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LÁBREA, HUMAITÁ E MANICORÉ (AM) - Os olhos de Antônio Enésio Tenharin estão desfocados, sem destino certo. Em cima das cinzas que encobrem os campos amazônicos, como é conhecida a área plana da terra indígena que ele lidera, Tenharin só enxerga um deserto morto. O horizonte é uma fumaça e, por trás dele, fogo. "Olha o que fizeram", diz o índio. "Para que tudo isso? Por quê?"
Os parques amazônicos desenham uma linha plana na terra indígena ocupada há séculos pelo povo tenharin. Os indígenas que habitam a região sul do Estado do Amazonas achavam, até a noite passada, que estavam livres do fogo. Vinham fiscalizando toda a área como podiam, percorrendo as terras. Monitoravam e trocavam informações com a equipe de fiscalização do Ibama e do Instituto Chico Mendes. À noite,jogo da lotofácil pela internettelevisões e celulares, ficavam assombrados com as notícias que percorrem o mundo, mostrando a floresta. Agora, estão dentro da catástrofe.
PublicidadeA nuvem de fumaça que encobre a terra indígena avança pelos municípios amazônicos de Manicoré e Humaitá, segue para Porto Velho,jogo da lotofácil pela internetRondônia, a 350 quilômetros de distância, e dalijogo da lotofácil pela internetdiante. Na Amazônia, o dia é branco.
Os quase 3 mil indígenas tenharins que vivem na região estãojogo da lotofácil pela internetalerta. Durante o dia, a força da labareda, somada ao calor da Amazônia, não permite nenhuma aproximação. Para além de 30 metros de distância, qualquer aproximação maior é impossível. Nem mesmo os brigadistas conseguem trabalhar. À noite, quando a umidade aumenta e o calor diminui, é a hora de "ir para o combate".
Com 80 quilômetros dejogo da lotofácil pela internetterra indígena cortados irregularmente pelo traçado da Transamazônica, o povo tenharin espera pelo fim do fogo. Os índios já acionaram todos os órgãos possíveis para tentar conter a queimada. Eles sabem que o mês de setembro costuma ser o pior de todos. É o auge da seca.
Equipes de brigadas do Ibama devem fortalecer o combate na região. "Estamos sozinhos aqui, vendo um governo que fica incentivando esse tipo de situação", diz o líder indígena Antônio Tenharin. "Somos pressionados o tempo todo pelos ruralistas, pelos garimpos, os madeireiros. Agora, temos de lidar com um governo que incentiva esse tipo de coisa?"
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