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Um período de recomeço. Assim a médica Angelita Habr-Gama, de 88 anos, descreve o seu retorno ao centro cirúrgico do Hospital Alemão Oswaldo Cruz,sites de apostas em esportesSão Paulo (SP),sites de apostas em esportes4 de junho.
Naquele dia, ela conduziu asites de apostassites de apostas em esportesesportesprimeira cirurgia após retornar ao serviço, depois de passar 50 diassites de apostas em esportesuma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do mesmo hospitalsites de apostas em esportesque trabalha, após contrair a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus.
Uma das mais renomadas gastroenterologistas do país, Angelita se tornou uma pacientesites de apostas em esportesestado grave,sites de apostas em esportesmeados de março. Os pulmões dela foram comprometidos pela covid-19. Com dificuldades para respirar por vias naturais, a médica teve de ser intubada. Apesar de não ter comorbidades, ela era considerada do grupo de riscosites de apostas em esportesrazão da idade.
"Não achei que resistiria. Era um quadro muito grave", diz Angelita à BBC News Brasil.
A médica foi internadasites de apostas em esportes18 de março. Na data, segundo dados do Ministério da Saúde, havia 428 casos do novo coronavírus no Brasil e quatro mortes confirmadas. Quando ela recebeu alta,sites de apostas em esportes10 de maio, eram mais de 161,6 mil casos e 11 mil mortes pelo vírus no país.
Angelita não acompanhou o início do crescimento exponencial de registros de covid-19 no país, que atualmente tem mais de 1,2 milhão de casos e 55 mil mortes. Intubada e sedada na UTI, ela soube da situação horas após recobrar a consciência.
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"É um vírus muito agressivo. Ele se propaga com muita facilidade e como ainda não se conhece muito sobre as características dele, é mais difícil tratar. Mas é preciso ser otimista. É grave, mas nem sempre é letal", reflete a cirurgiã.
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Da UTI à recuperação
Em fevereiro, Angelita e o marido, o médico Joaquim José Gama, viajaram para a Europa. Depois, foram para Jerusalém, onde participaram de um congresso internacional de Medicina. Referênciasites de apostas em esportescoloproctologia, área que estuda doenças do intestino, grosso, reto e ânus, a médica é presença constantesites de apostas em esporteseventos da área da saúdesites de apostas em esportesdiversos países.
Em 28 de fevereiro, o casal retornou ao Brasil. Em 8 de março, a médica deu uma festa para cerca de 400 pessoassites de apostas em esportescomemoração ao lançamento desites de apostassites de apostas em esportesesportesbiografia "Não, não é resposta", assinada pelo escritor Ignacio de Loyola Brandão.
Dias depois, Angelita apresentou sintomas da covid-19. Ela teve febre e tosse intensa. Quando procurou atendimento médico, não acreditava que pudesse ser um caso do novo coronavírus. "Ainda havia poucos casos no país", justifica.
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Uma tomografia apontou que os pulmões dela estavam comprometidos, com característica semelhante à de pacientes com o novo coronavírus. Um exame confirmou que a médica estava com a covid-19. O marido dela também foi infectado, porém apresentou sintomas leves.
A cirurgiã acredita que possa ter contraído o vírus durante a viagem internacional. Ela, porém, não descarta a possibilidade de que tenha sido infectada no lançamento do livro,sites de apostas em esportesque distribuiu beijos e abraços entre os convidados.
Angelita foi internada. O quadro de saúde dela piorou. A febre ficou mais intensa e ela não conseguiu mais respirar naturalmente. Ela foi intubada dois dias depois de chegar ao Hospital Alemão Oswaldo Cruz. "A partir dali, não me lembro de mais nada", revela. Ela permaneceu sedada na UTI.
No Oswaldo Cruz, do qual faz parte há 60 anos, a médica teve intenso apoio para a recuperação. Contou com equipe multidisciplinar, com profissionais como médicos, enfermeiros e fisioterapeutas. Angelita considera que a assistência que teve foi fundamental para que pudesse ter uma boa recuperação.
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A médica, porém, admite que essa não é realidade da grande maioria dos brasileiros. No país, há diversos relatos de pacientes com a covid-19 que morrem à espera de leitos de UTI. "Dar uma boa assistência ao paciente é fundamental para que ajudá-lo a ter uma boa recuperação", comenta Angelita.
Ela reagiu bem ao acompanhamento que recebeu. Em 10 de maio, a médica teve alta. Na data, o hospital emitiu um comunicado. "Angelita Gama é uma referência para todos nós. Vê-la curada, depois de uma intensa batalha contra o vírus, renova nossa confiança na Medicina, na Ciência, na luta para salvar vidas e traz imensa alegria a todo o corpo clínico e assistencial da instituição", disse nota divulgada pela unidade.
Em virtude do período de intubação, ela teve perda de peso e fraqueza muscular. Em casa, deu início a um acompanhamento para se recuperar totalmente da covid-19. "Progressivamente, as coisas foram voltando ao normal. O meu paladar voltou, passei a me alimentar bem e fiz muitas sessões de fisioterapia respiratória", conta.
"Sou uma pessoa forte e saudável, sempre fiz esportes. Sobretudo, tenho muita vontade de viver. Acredito que isso me ajudou a reagir bem à doença", diz.
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No períodosites de apostas em esportescasa, aproveitou para ler e aprender mais sobre o novo coronavírus. Em 1º de junho, ela voltou a atender no consultório médico. "Estou totalmente recuperada. Não tive sequelas", comemora.
A volta ao centro cirúrgico
Três dias depois de retornar aos atendimentos, Angelita voltou a conduzir procedimentos cirúrgicos. Nos últimos 20 dias, estima ter feito 10 cirurgias. "Foi uma delícia voltar a trabalhar", diz.
As intervenções cirúrgicas das últimas semanas variaram de uma a quatro horas. Primeira mulher a se tornar titularsites de apostas em esportescirurgia do Hospital das Clínicas, da Universidade de São Paulo, Angelita afirma que o seu desempenho atual é o mesmo que tinha antes da covid-19.
No atual cenário da pandemia, a médica, que estima ter feito mais de 50 mil cirurgias ao longo da carreira, tem realizado poucas cirurgias. Isso porque as operações eletivas reduziramsites de apostas em esportestodo o país,sites de apostas em esportesdecorrência dos protocolos adotados nas unidades de saúdesites de apostas em esportesmeio ao avanço do novo coronavírus.
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"Temos feito apenas os casos mais importantes, como um tumor que não pode esperar muito tempo, uma infecção abdominal ou uma hemorroida que está causando muita dor. Estamos focando nos casos mais graves", diz.
Vencedora de mais de 50 prêmios ao longo da carreira, Angelita, que ingressousites de apostas em esportesMedicina na USP aos 19 anos, não pensasites de apostas em esportesse aposentar. Para ela, a covid-19 é apenas mais um episódio,sites de apostas em esportesmeio a tantos outros desites de apostassites de apostas em esportesesportesvida.
"Não foi fácil vencer a covid-19, mas depois que venci essa barreira, as coisas se tornaram ainda mais agradáveis. Eu quero continuar exercendo a minha profissão. Estou bem de saúde e intelectualmente. Assim, vou levando a vida."
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