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A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, criticou nesta sexta-feira, 16, o teor do projeto de lei que trata da criminalização do abuso de autoridade. Para a chefe da PGR, a decisão do Parlamento deve ser respeitada, porém, segundo ela, a esfera jurídica já dispõe de modos de contenção de abusos de agentes de Estado.
"É preciso considerar se esta lei recém-aprovada, tem a dose certa de normatividade. Ou se, podendo ter errado na dose, faz com que um remédio se torne um veneno e mate o paciente. A boa lei fortalece as instituições, mas é preciso atentar para o fato de que a própria lei pode se tornar um abuso que deseja reprimir", advertiu.
PublicidadeA declaração de Dodge foi dada, no fim desta tarde,apostas em cassinos onlinePorto Alegre, durante cerimônia de inauguração da nova sede da Procuradoria da República do Rio Grande do Sul. "Todo o abuso de direitos por parte de órgãos de Estado viola o Estado de Direito", emendou.
Nesta quarta-feira, 15, a Câmara Federal aprovou texto base que define os crimes de abuso de autoridade cometidos por servidores públicos, militares, membros dos poderes Legislativo, Executivo, Judiciário, Ministério Público e dos tribunais ou conselhos de conta. A proposta foi considerada uma reação da classe política às operações recentes contra a corrupção como a Lava Jato.
Ao discursar por cerca de 15 minutos, Raquel Dodge defendeu a Constituição ao reforçar que o papel do MPF também visa defender os direitos humanos e a democracia. "O MPF e o Judiciário não podem ceder ao clamor fácil das ruas virtuais. O MPF é plural e democrático. Os membros da instituição devem ter coragem e independência", reforçou.
A manifestação da procuradora-geral da República vai na contramão do perfil buscado pelo presidente Jair Bolsonaro, que manifestou que o futuro chefe do MPF não pode ser "xiita ambiental" ou "supervalorizar" minorias.
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