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A Corte Interamericana de Direitos Humanos começou a analisar denúncia apresentada contra o governo Jair Bolsonaro, que prestou homenagem ao tenente-coronel da reserva Sebastião Curió Rodrigues de Moura, o 'Major Curió', de 85 anos. Ele foi um dos agentes de repressão da ditadura militar que atuou no combate à Guerrilha do Araguaia, no sudoeste paraense, nos anos 1970.
De acordo com secretário executivo da Corte, Pablo Saavedra Alessandri, a denúncia será levada à "atenção das partes e da Comissão IDH (Interamericana de Direitos Humanos) para informação". O processo foi movido pelo Instituto Vladimir Herzog, o Núcleo de Preservação da Memória Política e o Psol no início do mês.
PublicidadeO governo foi denunciado por descumprir sentença unanime da Corte que condenou o Brasil pelo desaparecimento forçado e morte de dezenas de pessoas durante o período da ditadura. Na ação, o governo brasileiro é acusado de ter "promovido novas violações ao direito à verdade ao difundir informações falsas sobre o ocorrido nas operações contra a 'Guerrilha do Araguaia' e a ditaduraroleta bet365 jogar onlinegeral".
Curió foi recebido por Bolsonaro no Palácio do Planalto no último dia 4. Após a visita, o perfil oficial da Secretaria Especial de Comunicação (Secom) saudou o militar como "herói".
Relatório final da Comissão Nacional da Verdade, de 2014, listou Curió como um dos 377 agentes do Estado brasileiro que praticaram crimes contra os direitos humanos. O militar "esteve no comando de operaçõesroleta bet365 jogar onlineque guerrilheiros do Araguaia foram capturados, conduzidos a centros clandestinos de tortura, executados e desapareceram".
Curió revelou detalhes ao Estadão, incluindo documentos e depoimentos, sobre as torturas e assassinatos praticados contra dezenas de pessoas na região do Araguaia. As vítimas foram tanto militantes do partido comunista quanto simpatizantes locais.
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