ae aposta esportiva bet-As armas quase invisíveis do debate

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Sergio Moro de um lado, broche contra prostituição infantil de outro.
16 out 2022 - 23h43
(atualizado às 23h51)

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O senador eleito Sergio Moro (UB) foi um elemento de pressão usado por Jair Bolsonaro (PL) no debate da noite deste domingo na Band. Depois de uma briga ferrenha com o presidente e com o bolsonarismo, o ex-juiz voltou ao seio do movimento que ajudou a alimentar durante a Lava Jato. A presença do ex-juiz, que falava ao ouvido de Bolsonaro no intervalo, buscava desequilibrar o adversário, Lula da Silva (PT), preso e julgado por Moro.

A estratégia ajudou a deixar Lula contra a parede por quase todos os blocos do debate, à exceção do primeiro,ae aposta esportiva betque o petista confrontou Bolsonaro com números da pandemia. O tema liderou as buscas nas redes sociais nos primeiros momentos do debate. Mas Lula acabou derrotado com o assunto sobre o qual mais treinou: as respostas sobre a corrupção na Petrobras. 

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Bolsonaro toca ombro de Lula no debate da Band
Bolsonaro toca ombro de Lula no debate da Band
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Também ficou evidente o desconforto do petistaae aposta esportiva betdois momentos: um deles, no primeiro bloco, quando Bolsonaro o acusou de usar a morte da esposa Marisa Letícia para fazer campanha. O episódio do funeral de Marisa,ae aposta esportiva betque Lula fez um discurso inflamado, foi assunto nas redes sociais e criou-se até a expressão "sommelier de velório", ou seja, de "especialistas"ae aposta esportiva betcomo uma pessoa enlutada deveria reagir.

Mas o que parece ter mais incomodado Lula foi um momente de aparente descontração, quando Bolsonaro tocou o ombro do ex-presidente. Pode ter parecido amigável, mas não foi. Não há clima amigável entre dois candidatos disputando uma eleição tão radicalizada. Prova disso são as sucessivas trocas de acusaçõesae aposta esportiva betque "mentiroso" é o adjetivo mais usada e mais ameno. 

Por outro lado, silenciado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Lula não poderia falar sobre o assunto que varou a noite e tirou o sono de Bolsonaro. As declarações do presidente a um podcastae aposta esportiva betque ele diz que "pintou um clima" quando ele passeava de moto e que ele desceu da motocicleta para conversar com três garotas venezuelanas de cerca de 14 anosae aposta esportiva betuma comunidade pobre de Brasília. Bolsonaro diz no vídeo que foi à casa das meninas e lá encontrou 20 delas se arrumando para se prostituirem. Em uma live, o presidente disse que foi mal interpretado, mas faltou esclarecer o que fez, como agente público, o mais importante do país, ao flagrar uma situação de exploração infantil.

O petista, então, usou um broche no peito com o símbolo da campanha contra exploração sexual de adolescentes e crianças. Era como um aviso de que o assunto pairaria sobre o debate, mesmo que não fosse mencionado. Assim, Bolsonaro se antecipou e leu a sentença assinada por seu arquiinimigo (que não é mais Moro, mas Alexandre de Moraes),ae aposta esportiva betque o magistrado manda Lula retirar o vídeo do ar por considerá-lo fake news.

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Era a brecha para Lula tocar no assunto, mas ele já estava enrolado demais com o tempo de TV e com os ataques de Bolsonaro. Acabou dizendo que quem conhecia Bolsonaro sabia o que ele tinha feito. Uma incógnita de difícil percepção para o eleitor. 

Dessa forma, o petista se saiu pior na avaliação do debate e ainda deixou Bolsonaro com mais de cinco minutos livres para falar o que quisesse. Sua sorte foi que o presidente, para usarae aposta esportiva betprópria expressão, "enfiou no ralo" esse tempo de TV para ficar falando do fantasma do comunismo, de Cuba e da Venezuela. Cinco minutos alimentando fantasmas que apenas atormentam seu próprio eleitorado. 

Fonte: Tatiana Farah Tatiana Farah é jornalista de política há mais de 20 anos. É repórter da Agência Brasília Alta Frequência. Foi gerente de comunicação da Abraji, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo. Repórter do BuzzFeed News no Brasil de 2016 a 2020.  Responsável por levar os segredos do Wikileaks para O Globo, onde trabalhou por 11 anos. Passou pela Veja, Folha de S. Paulo e outras redações, além de assessorias de imprensa. As opiniões da colunista não representam a visão do Terra. 

Fontes de referência

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