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Apesar de inconsistências encontradas no currículo de Kassio Marques, das suspeitas envolvendocasinoroomdissertação de mestrado e da pressão de alas do bolsonarismo contracasinoroomindicação, senadores dão como favas contadas a aprovação do desembargador para o Supremo Tribunal Federal (STF). O Estadão apurou o posicionamento de todos os 27 membros permanentes da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Marques já conta com pelo menos 14 votos, número mínimo necessário para receber o sinal verde do colegiado. Até agora, apenas dois parlamentares da CCJ disseram ser contra a indicação.
O parecer da comissão não tem poder para derrubar a indicação, que vai ao plenário de qualquer forma. Aponta, no entanto, cenário bastante favorável dentro do Senado ao indicado do presidente Jair Bolsonaro para a vaga a ser aberta com a aposentadoria do ministro Celso de Mello, na próxima terça-feira. No plenário, as inconsistências e suspeitas também são minimizadas. Governistas avaliam que o desgaste não é suficiente para afetar a "reputação ilibada" do indicado e apostam na aprovação com algo entre 60 e 65 votos do total de 81 senadores.
PublicidadeNa CCJ, o desembargador Kassio Marques contará, inclusive, com o voto favorável de integrantes da oposição. "Nem sempre as referências curriculares são as melhores referências. A experiência, a vivência, a prática são. Neste momento, tenho inclinação a votar favorável", afirmou Rogério Carvalho (PT-SE). "Acho que é um fortalecimento da Região Nordeste, que nunca foi agraciada com nenhum ministro. Eu preferia um baiano. Já que não foi baiano, me contento com um piauiense, nordestino", disse Ângelo Coronel (PSD-BA), membro do colegiado e presidente da CPI das Fake News.
Em geral, senadores buscam estabelecer pontes e relações amistosas com os novos integrantes da Corte. Pelos ministros do Supremo passam assuntos de interesse dos políticos e decisões desses magistrados podem ser determinantes para o futuro de parlamentares. As sabatinas regimentais que antecedem a votação no plenário são longas, mas não costumam descambar para confrontos duros.
De um lado, senadores cortejam o novo juiz. Por outro, o indicado faz "campanha" para consolidar os votos de que necessita. Desde que foi confirmado por Bolsonaro, Marques cumpre extensa agenda de conversas informais com senadores. Uma delas foi na terça-feira, quando foi recebido para um jantar na casa da senadora Kátia Abreu (PP-TO), no qual também sentaram à mesa líderes como Davi Alcolumbre (DEM-AP), Renan Calheiros (MDB-AL), Ciro Nogueira (PP-PI) e Jader Barbalho (MDB-PA).
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