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Terceiro ministro da Justiça e Segurança Pública do governo de Jair Bolsonaro, o delegado Anderson Torres assumiu um dos cargos mais delicados para o Palácio do Planalto por envolver o comando da Polícia Federal, responsável por investigações que miram a família e aliados do presidente.
Quando era secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Torres já havia sido cotado para comandar tanto o Ministério da Justiça quanto a Polícia Federalcomo apostar ao vivoao menos três oportunidades. Próximo do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) e do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), ele desfruta de total confiança do presidente. Segundo o Estadão apurou, o atual diretor-geral da PF, Rolando de Souza, deverá ser mantido no cargo.
PublicidadeTorres sempre criticou a atuação do ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro, o primeiro ministro da Justiça de Bolsonaro. Reclamava que o então ministro da Justiça não se reunia com secretários de Segurança. A queixa foi levada ao próprio Bolsonaro no ano passadocomo apostar ao vivoum momento no qual alguns aliados do presidente o estimulavam a dividir o ministériocomo apostar ao vivoduas pastas, separando segurança de um lado e Justiça, do outro.
Apesar de ser delegado da Polícia Federal, tendo atuado na repressão ao tráfico internacional de drogas e no combate a organizações criminosas, Torres passou grande parte da carreira na Câmara dos Deputados. Foi diretor de Assuntos Legislativos da Associação dos Delegados da Polícia Federal, cumprindo papel de articulação entre os policiais federais e parlamentares. Além disso, foi chefe de gabinete do então deputado federal Fernando Francischini (PSL-PR) - aliado de primeira hora de Bolsonaro - e, ao assessorar o parlamentarcomo apostar ao vivocomissões, se aproximou da "bancada da bala".
Foi na Câmara que Torres também se tornou amigo de Jorge Oliveira, homem da confiança de Bolsonaro. Dessa relação vieram as frequentes conversas com o presidente, quando ele ainda era deputado. Nomeado ministro por Bolsonaro, Oliveira — hoje no Tribunal de Contas da União (TCU) — sempre avalizou a entrada de Torres no governo.
Porteira fechada. A primeira vez que o nome dele foi cotado para a Polícia Federal ocorreu antes mesmo da posse de Bolsonaro. Na ocasião, porém, esbarrou na "porteira fechada" prometida pelo presidente eleito ao então juiz Moro. Para que assumisse o Ministério da Justiça, Moro teve de Bolsonaro a garantia de carta branca nas nomeações. Com essa autonomia que lhe havia sido conferida, escolheu Maurício Valeixo, ex-superintendente da Polícia Federal no Paraná, para comandar a corporação.
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