoa é o psicológico (identidade de gênero), pois não adianta o médico verificar a questão genética e biológica sem ouvir a pessoa, pois ele pode acabar 'escolhendo' o sexo errado, o que pode levarqual a melhor banca de aposta esportivaalgumas ocasiões a uma disforia de gênero, que seria uma não identificação com o gênero que foi atribuído a você.
Nossa luta no movimento intersexo é para que a criança possa decidir no futuro o seu sexo e não uma comissão médica ou os pais.
Eu conheci várias pessoas que foram operados para um sexo que hoje não se identificam e muitos relatam que não possuem sensibilidade nas partes íntimas, pois foram operados quando bebês. Existem genitais, inclusive, operadas e cheia de marcas. É muito triste e por isso o movimento luta para proibição da cirurgiaqual a melhor banca de aposta esportivabebês.
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Recentemente fiz minha 6ª cirurgia para corrigir a parte estética da minha vagina e, hoje, posso falar que sou muito feliz sendo quem eu sou.