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RIO - Uma pequena e solitária sapataria na Avenida Nossa Senhora de Copacabana, na zona sul da capital fluminense, resistia, nesta terça-feira (24), à determinação do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) para não funcionar por causa do novo coronavírus. Na porta, o proprietário do negócio, Rafael Tavares, de 33 anos, olhava de manhã, com ar de desolação, a principal via comercial do bairro, vazia e com lojas fechadas. Ele dispensou os três empregados e foi trabalhar sozinho. Queria argumento para convencer os fiscais a deixá-lo funcionar. Mas não havia clientes.
"Moro aqui perto, então não preciso pegar transporte aglomerado. Tem menos risco. A polícia veio aqui de manhã, mas expliquei isso, e eles entenderam", contou Tavares. Apesar de estar aberta, a loja nos últimos dias, tem estado vazia, para desespero do pequeno empresário. "A cidade está parando, mas as contas não param de chegar", disse.
PublicidadeEsta terça-feira marcou a entrada5_free_spinsvigor de novas medidas impostas pela prefeitura para tentar frear o avanço da covid-19 na cidade. Somadas àquelas já adotadas pelo governo do Estado, elas colocam o Rio num novo nível de combate ao coronavírus. O comércio teve seu primeiro dia fechado. A exceção são supermercados, farmácias, padarias, pet shops e postos de gasolina - sem lojas de conveniência. Bares e restaurantes só funcionam com entregas5_free_spinsdomicílio. Tudo para evitar aglomerações - e contaminações.
Neste cenário, a Prefeitura do Rio, ao longo do dia, agiu com dureza contra quem não acatava a ordem para baixar as portas. A Coordenadoria de Controle Urbano anunciou que fechou uma loja de aluguel de carros na Barra da Tijuca, na zona oeste. O negócio estava aberto ao público. Empregados trabalhavam normalmente. Segundo o órgão, o comércio também foi multado. Caso continue a descumprir as determinações, será denunciado por desobediência.
Em toda a cidade, o comércio fechado gerou reclamações. O morador de rua Marcos Rogério, que trabalha com artesanato de plantas5_free_spinsCopacabana, na zona sul, também perdeu dinheiro. Na rua semideserta5_free_spinsplena terça-feira dia útil, ele contou que há três dias não vende - nem come - nada. É que, mesmo antes da ordem para fechar, já não vinha aparecendo gente nos bares e restaurantes, seus principais locais de exposição, por causa do medo da doença. De máscara cirúrgica, ele explicou que não quer ir para um local de acolhimento. "Lá tem muita gente doente", afirmou. Ele foi acordado e retirado, por policiais militares, da porta de uma agência bancária onde dormia.
Além do fechamento do comércio e de agências bancárias, a terça-feira também marcou o início de outras ações da Prefeitura contra o coronavírus. Entre elas, estavam a lavagem de estações de transporte público e entradas de hospitais. Profissionais da Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) passaram por esses locais5_free_spinscaminhões-pipa e os limparam com detergente.
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